Laudo de insanidade mental feito pela junta médica do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) indicou que o vendedor autônomo Matheus Macaubas Limas Santos, de 22 anos, era “plenamente incapaz de entender e de determinar-se” os fatos ao matar a pastora Odete Rosalina Machado da Costa, de 79, na manhã do dia 14 de janeiro, no Setor Eli Forte, em Goiânia. Ele está preso desde então, quando foi encontrado a cerca de 2 quilômetros do local do crime, sem roupa e desorientado. A pastora era a mãe do cantor gospel Delino Marçal. O exame aponta que Matheus sofre de transtorno esquizofreniforme, quando a pessoa pode temporariamente sofrer com delírios ou ter um comportamento desorganizado. Antes de matar a pastora, em frente à igreja em que ela pregava, ele acordou a própria esposa de madrugada com a mão na cabeça dela afirmando que estava “repreendendo o demônio”.Ao ser ouvido durante o exame, o vendedor disse só se lembrar de estar ajoelhado na frente para a esposa, “orando para libertar ela”, atendendo a um pedido das “vozes” que ouvia e que depois não se lembra de mais nada, só de estar pelado dentro de uma cela.Sobre as vozes, Matheus disse que começaram seis meses antes do crime, junto com sintomas delirantes de que estava sendo perseguido. “Aparentemente os sintomas eclodiram sem um fator psicológico desencadeante”, afirma o perito no relatório, complementando que como as manifestações têm pouco tempo ainda é precoce garantir que serão permanentes. “No entanto, de forma indiscutível, ao tempo da ação, o periciando encontrava-se adoecido do ponto de vista mental”, concluiu o laudo.Após acordar a esposa, Matheus teria iniciado uma briga que culminou com a sua fuga de casa sem roupa. Durante o dia que antecedeu este fato, ele já vinha apresentando um comportamento estranho que chamou a atenção de familiares. Minutos após sair da residência, ele apareceu na igreja em que estavam a pastora e um fiel, um borracheiro de 44 anos. Bastante alterado, ele invadiu o espaço e começou a quebrar cadeiras e objetos.Tanto a pastora como o fiel saíram da igreja e Matheus foi atrás, acertando a mulher com uma barra de ferro que arrancou da entrada do templo. Ela morreu no local. O borracheiro conseguiu escapar. Antes de ser preso, o vendedor ainda cuspiu nos policiais militares dizendo que ia transmitir Covid-19.O laudo foi encaminhado ao processo que tramita na Justiça no qual Matheus responde pela morte de Odete e será avaliado pelo juiz responsável pelo caso, assim como pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO). A Junta Médica do TJ-GO orienta que o vendedor seja internado em uma clínica psiquiátrica para receber tratamento adequado e que seja acompanhado posteriormente.O advogado Celso José Carbonaro de Andrade, que faz a defesa de Matheus, diz que está de acordo com o resultado da perícia. Ele tenta conseguir com que seu cliente responda ao processo em liberdade.Leia também Pastora de 79 anos é assassinada em igreja com golpes de barra de ferro, em Goiânia-Imagem (1.2386695)