Atualizada às 20h11 em 26/12/22O homem suspeito de matar sua mulher e depois forjar um cenário para alegar que ela havia tirado a própria vida, em Aparecida de Goiânia, foi solto na última quinta-feira (22), três dias antes do natal, após a prisão temporária que havia sido decretada contra ele perder a validade.Pedro Henrique Borges, de 26 anos, havia sido preso no dia 23 de novembro suspeito de matar Sarah Nunes Pereira, de 23. Porém, a prisão completou 30 dias na última semana, o que levou à sua soltura.Errata: Inicialmente, foi informado aqui que Pedro Henrique Borges foi solto no dia 24. No entanto, a soltura ocorreu no dia 22. A correção foi feita.Conforme apurado pelo POPULAR, Pedro Henrique havia sido preso em Minaçu e levado para a Central de Flagrantes de Aparecida de Goiás. De lá, ele foi transferido para a Casa do Albergado, em Goiânia, onde estava detido até a última semana.No entanto, uma vez que o homem estava sob prisão temporária de 30 dias, o prazo expirou, o que fez com que a defesa do homem, amparada pela Lei, entrasse em contato com a carceragem e solicitasse sua soltura.Uma vez que o caso ainda não foi analisado pelo Poder Judiciário (devido ao recesso), e Pedro Henrique foi solto pela força da perda de validade da prisão, o sistema aponta oficialmente como se ele ainda estivesse preso.À reportagem, a delegada responsável pelo caso, Bruna Coelho, informou que já concluiu o inquérito e o remeteu, no último dia 22, ao Poder Judiciário. Pedro Henrique foi indiciado pelo crime de feminicídio.Sobre a soltura do homem, a delegada destacou que, a partir de agora, uma nova possível prisão ou manutenção da liberdade dele depende do entendimento do Judiciário a partir da manifestação do Ministério Público.Guarda da filhaAinda conforme apurado pelo POPULAR, após ser solto, Pedro Henrique estaria tentando reaver sua filha para levá-la para a casa. No entanto, a criança está com a família de Sarah, que estaria se negando a entregar a menina para o homem por receio das informações levantadas pelas investigações, que apontam que Pedro Henrique teria matado a mulher, mãe de sua filha.O POPULAR entrou em contato com a defesa de Pedro Henrique Borges, o advogado criminalista Rodrigo Faustino, que afirmou que “a Justiça está sendo feita”, visto que seu cliente “é inocente de todas as acusações”. “Lembra que, o princípio da presunção de inocência tem seu destaque dentro da Constituição Federal, estabelecendo que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal de condenação. Pedro Henrique tem a guarda legal de sua filha e vai buscar os meios legais para defender o seu direito de pai”, concluiu.Suicídio forjado Na noite de 23 de setembro, Pedro Henrique Borges ligou para o Corpo de Bombeiros e para a Polícia Militar depois de, segundo ele, chegar em casa e se deparar com Sarah Nunes Pereira pendurada pelo pescoço no alpendre da residência, no Parque Hayala, em Aparecida de Goiânia. O homem ainda teria tentado salvá-la, desatando o nó e colocando a mulher no chão, mas já era tarde demais. O caso foi tratado inicialmente como um possível suicídio. No entanto, Pedro Henrique foi preso no dia 23 de novembro, dois meses depois, após um laudo apontar que na verdade Sarah havia sido assassinada e o indicando como principal suspeito.Conforme apurado com exclusividade pelo POPULAR, a perícia constatou que Sarah não tirou a própria vida, mas foi assassinada. O laudo aponta que a escoriação encontrada no pescoço de Sarah, causada pela morte por asfixia, não havia sido feita pela cinta, mas por um objeto mais fino.Além disso, a perícia apontou que a camada de poeira dos móveis ao redor do local onde ela foi encontrada, como a lavadora de roupas, estava intacta, sem marca de mãos, o que indica que a mulher não buscou nenhum apoio para atar a cinta ao pescoço e se dependurar. O fato tornaria inviável uma pessoa da estrutura física de Sarah de cometer o ato sozinha, sem se apoiar em algo para obter altura.O motivo do crime seria o fato de a mulher ter descoberto que Pedro Henrique tinha um caso extraconjugal. Sarah teria, inclusive, descoberto a identidade da amante do marido, mantendo contato com ela durante algum tempo, sem que ele soubesse. O casal chegou a terminar o relacionamento, mas reataram. No entanto, Pedro teria continuado secretamente com a amante.No dia do apontado crime, a mulher teria chegado em casa e, após ser conectar no WhatsApp pelo computador, flagrado o marido conversando com a amante. Foi quando uma discussão teve início. A suspeita é que ele tenha matado a mulher asfixiada durante a briga. Leia também:- Três homens foram presos suspeitos de matar uma pessoa e incendiar o carro dela, em Hidrolândia- Mãe da psicóloga que morreu durante exame desabafa: “como está sendo triste o meu Natal sem você”- Após empresário ser solto, outro investigado por fraudes em licitações de shows consegue liberdade