Guilherme Alves de Carvalho tem apenas 9 anos e, há 2, enfrenta um diagnóstico de leucemia. Há espera por meses de um tratamento de alto custo pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a família da criança conseguiu, na Justiça, uma determinação para que o Estado de Goiás realizasse o custeio imediato. No entanto, até a tarde desta terça-feira (26), Guilherme, que está internado no Hospital Araújo Jorge, ainda não teve acesso ao remédio.Recentemente, foi descoberta uma complicação no quadro do menino. A doença já comprometeu 90% da medula de Guilherme. Agora, a família corre contra o tempo para conseguir realizar o transplante.Antes de passar pela cirurgia, Guilherme deve ser submetido ao tratamento que conseguiu na Justiça no dia 12 de julho, após decisão do juiz Paulo Ernane Moreira Barros, da 6ª Vara Federal Cível da Justiça Federal da SJGO. A mãe da criança, Danielle Carvalho, conta que o processo judicial se deu por meio da Defensoria Pública, mas que o acesso à informação é muito restrito. “Quando vamos na Defensoria para saber como está o andamento, não sabem ao certo nos informar. Não entendo termos jurídicos. Sempre mando e-mails perguntando. Não sabemos se seremos nós a comprar o medicamento ou se será fornecido pelo governo”, conta.Leia também:- “Crianças respondem melhor ao tratamento contra leucemia”, diz especialista- Leucemia é tema de campanha que alerta sobre importância do diagnóstico precoce- Fevereiro marca campanha de incentivo à doação de medulaAvanço da doença“Precisamos demais da medicação. Ele já está com 90% da medula comprometida e a doença está avançando muito rápido. O medo é de não dar tempo”, desabafa a mãe, que completa: “Tem sido dias muito angustiantes”.Segundo Danielle, a família acreditava que a maior dificuldade seria conseguir um doador de medula, no entanto, uma das irmãs de Guilherme é 100% compatível. “Já fizemos a consulta em São José do Rio Preto, onde ele fará a cirurgia. Fizemos os exames e estamos só esperando por essa medicação”, informa.Ela conta que antes da última internação, Guilherme já havia passado 25 dias no hospital. No entanto, após retornar para casa, voltou a sentir muitas dores no corpo, especialmente fisgadas no queixo.Foi aí que a médica decidiu fazer novos exames e descobriu o avanço da leucemia, apesar da quimioterapia. “Mesmo com o tratamento, a doença conseguiu crescer”, diz a mãe.A reportagem entrou em contato com a Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO), que informou que “por decisão judicial, o valor da causa já foi concedido e seu repasse será feito diretamente ao paciente, pelo Judiciário”.