Em todo o País, de uma forma geral, pessoas com comorbidades (doenças que provocam aumento de risco para quem está com Covid-19) representam mais de 60% das mortes por complicações do coronavírus (Sars-CoV-2) e o número de integrantes deste grupo ultrapassa 17 milhões de pessoas. Apenas em Goiás, aproximadamente 616.561 pessoas com comorbidades e menos de 60 anos aguardam pela imunização contra a Covid-19. Por aqui, as mortes já são mais de 5 mil apenas de pessoas com alguma complicação listada (veja quadro abaixo), sendo as doenças cardiovasculares responsáveis pela maior parte dos casos, assim como no restante do Brasil.A lista de patologias incluídas no rol de prioridade para a vacinação foi alterada recentemente. O Ministério da Saúde incluiu as pessoas que vivem com HIV com CD4 acima de 350. Antes, só quem tinha essa contagem abaixo de 350 tinha prioridade. O CD4 é uma molécula do sistema imunológico. Baixas contagens significa mais vulnerabilidade para doenças oportunistas.Para a imunização, a recomendação do Ministério da Saúde é que indivíduos pertencentes a esses grupos estejam em pré-cadastros do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI). Quem não fizer parte deste cadastro, entretanto, poderá apresentar qualquer comprovante que demonstre pertencer a um destes grupos de risco. Os documentos podem ser exames, receitas, relatórios ou prescrições médicas. De forma adicional, podem ser utilizados cadastros já existentes em unidades de saúde do município. Nesta sexta-feira (16), o governador de Goiás Ronaldo Caiado (DEM) e o secretário de Estado de Saúde de Goiás, Ismael Alexandrino, afirmaram que a meta é vacinar idosos de até 60 anos até o fim do mês de abril para então dar início à imunização do grupo de pacientes com comorbidades. Apesar de grande parte das pessoas com comorbidade também estar inclusa no grupo de idosos, nos três primeiros meses deste ano, 21.580 pessoas que morreram por complicações da Covid-19 no Brasil e que tinham alguma das listadas, estavam abaixo dos 60 anos de idade. No Estado de Goiás, os números de óbitos com comorbidades podem ser ainda maiores que os apresentados pela Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) porque pelo menos 4,9 mil óbitos constam como dados ignorados. Isso significa que não foram checadas as possíveis complicações. O problema da qualidade do preenchimento das fichas de óbito, segundo a pasta, é recorrente. Ainda não há definição sobre como será a estratégia de ordem para este grupo. Se serão consideradas comorbidades por tipo mais idade ou ordem alfabética, por exemplo, como foi feito com idosos na capital. A decisão é tomada de forma coletiva com o Ministério da Saúde e todas elas são pactuadas pela Comissão Intergestores Bipartite (CIB), que reúne a SES-GO e o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado de Goiás (Cosems). -Imagem (1.2236143)