Era noite de Natal quando a Luiza Vitória Rocha, de apenas 8 anos, postou um vídeo dançando no aplicativo TikTok, utilizando a conta da mãe, a jornalista carioca Gisele Rocha, de 33 anos. Com nanismo diastrófico, um tipo raro, a menina não imaginava a repercussão do vídeo que viralizou com mais de 250 comentários debochando da sua condição física. Ela chegou a responder e pediu que as pessoas parassem, mas sem sucesso, mostrou pra mãe. Gisele denunciou os comentários e teve a conta banida no aplicativo. Em seguida, registrou um Boletim de Ocorrência virtual junto à Polícia Civil do Rio de Janeiro (RJ).“Assim de forma explícita foi a primeira vez que passamos por uma situação de preconceito. Sempre somos alvos de olhares nas ruas, mas nunca passou disso. A Luiza usava meu aplicativo e sempre fez vídeos. Na noite de Natal ela fez um e postou. Viralizou, mas quando vi os comentários, em sua maioria, eram negativos, debochando da sua condição física. Nesse momento, eu comecei a denunciar os comentários e respondê-los. Fui banida do aplicativo por descumprir as regras. Eu ainda estou bem chateada, querendo uma resposta do TikTok, acho que só assim, poderíamos ser ressarcidos moralmente. Fomos vítimas e não agressores”, explica a mãe, Gisele Rocha.A jornalista diz que a filha ainda não entendeu por completo a repercussão, mas respondeu inicialmente quando percebeu alguns comentários preconceituosos e irônicos. “Gente, parem com esses comentários. Eu estou triste”, disse a menina. “Ela não entende ainda a repercussão toda e disse que também tinha muita gente falando que ela era fofa e linda. O apoio é fundamental. São pessoas que se sensibilizaram com a nossa luta. Antes de postar eu não ia deixar mais ela ter TikTok. As pessoas me mostraram que a culpa não é da Luiza, e sim das outras pessoas”, completa Gisele.Por meio do Instagram e do Facebook, dezenas de compartilhamentos aconteceram em apoio à Luiza, após a mãe divulgar o ocorrido. Neste domingo (27), ela utilizou o perfil pessoal e o da filha para agradecer o apoio recebido. “Quero agradecer a todos pelo carinho, pelos compartilhamentos, e só compartilhei porque esse preconceito precisa acabar. A gente sabe que é uma utopia, mas precisamos lutar. E mesmo sabendo que o preconceito vai existir, a gente tem que lutar e colocar pra fora quando isso acontecer. Eu acredito no poder da inclusão. Na hora que aconteceu eu falei que ela não ia ter mais o TikTok, mas a Luiza passa o dia todo fazendo essas dancinhas e eu não me sinto no direito de tirar por causa de pessoas ruins. Ela vai ter a conta dela e vamos continuar usando o aplicativo. As pessoas com deficiência não têm que se esconder”, finalizou.O aplicativo foi procurado pelo O POPULAR por meio do e-mail disponibilizado no site para a imprensa mas ainda não houve resposta. O espaço para posicionamento permanece aberto. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Luiza Vitória Rocha (@luizavitoria_rocha)