-Imagem (1.2429735)Atualizada às 12h11.Dois professores foram presos na manhã desta quinta-feira (31) depois de manifestação em inauguração do Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Vila Areião, no Setor Pedro Ludovico, em Goiânia. Renato Regis e Hugo Rincon foram levados pela Guarda Civil Metropolitana (GCM) depois de confusão na saída do prefeito Rogério Cruz (Republicanos) do evento.Por volta de 10h30, dezenas de professores aguardavam na porta do Cmei, com cartazes, e gritando palavras de ordem para exigir que o prefeito marcasse uma data para negociação de proposta de reajuste salarial. A categoria está em greve desde o dia 15 deste mês.Vídeos enviados ao POPULAR registraram o momento em que o carro utilizado por Rogério Cruz e pela primeira-dama Thelma Cruz é cercado pelos manifestantes. O casal está próximo do veículo quando um manifestante joga água no veículo e outro sobe no capô do carro e anda sobre ele. Em seguida, esse manifestante é rendido por agentes da GCM, jogado no chão, e então começa uma confusão generalizada.Professores algemadosOs dois professores presos foram levados para a Central de Flagrantes, na Cidade Jardim. Vereadores que acompanham as demandas dos professores informaram que estavam indo para o local por volta das 11h. Os dois educadores chegaram algemados à delegacia.Presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Goiás (Sintego), Bia de Lima disse que esteve no Cmei, no início desta manhã, para tentar agendar com o prefeito uma reunião de negociação. Como não conseguiu, disse que foi embora. A presidente do Sintego ainda disse que muitos manifestantes optaram por ficar para acompanhar outras demandas.Bia de Lima disse que o grupo que permaneceu não faz parte do Sintego, mas de outro grupo de professores. As duas pessoas apontadas como lideranças deste grupo que permaneceu no Cmei não atenderam as ligações da reportagem. Prefeito posta na webEm seu perfil no Twitter, o prefeito Rogério Cruz lamentou "as cenas de desrespeito e violência gerados hoje por alguns manifestantes". Em outra postagem, ele afirmou que vai enviar ainda nesta quinta-feira (31) uma "proposta definitiva aos representantes de cerca de 30% dos profissionais".Lamento profundamente as cenas de desrespeito e violência gerados hoje por alguns manifestantes, que mancham uma categoria que exerce um trabalho tão nobre, que é ensinar pela educação e o bom exemplo.— Rogério Cruz (@rogerioodacruz) March 31, 2022Em nota, a prefeitura de Goiânia disse que o prefeito Rogério Cruz foi ameaçado quando conversava com uma professora. Ele teria sido "atacado por dois agressores, que atentaram contra sua integridade física". Mas não há relatos de qual teria sido a agressão. Confira a íntegra da notaNOTA PREFEITURA DE GOIÂNIAA Prefeitura de Goiânia lamenta, profundamente, as cenas de desrespeito e violência promovidas por alguns manifestantes nesta quinta-feira (31/03), durante a inauguração do Cmei Vila Areião. A Prefeitura de Goiânia trabalha para identificar os agressores e espera não se tratar de professores, cuja missão é atuar na transformação da sociedade pela educação, pelo exemplo, e pela defesa de uma sociedade consubstanciada na cultura da paz. Durante as duas horas de evento, houve livre manifestação na rua. Na saída, o prefeito Rogério Cruz parou para conversar com uma professora, quando foi atacado por dois agressores, que atentaram contra a sua integridade física. Enquanto um deles fazia ameaças, outro subiu no carro oficial e danificou o veículo — que está sendo deslocado para a Central de Flagrantes. Agentes da segurança pessoal do prefeito foram agredidos. Para conter os manifestantes e garantir a segurança do prefeito, agentes da Guarda Civil Metropolitana intervieram, com uso progressivo da força, para desobstruir a passagem do veículo. Dois homens foram detidos pela Guarda Civil Metropolitana e levados à Central de Flagrantes para os devidos registros de ocorrência.Repúdio às prisõesA diretoria do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg-Sindicato) emitiu nota manifestando repúdio após a prisão de dois professores da rede municipal de ensino da capital durante a manifestação. No comunicado, o Adufg afirma que tal ação “trata-se de mais um duro ataque ao direito de livre manifestação dos docentes.”Leia abaixo a nota na íntegra:A diretoria do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg-Sindicato) manifesta seu total repúdio à prisão arbitrária de dois professores da rede municipal de ensino de Goiânia, durante manifestação na inauguração do CMEI Vila Areião. Trata-se de mais um duro ataque ao direito de livre manifestação dos docentes, que aguardavam o prefeito Rogério Cruz para exigir o agendamento de uma data para negociação de proposta de reajuste salarial.Renato Regis e Hugo Rincon foram levados pela Guarda Civil Metropolitana (GCM) sem que tivessem cometido qualquer crime. A ação da GCM constrange toda a população e cria um clima de terror por meio da truculência.Para o Adufg-Sindicato, o direito à liberdade de expressão é fundamental em uma sociedade democrática e justa. Não preservar esse direito leva a construção de uma sociedade baseada no medo, de pensamento único e remontado à situações que levaram outras sociedades rumo ao fascismo. Portanto, a diretoria do Adufg-Sindicato pede a imediata libertação dos dois professores.Diretoria do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de GoiásLeia também:- Prefeitura de Goiânia oferece plano de carreira no lugar da data-base para servidores- Servidores da Educação de Goiânia em greve fazem ato em favor do Imas- Servidores da Educação declaram greve na rede municipal de Goiânia