Atualizada às 13h24O juiz substituto em segundo grau, Aureliano Albuquerque Amorim, da 6ª Câmara Cível, determinou nesta sexta-feira (1º) a desocupação da área de expansão urbana, Fazenda Santo Antônio, em Aparecida de Goiânia. No local, residem 580 famílias, que dizem estar amparadas pela decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso.No documento, Aureliano descreve que o pedido de reintegração de posse foi feito pela Construtora e Incorporadora Jota Ltda após “um grupo de invasores não identificados (setenta pessoas)” começar a residir no local. Além disso, afirma que o juízo da 2ª Vara Cível da Comarca de Aparecida de Goiânia solicitou uma “manifestação” da secretaria de habitação do município.“A liminar [foi] concedida antes de 30 de junho de 2022 [...] hoje já são 1 de julho de 2022, um dia após o limite estabelecido pelo STF para suspender ordens judiciais de despejo de pessoas vulneráveis. Sendo assim, como já ultrapassado o prazo protetivo, não há mais impedimento ao cumprimento da ordem de despejo regularmente concedida em sede de ação reintegratória de posse”, escreveu.Entretanto, no dia 29 de junho deste ano, o ministro do STF, Luís Roberto Barroso, prorrogou este prazo até o dia 31 de outubro de 2022 baseado no direito à moradia e à saúde de pessoas vulneráveis no contexto da pandemia da Covid-19. “A pandemia da Covid19 ainda não acabou e as populações vulneráveis se encontram em situação de risco particular”, descreveu.Diante disso, as 580 famílias residentes da Fazenda Santo Antônio, que alegam terem o cadastro social, disseram que não têm para onde ir e que, por isso, vão permanecer no local devido à decisão do STF favorável a eles. A reportagem tentou entrar em contato com a construtora, mas não obteve sucesso.Em nota, a Procuradoria Geral do Município (PGM) informou que a reintegração de posse trata-se de uma área privada, cujo proprietário pediu a desocupação. Segundo o órgão, o município não foi intimado para fazer qualquer manifestação a respeito do caso. Ainda de acordo com o comunicado, a Secretaria Municipal de Habitação tem buscado realizar avaliação socieconomica das famílias e o cadastramento habitacional para aquelas famílias que vivem em situação de vulnerabilidade social. Leia também:- Fazenda Santo Antônio: Região guarda histórico de ocupações ilegais- Datafolha mostra piora nas expectativas de inflação, desemprego e poder de compra