João Pedro Martins, de 22 anos, foi morto dentro de casa pela Polícia Militar de Goiás (PM-GO), no dia 20 de abril deste ano, em São Luís de Montes Belos, em Goiás. A família denuncia que a versão contada pelos policiais estaria equivocada e que houve excesso na abordagem, além dos militares terem entrado na residência sem mandado de prisão ou motivo que justificasse uma invasão.A mãe de João Pedro, Carla Martins de Sousa, contou ao POPULAR que os policiais envolvidos esperaram o filho dela chegar do trabalho para entrar na casa e matá-lo. Ela disse que tiraram a vida do filho dela por causa de um vídeo postado nas redes sociais. “Foram três tiros que tiraram tudo de mim”, disse muito abalada.No boletim de ocorrência, três policiais contaram que no dia anterior à abordagem tomaram conhecimento de um vídeo que circulava nas redes sociais onde criminosos ostentavam armas de fogo. Segundo os militares, um rapaz de 23 anos e João Pedro teriam gravado o vídeo e postado nas redes sociais. Ao localizarem o primeiro jovem, ele teria dito que João Pedro era dono das armas mostradas no vídeo.Após acompanharem o rapaz até a casa dele, foram apreendidas armas com munições, drogas, uma balança de precisão e dinheiro. Logo após, os policiais seguiram para a residência de João Pedro, onde realizaram a ação que resultou na morte do jovem.Os policiais envolvidos na abordagem que matou João Pedro disseram que ao chegarem na casa encontraram o jovem armado e que ele teria tentado fugir. “Foi dada voz de parada, e determinado que soltasse a arma, mas o indivíduo começou a efetuar disparos contra a equipe, que reagiu a injusta agressão também com disparos de arma de fogo”, relataram.No entanto, a mãe de João Pedro contou que o filho não tinha armas de fogo e não teve nem tempo de reagir. Ela confirmou que o filho participou do vídeo mencionado pelos PMs, mas que isto não era motivo para tirar a vida dele. Carla conta que ao chegar na casa do filho, após a notícia da morte, ela questionou os policiais sobre o motivo de terem matado João Pedro. “Um deles olhou pra mim e disse: Você não viu o vídeo que ele publicou? Eu respondi: Por causa de um vídeo vocês tiraram a vida do meu filho?”, contou. Ela ainda disse que foi empurrada por um coronel e que foi totalmente ignorada. “Isso não justifica a polícia entrar na casa do meu filho e matá-lo. Por que não investigaram e puniram ele? Que ele pagasse! "Eles tiraram meu filho. Acharam que não tinha família. Eu tenho certeza que eles sabem que fizeram merda. Eu olhei nos olhos deles”, finalizou. Ao Popular, o tio de João Pedro, Eduardo Martins de Sousa, contou que o sobrinho estava trabalhando de carteira assinada, havia se casado há cinco meses e era o orgulho da família. “Ele era como um filho para mim, eu ajudei a criar ele. Não queremos indenização nenhuma, só queremos justiça para que isso não aconteça com mais ninguém", desabafou.João Pedro não tinha antecedentes criminais e deixa a esposa Ana Luiza Alves, de 20 anos, com quem havia se casado em dezembro de 2021. A viúva contou ao POPULAR que não acredita em troca de tiros. "Lá em casa não tinha drogas e nem armas, porque eu organizava o guarda-roupas. As nossas coisas eram juntas, não tinha nada disso lá. Não reviraram nada e nem tinha sinal de que os policiais procuraram alguma coisa. Estava tudo intacto, é mais uma prova de que implantaram provas", enfatizou. Eduardo chegou a fazer uma denúncia na Corregedoria da Polícia Militar de Goiás e recebeu a resposta de que foi instaurado um inquérito policial que está em andamento e dentro do prazo legal, de acordo com o Código de Processo Penal Militar (CPPM). No mesmo documento, assinado pelo Comando Geral da PM-GO, também é informado que a Polícia Civil abriu investigação do caso. O Popular entrou em contato com a Secretaria de Estado da Segurança Pública de Goiás, mas disseram que a demanda deve ser encaminhada para a Polícia Militar de Goiás. Também pedimos um posicionamento da assessoria da PM-GO, mas não tivemos retorno até o fechamento desta matéria. O espaço continua aberto para manifestação. Leia também:- MP denuncia empresário por tentativa de homicídio na orla de lago, em Iporá- Condenado por matar garota de programa em Anápolis tem sentença mantida pela Justiça- Goiás registra maior aumento do País em crimes contra população LGBTQIA+-Imagem (1.2501993)