A Justiça negou pela quinta vez em menos de um mês pedido feito pela defesa do empresário Maurício Borges Sampaio para suspensão do júri pela morte do jornalista Valério Luiz Oliveira, marcado após três adiamentos para 2 de maio. Desta vez, o desembargador Ivo Favaro, que já havia negado dois dos outros quatro pedidos anteriores, alegou que a petição feita pelo advogado Luiz Carlos Silva Neto é igual a uma outra arquivada no começo do mês.Silva Neto entrou com um habeas corpus no dia 7 de abril pedindo para que fosse adiado o julgamento no qual o empresário, de 63 anos, é acusado de encomendar a morte do jornalista, pagando aos outros envolvidos. Além de Sampaio, respondem pelo crime o sargento da PM Ademá Figueredo Aguiar Filho, acusado de ser o autor dos disparos, o sargento reformado da PM Djalma Gomes da Silva, o empresário Urbano de Carvalho Mota e o comerciante Marcus Vinícius Pereira Xavier.A petição da defesa do empresário foi justamente para suspender um depoimento de Xavier dado em 2015, no qual ele entrega o esquema que culminou com a morte de Valério, aponta Sampaio como o mandante do crime e confirma diversas informações levantadas anteriormente durante as investigações. Para Silva Neto, a oitiva foi feita de forma ilegal e direcionada para atingir seu cliente, sendo o único material da acusação contra ele.Em seu despacho, o desembargador afirma apenas que o pedido é idêntico ao já apreciado em outro habeas corpus, protocolado no dia 12, “configurando litispendência”. Com isso, a petição foi indeferida e o processo extinto.Horas antes da decisão, publicada nesta terça-feira (19), a defesa de Sampaio já havia entrado com um pedido de desistência da demanda por ser repetida.Silva Neto assumiu a defesa do empresário após a desistência do anterior, em março deste ano, e a mudança levou ao adiamento do júri previsto inicialmente para 14 de março. Antes, o julgamento foi adiado por causa da Covid-19 e por falta de estrutura do Tribunal de Justiça para a realização do mesmo.O advogado já entrou com seis recursos desde 22 de março, sendo um deles no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Todos tiveram as liminares negadas e três já foram arquivados ou estão na iminência de serem.Valério foi morto a tiros aos 49 anos em julho de 2012 quando saia de uma emissora de rádio na qual trabalhava no Setor Serrinha. O empresário teria mandado mata-lo por conta das críticas que ele fazia aos dirigentes do Atlético Goianiense, time no qual Sampaio já foi presidente e era diretor na época do crime.