Continua internada na UTI pediátrica do Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), na região Noroeste de Goiânia, a menina Beatriz Santana Lopes, de 8 anos, atropelada na noite de domingo (14), na Vila Mutirão. Segundo sua mãe, Juliana Santana, que a acompanha, a menina ainda está entubada e sedada e os médicos devem tentar mais uma vez, neste domingo (21), retirar a sedação.Beatriz estava com a família na porta de casa comemorando o aniversário da avó quando decidiu atravessar a rua para ir a um campinho de futebol improvisado. Foi neste momento que uma Saveiro branca, que trafegava em alta velocidade pelas ruas estreitas do bairro, bateu na garota atirando-a a uma distância de 17 metros. Beatriz sofreu politraumatismo. Com fraturas no crânio e nas pernas foi submetida a cirurgia. O momento do impacto foi registrado por uma câmera de monitoramento do Colégio Estadual Edmundo Rocha, que fica ao lado da residência da família. Na condução do veículo estava um jovem de 21 anos que não parou para dar assistência. Seu advogado, Edson Vieira da Silva Júnior, disse que o rapaz não estava embriagado, tinha saído para comprar pão para a mãe e não parou temendo represálias da família. Mas várias testemunhas contaram que o jovem tinha passado o domingo bebendo numa festa em casa de amigos nas imediações. “Graças a Deus tem muitas testemunhas que viram ele bebendo. Ele mora na Vila Mutirão e a mãe dele no Jardim Curitiba, onde tem padaria. Ele mentiu. Logo após o acidente uma criança de dez anos contou que sabia onde ele morava, que ele quase tinha passado por cima dele e levou minha mãe lá. Ele estava ao telefone, ao lado da esposa, e ainda conversou com ela”, conta Juliana. A mãe de Beatriz disse que o advogado do motorista procurou a família e garantiu que seu cliente vai arcar com as despesas do tratamento. Juliana, que também é mãe de Anna Júlia, de 14 anos, disse ao POPULAR que não dorme nem come direito deste o atropelamento da filha. “Estou à base de calmantes. É muito ruim ver sua filha nessa situação, com ferros na perna, tubo, sonda e acesso venoso.” A menina que chegou em estado grave no Hugol, além dos procedimentos cirúrgicos e da entubação, precisou de doadores de sangue. A mãe está esperançosa de que o pior já passou.O caso está sob investigação da Delegacia Especializada em Crimes de Trânsito (Dict). De acordo com a mãe de Beatriz, a delegada Maíra Bicalho, que conduz o inquérito, informou ao advogado Edson Junior que esteve na Dict para discutir a apresentação do cliente que pretende, primeiro, ouvir todas as testemunhas antes de pegar o depoimento do atropelador. O advogado garante que o jovem nunca foi preso, possui residência fixa e trabalho lícito.