A Justiça autorizou a Prefeitura de Cachoeira Alta a gastar R$ 1,5 milhão em shows sertanejos durante o “Juninão do Trabalhador”, que acontece entre 16 e 19 de junho. O Ministério Público de Goiás (MP-GO) chegou a pedir pra que fosse proibido esse gasto, mas a Justiça não acatou o pedido do MP.O juiz Filipe Luiz Peruca, responsável pela decisão publicada nesta segunda-feira (13), argumentou que cabe ao prefeito a distribuição dos recursos recebidos para a cidade e que o Judiciário não pode intervir na administração. Na decisão, o juiz determina um prazo de cinco dias para que o município apresente cópias completas dos documentos de contratação e despesas da festa.O Ministério Público argumenta que os gastos com os eventos são altos e a própria prefeitura, anteriormente, fez um pedido de empréstimo no valor de R$ 6 milhões. O prefeito de Cachoeira Alta, Rodrigo Mendonça (PDT), aparece em um vídeo comentando a decisão judicial.“O nosso Juninão está garantido, vai acontecer. Nós tínhamos uma expectativa frente ao pedido de liminar do Ministério Público, de modo bastante intempestivo. Mas graças a Deus esse pedido de liminar foi indeferido. Vamos manter todo o regramento jurídico e tudo que precisa para ser correto", disse o prefeito.Ainda de acordo com a decisão, os gastos para a festa somam o total de R$ 1,594 milhão. Os shows variam de R$ 22 mil, o mais barato, da dupla João Vitor e Ruan, e dos Barões da Pisadinha, o maior valor, R$ 400 mil.Veja abaixo o valor de cada atração durante o festejo:Dupla João Vitor e Ruan: R$ 22 mil;Dupla Max e Luan: R$ 50 mil;Empresa de segurança: R$ 76,8 mil;Dupla Di Paulo e Paulino: R$ 85 mil;Padre Alessandro Campos: R$ 135 mil;Dupla Rio Negro e Solimões: R$ 150 mil;Cantor Leonardo: R$ 310 mil.Empresa de produções culturais: R$ 358 mil;Barões da Pisadinha: R$ 400 mil;Investigação de shows:As investigações sobre gastos com pagamentos de cachês milionários a artistas sertanejos com verba pública, veio à tona depois que o cantor Zé Neto, da dupla Zé Neto e Cristiano, fez críticas à cantora Anitta dizendo que “que não dependia da lei Rouanet”.Anitta reagiu e trouxe denúncias sobre os contratos com cifras altíssimas envolvendo vários artistas. A polêmica aconteceu no último mês de maio e o Ministério Público de vários estados têm investigado cantores e prefeituras.Leia também:- Arraiá Anhanguera volta a ter edição presencial em Goiânia- Justiça da Bahia impede Maiara e Maraisa de usarem a marca ‘As Patroas’; com multa de até R$ 100 mil- Críticas de Zé Neto à Lei Rouanet e Anitta rendem pedidos de CPI do Sertanejo na internet