Atualizada às 12h23minMais um preso morreu na Casa de Prisão Provisória (CPP) do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, nesta quarta-feira (27). Segundo a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP), João Victor Nunes Araújo Guedes, de 27 anos, foi socorrido em uma cela do bloco 3 da Ala B e teve a morte constatada na enfermaria do local.Esta é a quarta morte na CPP em dois dias. Na manhã de terça-feira (26), um dia antes da morte de João Victor, três detentos foram encontrados mortos nas celas 2 e 6, no Bloco 1 da Ala B. A DGAP disse que João Victor foi retirado da cela no fim da tarde desta quarta, "após ação de policiais penais, que interviram em um tumulto que ocorria, onde, supostamente, o preso socorrido fora agredido pelos colegas de cela."A Administração Penitenciária disse ainda que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado, mas o detento já estava morto quando a equipe de socorristas chegou ao local.Leia também:- Polícia investiga três mortes de presos na CPP, em Aparecida de Goiânia- Dois dos três mortos na CPP cometeram crime juntos- Defensoria pede explicações à DGAP sobre mortes em CPP A Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Goiás (OAB-GO) vistoriou o local na tarde da última terça, mesmo dia em que os três presos foram encontrados mortos. Uma segunda visita foi realizada na quarta-feira, dia da morte de João Victor.De acordo com a CDH, durante a visita, os presos "alegaram que as mortes seriam uma suposta reação à reorganização do sistema, com a conseqüente movimentação de reeducandos entre as alas da unidade. Mencionaram, ainda, a hipótese de conflito entre facções internas." Além dessas alegações, os presos denunciaram à CDH da OAB-GO "restrições de direitos de visitação e de banho de sol."O delegado do Grupo de Investigações de Homicídios (GIH) de Aparecida de Goiânia, Rogério Moreira Bicalho, disse ao POPULAR que a morte foi constatada às 19 horas e o corpo tinha sinais de espancamento. O GIH vai ouvir os presos que estavam nas celas onde as mortes ocorreram e também os agentes prisionais que trabalhavam nos dias dos crimes. A investigação também aguarda os resultados dos laudos da Polícia Técnico-Científica.HistóricoJoão Victor foi preso em flagrante, em fevereiro deste ano, e era acusado de furtar duas furadeiras avaliadas em R$ 759,00 do supermercado Carrefour, em Goiânia, com sua companheira e filha. Ele também respondia a um processo por violência doméstica em Aparecida de Goiânia e por outro crime na Justiça do Pará.