Mensagens encontradas no celular do advogado Emerson Thadeu Vita Ferreira em conversa com o assistente de juiz Carlos Eduardo Moraes Nunes, servidor da 3ª Vara Criminal de Goiânia, mostram, de acordo com nota divulgada pelo Tribunal de Justiça de Goiás, "que existe intimidade entre os investigados e que a negociação de vantagens entre eles era constante". Ambos foram presos na quarta-feira (3) durante a Operação Antídoto, realizada pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) contra integrantes da facção Comando Vermelho. O titular da 3ª Vara Criminal de Goiânia é o juiz Alexandre Bizzotto. Segundo o TJ, "até o presente momento não há nenhum indício do envolvimento do magistrado" com o esquema. Conforme aponta a Draco, o então assistente judicial repassava informações sigilosas, mediante promessa de vantagem econômica, de processos e investigações contra os líderes da facção criminosa. Na análise das mensagens, os investigadores constatarm que, em algumas passagens das conversas, eles se desentenderam, “ficando claro que não se tratava da primeira tratativa havida entre os dois”. "Papai"De acordo com as investigações, Vita é subordinado ao líder da facção, André Luiz de Oliveira Lima, tanto que se refere a ele como “papai”. Consta nos autos que o advogado teria, também, envolvimento com lavagem de dinheiro para o grupo e ajudado a planejar a fuga de um dos integrantes, que estava detido no complexo prisional de Aparecida de Goiânia.Ao ser ouvido, Vita afirmou que Nunes o procurou e solicitou dinheiro em troca de decisões favoráveis aos líderes grupo criminoso, uma vez que atua como assessor na 3ª Vara Criminal de Goiânia, unidade na qual tramitam importantes ações penais contra os integrantes. O investigado contou, ainda, que apenas armazenou as conversas para sua segurança.Vita e Nunes passaram por audiência de Custódia na tarde de ontem, mas deixaram o Fórum Criminal sem falar com a imprensa. A reportagem ligou para o escritório de Emerson Vita, entretanto não conseguiu contato com o advogado dele. A defesa de Carlos Eduardo não foi localizada. Familiares do assessor que aguardavam do lado de fora da audiência de custódia preferiram não se pronunciar.-Imagem (Image_1.1769027)-Imagem (1.1769410)