O Estado de Goiás registrou, no último dia 2 de julho, a menor média móvel de óbitos por Covid-19 desde o dia 14 de junho. Os dados disponibilizados no painel da Universidade Federal de Goiás (UFG) são repassados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-GO) e apontam mortalidade decrescente, com média móvel de 57,86 no último dia de atualização (veja quadro). Apesar das estatísticas, a pasta afirma que o momento é de alerta e que não podemos subestimar a doença.Superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim afirma que ainda é cedo para avaliar a redução de óbitos como consequência da vacinação e analisa, com cautela, os números atuais. “Vivemos agora um momento diferente de 2020. Na mesma semana do ano passado nossa média de casos semanais era de 3,4 mil e hoje é de 12 mil. Na primeira onda e na segunda tivemos aumentos antes da queda. O que muda é o quanto cai. Estes números decrescentes agora podem ser um sinal de alerta. Não podemos subestimar a doença”, completa.Amorim acredita que os números de queda foram maiores na primeira onda da pandemia porque as medidas de isolamento e higiene, como o uso de máscara, foram reforçados. Na segunda onda, além de não haver muitas mudanças de medidas não farmacológicas, houve também uma maior transmissibilidade devido às variantes do coronavírus, em especial a gama, anteriormente chamada de P.1., de Manaus. Para a superintendente, só é possível relacionar a vacina à diminuição de mortalidade em faixas etárias específicas, que já possuem maiores índices de cobertura vacinal como os idosos.Na semana passada, reportagem do O Popular mostrou que a ocupação de leitos para o tratamento da Covid-19 por pessoas com idade entre 60 e 69 caiu pela metade desde o início do ano no Estado. Enquanto, em janeiro, o grupo representava 22,9% dos internados, em junho, a proporção caiu para 10,9%. “Ainda é cedo para uma análise mais profunda sobre a redução da mortalidade, mas já conseguimos observar queda entre pessoas com mais de 60 anos, justamente o grupo que já tomou as duas doses há mais de 14 dias”, completa Flúvia Amorim.Médico e Técnico da Diretoria de Politicas Públicas da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, Sérgio Nakamura é mais otimista na relação entre vacina e queda de mortalidade. Há 14 dias, a média móvel de mortes na capital era de 11,64, sendo o pico desta nova onda em 12, no dia 21 de junho. No ano passado, em agosto, a média chegou a 22 mortes/dia. Inicialmente, o objetivo das vacinas desenvolvidas era reduzir a mortalidade bem como as internações pela doença. Para o médico, o objetivo está sendo alcançado.“Em março deste ano, quase 45% das pessoas que eram internadas não resistiam e, hoje, na capital essa taxa é de 29%. Tenho pouca dúvida em dizer que isso é reflexo do aumento da vacinação e acho que a variante gama pode ter sido a cauda da última subida de casos. Hoje, 56% dos casos é de pacientes com 40 a 50 anos. Provavelmente se não houvesse vacina, teríamos também aumento de casos entre os idosos”, acrescenta Nakamura.O técnico ressalta, entretanto, diferenças entre o aumento de casos em Goiânia na primeira onda e atualmente. Segundo Sério Nakamura, inicialmente os casos de Covid-19 estavam concentrados na capital e foram chegando ao interior do Estado. “Desta vez, foi diferente, os casos começaram a subir no Estado no início de fevereiro e em seguida foi a vez da capital”, explica.O painel da Universidade Federal de Goiás (UFG) também aponta redução de casos, com 426 novos registros e média móvel de 1.687,86 no último domingo (4). O pico, desde junho, ocorreu no dia 21, quando 3.997 confirmações ocorreram em um único dia. Na ocasião, a média móvel chegou a 2.458,14. Goiás se aproxima de 19.500 mortes por Covid-19Goiás confirmou 33 novas mortes por complicações da Covid-19 entre domingo e segunda-feira (5). Os dados são do boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) e revelam, ainda, 1.502 novas infecções no Estado. Desde o início da pandemia do SARS-CoV-2, já são 684.355 contaminações e 19.438 óbitos pela doença em Goiás. De acordo com o boletim, ainda existem 500.102 casos e 355 óbitos suspeitos que estão em investigação. A taxa atual de letalidade é de 2,85%. No total, os homens correspondem a 56,99% das mortes, com 11.100 registros e as mulheres, 43,01% com 8.376. A faixa etária com maior número de mortes continua sendo a de 60 a 69 anos, com 4.588, apesar das quedas recentes de óbitos de idosos.VacinaçãoLevantamento realizado pela SES-GO apurou que, referente à primeira dose, foram aplicadas 2.397.771 vacinas contra a Covid-19 em todo o Estado. Em relação à segunda dose, foram vacinadas 770.410 pessoas. Esses dados são preliminares e coletados no site Localiza SUS do Ministério da Saúde às 20h12 de segunda-feira (5). Ainda relação às vacinas, o Estado de Goiás já recebeu 4.301.100 doses de imunizantes, sendo 1.508.580 da Coronavac, 2.280.220 da AstraZeneca, 462.150 da Pfizer e 148.900 da Janssen. (Colaborou Pedro Nunes)-Imagem (1.2279515)