Ao todo, 236.163 imóveis em Goiânia geraram um imposto neste ano com aumento acima de 45% em relação ao valor de 2021, somando os edificados e os territoriais, com a atualização do Código Tributário Municipal (CTM), aprovado em setembro do ano passado. Este número é cerca da metade do total de imóveis que tiveram qualquer aumento no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e representa 31,45% de todos os 750.749 lançamentos feitos pela Secretaria Municipal de Finanças (Sefin). No geral, 477.250 imóveis tiveram qualquer tipo de reajuste, o que representa mais de 63% de toda a cidade.A nova lei limita o aumento em 45% sem prejuízo inflacionário, ou seja, esses proprietários vão pagar em 2022 o valor calculado no ano passado acrescido deste porcentual mais a inflação, que foi de 10,74%. Além disso, no próximo ano, para esses imóveis, este cálculo permanece, até que seja equiparado ao imposto calculado pela nova fórmula prevista na lei. O CTM de 2021 alterou as alíquotas cobradas, que passaram a variar de acordo com o valor venal do imóvel, que é o quanto a Sefin avalia cada local; e ainda o modelo de calcular esse valor (veja quadro). Desde o último dia 21, os boletos podem ser obtidos no site da Prefeitura.Quando o projeto foi aprovado na Câmara, em setembro do ano passado, o Paço Municipal divulgou a informação de que 51% dos imóveis residenciais teriam redução ou isenção do tributo neste ano. Para os imóveis comerciais, a redução seria para 21,5% dos contribuintes. No entanto, os números são diferentes dos apresentados agora. Estes dados foram obtidos pela reportagem por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), após diversos pedidos feitos formalmente à Sefin. A demanda pela lei foi feita no dia 13 de dezembro de 2021, dez dias após as solicitações realizadas à assessoria de imprensa do órgão. No dia seguinte, a ouvidoria da Controladoria Geral do Município (CGM) repassou o pedido oficial para a Sefin. De acordo com os documentos recebidos na manhã desta quarta-feira (26), a solicitação foi encaminhada pela chefe de gabinete do secretário Geraldo Lourenço no dia 21 de dezembro à Superintendência de Inteligência e Cobrança da pasta.No dia 3 deste mês, no documento assinado pelo superintendente José Franklin Coelho da Silva Neto, pelo gerente de análises e estatísticas Rhuan Pablo Batista Ferreira e o auditor de tributos Marcos Murta Tanure constam os dados solicitados. A informação é que entre este ano e 2021, Goiânia teve 8.289 novas inscrições que, claro, não podem ter os valores do imposto comparados. Além dos 477.250 imóveis com aumento de tributos, a cidade soma ainda 248.539 locais com redução no imposto e outros 16.671 cujo valor foi o mesmo do ano passado. Dentro deste total, 69.657 imóveis ficaram isentos da cobrança, a partir dos critérios estabelecidos pelo novo CTM.As informações chegaram ao gabinete da Sefin no dia 14, somando os 30 dias necessários para a resposta, de acordo com a lei. No entanto, os dados só foram entregues ao requerente no dia 26, com o atraso de 12 dias. O documento traz ainda que a Prefeitura estima arrecadar R$ 1,17 bilhão com o imposto neste ano. O valor é 25, 83% maior do que o estimado para 2021, quando todos os lançamentos somavam R$ 931 milhões. Para se ter uma ideia, com o novo CTM, descontando a inflação de 10,74%, a Sefin poderá ter um ganho real de 13%. A reportagem questionou a Sefin sobre os números obtidos pela LAI em razão da quantidade de imóveis com aumento, mas a secretaria não respondeu.