A mãe de um bebê de cinco meses denuncia que a criança morreu após a aplicação de um remédio errado no Hospital Municipal de Pires do Rio. O caso ocorreu no último sábado (30), quando Jacilene Reis do Amaral levou o filho, Erick Jonathan, no médico para olhar manchas vermelhas que haviam surgido em seu corpo.Ao POPULAR, o Hospital Municipal de Pires do Rio informou que o bebê sofreu "provável bronca aspiração". Antes, ele havia recebido via intra muscular 0,1 ml de Hidrocortisona. Após a aplicação do medicamento, a criança teve choro e cianose central. O hospital ainda diz que equipe realizou a manobra de Heimlich e, sem sucesso, foi iniciada manobra RCP. A criança estabilizou após intubação orotraqueal (IOT).Jacilene conta que as manchinhas haviam aparecido há algumas semanas na perna da criança. “Eu achei que iam sumir. Quando foi no sábado, apareceram também no pescoço”, relata a mãe que, preocupada, procurou o Hospital Municipal de Pires do Rio.Ela diz que chegou no local às 15h e, às 17h, foi atendida. Apesar das manchas, Erick estava normal. Não teve febre, sorria e brincava. “Quando fui atendida, a médica olhou e disse que poderia ser uma alergia ou até uma ferroada de inseto. Então, ela passou uma injeção antialérgica”, conta.Segundo a mãe, o enfermeiro a informou que não havia o medicamento receitado pela médica. Então ele perguntou à profissional se poderia ser um outro remédio que havia disponível no hospital. “Ele levou até ela e perguntou se poderia aplicar a injeção e ela autorizou. Deitamos meu filho na maca e ele aplicou”, lembra Jacilene.Ela se recorda do bebê chorar por conta da picada da agulha, mas diz que depois da injeção, ela virou o bebê e ele já não chorava mais. Estava mole, roxo e não respirava.Leia também:- Pais de bebê morto em queda de avião vão receber R$ 150 mil de indenização- Homem é condenado a 51 anos de prisão por matar 2 pessoas após discussão no trânsito, em Aparecida- Recém-nascida que se engasgou é salva por policiais em Goiânia“Me desesperei e falei para o enfermeiro que meu filho estava passando mal. Ele o retirou dos meus braços e tentou reanima-lo”, conta.Depois disso, a mãe diz que enfermeiros e médicos entraram em uma sala reservada com a criança, por onde ficaram por cerca de 20 minutos. “As enfermeiras diziam para eu ter força, porque a situação do meu filho era muito grave. Os médicos já passavam balançando a cabeça como se o pior já tivesse acontecido”, lembra.Transferência para GoiâniaApós algumas horas, Jacilene foi chamada para ver o filho, que já estava entubado. Ela conta que o fbebê tinha sofrido duas paradas cardíacas e que uma secreção saía de sua boca. Então, os médicos decidiram transferi-lo para Goiânia, porque o caso já era considerado muito grave.“Chamaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e o encaminharam para o Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad). “Não vim na ambulância com ele, porque disseram que só podiam médicos. E fui em outra separada com minha mãe”, explica Jacilene.Ela também diz que, no caminho para Goiânia, o bebê sofreu outras três paradas cardíacas. “Ele chegou no Hecad todo machucado. Machucaram meu filho todo por dentro, acho que na ressuscitação. A médica disse que ele teria de operar o estômago, mas que seria uma cirurgia muito arriscada. Também quebraram o bracinho dele. A médica falou que, se ele sobrevivesse, poderia perder o movimento do braço”, relata.Quando foi na segunda-feira (1º), Erick teve uma diarreia com sangue. “Quando deu 9h, um enfermeiro notou algo de errado e chamou a médica. Ela me chamou e disse que haviam feito de tudo e que agora ele iria descansar”, conta a mãe.Erick Jonathan era gêmeo de Davi Lucas e, apesar de terem nascido prematuros, nunca tiveram problemas de saúde. Além da coceira, Jacilene conta que o filho não teve nenhum outro sintoma.No mesmo dia da morte, no final da tarde, Jacilene foi acompanhada da mãe até a delegacia para registrar um boletim de ocorrência e agora aguarda o desenrolar das investigações.InvestigaçãoEm contato com a Polícia Civil, a mesma informou que foi instaurado um inquérito para apurar as circunstâncias da morte da criança. “Avaliaremos agora todo o contexto para apurar se houve erro médico, tanto no tipo de medicamento aplicado quanto na dosagem, ou se o óbito foi em decorrência de alguma outra causa”, disse a assessoria da PC à reportagem. -Imagem (1.2504683)