A professora de educação física Jane Alves de Souza, mãe da psicóloga Bruna Nunes de Faria, que morreu após passar mal ao receber contraste para um exame de ressonância magnética em uma clínica de Goiânia, publicou em uma rede social como foi o primeiro Natal que passou sem a filha. “Minha filha como está sendo triste o meu Natal sem você", escreveu.Em outra foto ao lado da psicóloga, Jane escreveu que ela e os irmãos de Bruna estão sem norte. “Como vamos viver sem você?”. “Sorriso lindo, cheia de sonhos de vida! Como está sendo difícil seguir sem você!”, desabafou. Bruna morreu no dia 21 de dezembeo, logo após receber o contraste para realização do exame. A suspeita, segundo a família, é que ela tenha sofrido um choque anafilático, derivado de uma reação alérgica grave ao medicamento. A confirmação da causa da morte, no entanto, só será revelada após emissão do laudo da autópsia.De acordo com Jane, assim que o contraste foi aplicado para dar início ao exame, Bruna começou a tossir e avisou que estava passando mal. “Eles pegaram ela no colo e levaram para esse quartinho. Eu fui junto e falei ‘pelo amor de Deus, o que está acontecendo com a minha filha?’. Nesse momento, aplicaram uma injeção, e a última coisa que a Bruna disse foi ‘estou sem ar’”. A família acusa a clínica de não ter suporte para atender pacientes que, por ventura, sofressem uma reação alérgica durante o procedimento. “Quando a glote dela fechou, aplicaram adrenalina, mas não tinham um desfibrilador, não tinham uma estrutura adequada. Chamaram uma ambulância, que demorou mais de 15 minutos para chegar”.A reportagem entrou em contato com a assessoria da Polícia Civil para apurar se o caso já está sendo investigado e aguarda retorno.Relembre o casoBruna Nunes de Faria, de 27 anos, havia sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico 45 dias antes de sua morte. A ressonância foi solicitada como forma de investigar as causas da sua condição. Segundo a mãe, ela já tinha feito esse exame, mas no coração era a primeira vez.A psicóloga nasceu em Bonfinópolis, onde foi velada e sepultada na quinta-feira (22). A jovem trabalhava como psicóloga da Prefeitura de Silvânia, na região central de Goiás, e fazia parte da Equipe Multiprofissional de Atenção Domiciliar (Emad) da Secretaria Municipal de Saúde.Leia também:Psicóloga tirou foto na clínica minutos antes de passar mal e morrerVídeo mostra tentativa de reanimação de psicóloga em clínica, e mãe denuncia falta de preparoConselho de Medicina apura morte de psicóloga após exame em clínica de GoiâniaDefesaO Centro de Diagnóstico por Imagem Portugal, que se identifica como CDI Radiologia, em Goiânia, nega que tenha havido falha na prestação de socorro à paciente, e informou por meio de seu advogado que “todos os procedimentos técnicos necessários foram adotados, tanto pela equipe médica e de enfermagem da Clínica quanto pela equipe da FlashMed que deram o suporte de socorro imediato”. Em nota, a clínica afirma que em todos os exames são adotados elevados padrões de segurança, buscando garantir o bem-estar e a saúde dos pacientes.E completou: "Aguardaremos o resultado do laudo que vai determinar a causa da fatalidade, mas, desde já, nos solidarizamos com os familiares e amigos da paciente e seguimos à disposição para prestar toda a assistência necessária.” EsclarecimentoEm nota, a gestão da CDI Diagnósticos em Cardiologia e da CDI Diagnósticos Angiotomográficos e Nuclear, administradas pelo dr. Luiz Rassi e dra. Colandy Nunes Dourado, informou que não possuem relação com o caso. O comunicado esclarece que o nome da clínica é operado por dois grupos distintos, que estão em processo de separação judicial, e que a morte da jovem aconteceu no Centro de Diagnóstico por Imagem Portugal, que se identifica como CDI Radiologia.“Há dois grupos distintos operando sob o nome CDI. Um, o nosso – Dr. Luiz Rassi e Dra. Colandy Nunes Dourado -, com as Clínicas CDI Diagnósticos em Cardiologia; CDI Diagnósticos Angiotomográficos e Nuclear CDI. E, outro, sob a responsabilidade do Dr. Ary Monteiro Daher do Espírito Santo e Sra. Adriana Maria de Oliveira Guimarães Monteiro. Os grupos estão em fase final de separação judicial.” Leia também:Prima de psicóloga que morreu após receber contraste para exame diz que ela “queria muito viver”Clínica nega que houve falha na prestação de socorro à psicóloga que morreu após examePsicóloga de 27 anos morre após passar mal ao receber contraste para exame em clínica, diz família