Depois da contaminação do Rio dos Bois, em Campos Verdes, a mineradora Maracá terá de pagar pelos exames médicos de 1.526 moradores da cidade. O rio é o principal responsável pelo abastecimento da cidade e um laudo comprovou que o manancial está contaminado com metais pesados. Com isso, os moradores passaram a apresentar febre, dor de cabeça e reações gastrointestinais. A empresa ainda terá de providenciar ações para garantir a segurança do sistema de segurança da barragem de rejeitos.Outro problema identificado foi a morte de peixes. Um relatório da Secretaria Municipal de Saúde da cidade foi apresentado à justiça com base no laudo técnico da Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago). O documento atesta que “o consumo diário dessa água contaminada” provocou “aumento recorrente de pacientes” com várias doenças por causa de nove metais pesados.A Mineradora Maracá Indústria e Comércio, da multinacional sueco-canadense Lundin Mining, recebeu no 30 de julho a decisão sobre o caso. Em nota, afirma que “a Companhia rejeita as alegações de impactos ambientais e à saúde e se defenderá judicialmente.” Diz também que “a empresa reitera seu profundo compromisso com práticas de mineração responsáveis em conformidade com todas as leis e regulamentos aplicáveis e está focada na gestão ambiental da água, ar, terra e biodiversidade nas proximidades da mina de Chapada.”Todas as idadesO prefeito da cidade, Haroldo Naves (MDB) detalha que a contaminação tem trazido este problema, que ainda não se sabe quando terminará. Ele diz que pessoas de todas as idades já apresentaram os sintomas. Além disso, diz que a mortandade de peixes também tem preocupado. Desde o final do ano passado são encontrados peixes mortos no rio. O relatório que mostra a contaminação é de maio, dois meses depois do laudo técnico da Saneago ser apresentado.O rio, segundo relata, está com cheio e cor diferentes do normal, apresenta lodo e ficou barrenta. A população ribeirinha está sendo monitorada pela prefeitura. Cerca de 100 famílias precisam buscar água em poços artesianos por não haver condição de usar a água do rio para consumo. Eles também deixaram de consumir os peixes pescados no local.Nota da mineradora MaracáNo início de julho de 2022, a Mineração Maracá Indústria e Comércio S/A, proprietária e operadora da mina de cobre-ouro Chapada (a “Companhia”), foi notificada de ação movida pela Prefeitura de Campos Verde alegando impactos ambientais e à saúde sobre a comunidade e seus moradores. Campos Verde está localizado a aproximadamente 50 km da mina da Chapada. A Companhia rejeita as alegações de impactos ambientais e à saúde e se defenderá judicialmente.A Empresa também está fornecendo informações adicionais publicamente disponíveis sobre suas operações ao Município, pois muitas das alegações feitas parecem ser baseadas em um mal-entendido ou má caracterização das atividades e infraestrutura da Empresa, todas as quais estão devidamente licenciadas e são regularmente inspecionadas pelas autoridades estaduais e federais.A empresa reitera seu profundo compromisso com práticas de mineração responsáveis em conformidade com todas as leis e regulamentos aplicáveis e está focada na gestão ambiental da água, ar, terra e biodiversidade nas proximidades da mina de Chapada.Leia também:- Ponte centenária é corroída pelo tempo em Pires do Rio, em Goiás- Fazendeiro que desmatou 302 hectares no Parque das Emas é multado em R$ 602 mil-Imagem (1.2505290)