A Metrobus, empresa de economia mista que detém a concessão da operação do Eixo Anhanguera e suas extensões, acatou parcialmente a recomendação feita pela promotora Leila Maria de Oliveira, da 50ª Promotoria de Justiça do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), e adiou o edital de licitação para o aluguel de 114 ônibus elétricos. Na segunda-feira (25), o documento emitido ao presidente da empresa, Francisco Caldas, era de suspensão imediata do Pregão Eletrônico até a conclusão do estudo de viabilidade econômico-financeira realizado pelo Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO). No entanto, a escolha foi por adiar a licitação, que ocorreria no dia 4 de maio, para o dia 6 de junho.O informe de adiamento foi assinado no fim da tarde de quinta-feira (28) e publicado na sexta-feira (29). Um novo edital também foi realizado pela Metrobus, mas a única mudança é com relação à data de realização do Pregão Eletrônico. O documento continua informando a intenção de alugar 114 ônibus elétricos por um prazo de 16 anos e no valor global de R$ 1.460.726.096,76, ou seja, cada veículo custaria mensalmente R$ 69.594,84. O objeto da licitação inclui também a manutenção integral dos veículos, a implantação e instalação da infraestrutura de recarga e suporte, e a adaptação da estrutura da oficina e garagem da Metrobus. Na recomendação, a promotora alegou que a empresa deveria demonstrar a vantagem de alugar os veículos ao invés de adquiri-los. O edital do pregão informa que há vantagem na locação pela viabilidade de manutenção, visto a dificuldade de encontrar peças e oficinas responsáveis pelo tipo de ônibus, mas não existe um demonstrativo financeiro ou planilha que comprova um custo mais reduzido, como deveria ter, segundo a promotora. Quando o edital foi divulgado, no dia 2 de abril, o secretário-geral de Governadoria, Adriano da Rocha Lima, afirmou que havia vantagem para o Estado no aluguel dos ônibus visto que, no mercado, cada um deles tem o custo aproximado de R$ 3,4 milhões. Ele disse ainda, na época, que o custo de manutenção do ônibus elétrico é mais barata do que em relação aos veículos a combustão. O Estado de Goiás ainda deve arcar, com o novo edital, com o custo da energia elétrica para abastecer os ônibus, que está estimado em R$ 3 mil por mês para cada um. Rocha Lima contou ainda que a estimativa de custo de combustíveis para os ônibus a óleo diesel é de cerca de R$ 15 mil mensais. Outro ponto é a questão do prazo do contrato em 16 anos, já que a concessão da Metrobus vence daqui a 9 anos. Recentemente, a Câmara Deliberativa de Transportes Coletivos (CDTC), que é presidida por Rocha Lima, aprovou deliberação em que determina que a empresa sucessora da concessão do Eixo Anhanguera permaneça com os contratos.O artigo foi até mesmo questionado pelo representante de Aparecida de Goiânia na CDTC, o procurador do município, Fábio Camargo. Ele disse, à época, que não faria sentido uma empresa ter de arcar com qualquer contrato assinado pela anterior, já que haveria a possibilidade de que um outro fornecedor tenha um custo mais favorável à operação. A recomendação do MP completa ainda com o questionamento sobre como ficaria a planilha de custos da empresa, já que não haveria o gasto com óleo diesel, componente cuja variação do valor é utilizado no cálculo de reajuste tarifário anual. Válido lembrar que a aprovação da CDTC para o uso dos ônibus elétricos é restrita à Metrobus e ao Eixo Anhanguera e suas extensões. Na resposta dada ao MP, a concessionária garante que vai responder aos questionamentos da promotora em até 20 dias e reforça que o processo foi feito de forma transparente, depois de uma consulta pública e em parceria com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Inovação (Sedi) e com a Controladoria-Geral do Estado (CGE).O documento assinado pelo presidente Francisco Caldas alertou sobre a necessidade de uma solução rápida para o andamento do pregão, visto a situação precária da atual frota da empresa. A previsão inicial era que os primeiros veículos chegassem a Goiânia até agosto. O novo edital mantém a previsão de 15 ônibus até o final do ano.