A procura dos pais pelas aulas presenciais no primeiro semestre de 2021 tem sido maior do que o esperado. Em algumas unidades, ainda no final do ano passado a expectativa era de que cerca de 50% dos pais tivessem interesse de mandar seus filhos para as escolas neste mês, mas esse quantitativo chegou a 95% com a proximidade do início das aulas. Com isso, gestores tiveram que elaborar estratégias para atender a todos os interessados e ainda garantir que nenhum protocolo deixe de ser atendido.O diretor do Colégio Integrado, Thiago Oliveira, recebeu nesta quarta-feira (20) a pesquisa de interesse dos pais. As aulas na unidade começam dia 26 de janeiro com três turmas de revezamento. Ele detalha que em novembro o interesse chegava perto de 50% e que se surpreendeu com a adesão. “Para montar os grupos, priorizamos a organização das famílias. Cada pai preencheu um formulário de interesse no retorno e informou sua semana de preferência. Com isso em mãos, organizamos as turmas.”Ele destaca que, em muitos casos, os próprios alunos sugeriram os grupos que tinham maior interesse de participar. “Eles combinaram com os colegas que têm mais afinidade e consideramos isso um fator relevante, já que é um momento de retorno à aula presencial e para os adolescentes essa questão de socialização é bastante importante.” O diretor acredita que a maior adesão se deu por conta da maior segurança das famílias com relação aos protocolos adotados. “Nas salas teremos menos alunos, aferição de temperatura, obrigatoriedade da máscara, entre outros critérios. Estamos fazendo o possível para que seja seguro para os alunos e para os funcionários.”No Colégio Agostiniano Nossa Senhora de Fátima, a adesão também beira 100%. A diretora pedagógica Adriana Ribeiro de Freitas explica que a unidade separou os alunos em “bolhas”, que são grupos que revezam diariamente nas aulas remotas e presenciais. “Nas turmas com mais alunos, são três bolhas e nas menores, duas. Cada dia da semana vem uma bolha, que são separadas por cor. Assim fica mais fácil para monitorarmos e acompanharmos em possíveis casos positivos.”Adriana ainda detalha que as bolhas comportam cerca de 12 alunos, que é o limite em cada sala. “Esperávamos que muitos alunos voltassem, mas não todos e praticamente todos estão nos grupos de revezamento. Um ou outro, de famílias com situações específicas, como comorbidades ou por outra questão, continuam apenas na modalidade remota. Mas eles não perdem conteúdo porque assistem à mesma aula ministrada para quem está em sala.”A diretora diz que está feliz com o atendimento às regras impostas pela pandemia. “Eles estão obedecendo bem. Antes do retorno, no início da semana, pensei que teríamos que ficar chamando a atenção, cobrando obediência às novas regras, mas me surpreendeu.”Apenas os estudantes do ensino fundamental 2 e médio retornaram no início da semana. Fundamental 1 e infantil começam na segunda, dia 25. “Separamos os dias para a volta para que pudéssemos fazer um acolhimento com maior cuidado, para atender às necessidades e dificuldades iniciais dos estudantes, mas tem sido melhor do que o esperado.” Alunos estão alegres com voltaCoordenadora pedagógica do Colégio Simbios, Any Rezende afirma que todos os envolvidos no retorno, desde alunos aos professores estão reaprendendo a rotina em sala de aula. “Também tivemos de fazer rodízio das turmas em sala, sendo que cada semana vem um grupo enquanto dois ficam em casa.” A divisão em três grupos também ocorreu pela grande procura. “Os jovens têm boa noção de internet, mas principalmente para jogos e redes sociais. Assistir aula de casa não é fácil nem mesmo para adultos. Então este retorno era esperado pela maioria, não só pelo aproveitamento, mas também pela socialização com os colegas.”Para separar os alunos em grupos, inicialmente começaram com divisão por ordem alfabética. Aos poucos os grupos tiveram de ser adaptados para atender necessidades e pedidos de alunos e pais. “Acredito que atendemos quase todos os pedidos. A gente tem de levar em conta vários fatores, já que é uma realidade que certamente teremos de viver o ano todo. Mas é muito bom ver e ouvir cada estudante no retorno. Eles demonstravam alegria no olhar e acredito que isso ocorre porque eles percebem que, mesmo diferente, podem ter aquela rotina novamente.”Diretor pedagógico do Colégio Olimpo, Ronnie Carlos Lourenço detalha que as aulas na unidade voltam no dia 2 de fevereiro. “O conselho aprovou a volta por unanimidade. Fomos e estamos sendo muito cautelosos observando a curva (de casos de Covid-19).” Ele detalha que a unidade também aderiu às aulas híbridas, ou seja, metade da turma na unidade, com aulas presenciais e metade em casa, assistindo às aulas transmitidas. Neste caso, para os alunos que optarem pelo remoto.Ele detalha que no ano passado, quando ocorreu a autorização para o retorno presencial, a adesão ficava entre 15 a 20% e a estimativa é de 50% presencial. Ele afirma que se o interesse se consolidar em mais de 30%, a unidade também terá o rodízio semanal. Para as turmas da 3ª série do ensino médio, terão maiores para que o aluno que queira aula presencial não precise de rodízio.Lado emocional pesa no retornoDiretora pedagógica do Colégio Externato São José, Tatiana Santana destaca que para atender aos alunos, que ainda são crianças, foi necessário avaliar a questão emocional, já que muitas estão sentindo falta de estar na escola. “Nossa adesão é de cerca de 70% e pode aumentar até a volta, na próxima segunda-feira (25). Vamos fazer rodízio a cada duas semanas.” Ela ainda diz que muitas famílias estavam preocupadas com o rendimento, já que alguns alunos estavam insatisfeitos com a distância. “Os pais preencheram um formulário e um termo de consentimento. Como temos salas amplas poderemos receber até 20 alunos por sala. Faremos sorteio com quem optar por vir para a escola.” Ela acredita que esta possibilidade já vai ser importante para o emocional dos estudantes. Além disso, a unidade fará avaliação diagnóstica para identificar possíveis desníveis nas turmas e, caso ocorra, ofertarão aulas em contraturno para que as dificuldades de aprendizado que ocorreram no ano passado, por conta da nova rotina de aulas exclusivamente remotas de março a outubro, sejam sanadas. “Acreditamos que, com maior interação, o aprendizado será melhor. O aproveitamento será maior.”