O monumento à Paz Mundial, do artista plástico Siron Franco, que fica instalado no Bosque dos Buritis, no Setor Oeste, em Goiânia, amanheceu vandalizado nesta sexta-feira (16). A obra feita em concreto recebeu desenhos nas laterais e pichações. É a primeira vez que o trabalho sofre depredação desde sua inauguração.Construída em 1988, a escultura feita em forma de ampulheta, visa mostrar a possibilidade de união de todos os povos em torno de um projeto de paz. Tem cinco metros de altura e pesa 50 toneladas. No centro existe um espaço com terras provenientes de vários países. Austrália, Israel, Holanda, Gana, Portugal, Suécia, Uruguai e a ex-URSS foram os primeiros países a enviar amostras de seus solos. A obra traz consigo os seguintes dizeres: "A Terra é um só país, e os seres humanos seus cidadãos".“É muito triste, uma falta de respeito. No monumento tem terras de vários países que levaram tempo para chegar no Brasil. O meu trabalho tem um outro recolhimento fora do Brasil. Fico perplexo com esses atos contra a arte. Até hoje não acredito que destruíram o Monumento às Nações Indígenas”, comenta Siron Franco.Uma segunda peça da ampulheta foi instalada no Rio de Janeiro, em 1992, na época da conferência Eco-92 (Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento). O monumento passou por uma restauração em junho de 2021 por conta da deterioração provocada pela exposição ao tempo e para participar da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.A obra de Siron Franco sofre com vandalismo há muitos anos. O Monumento às Nações Indígenas, levantado em 1992, um conjunto de 500 colunas de cimento de 2,10 metros de altura cada, distribuídas em uma área de 10 mil km2, formando o mapa do Brasil, no Setor Buriti Sereno, em Aparecida de Goiânia, por exemplo, foi totalmente destruído. O lugar hoje está abandonado.Em 2016, o monumento Caleidoscópio do artista, na Praça Cívica, foi alvo de vandalismo. Uma espécie de tinta misturada com ácido foi jogada em um dos painéis da escultura e respingou nas seis peças espelhadas que representam figuras indígenas e de crianças.Outro monumento destruído ao longo da carreira de Siron foi o painel Rupestre Brasileiro, instalado em um paredão concretado em frente ao Dique do Tororó, um dos pontos turísticos de Salvador (BA), criado em 2002. Siron desenvolveu 454 peças em alumínio estilizadas a partir de pinturas encontradas em sítios arqueológicos de Goiás e do sudoeste da Bahia, nas margens do rio Corrente e na Serra do Ramalho. Em 10 anos, todas as peças foram roubadas.Leia também: Moradores pedem vistorias após queda de gameleira no setor Jaó, em GoiâniaTerminal Isidória sofre vandalismo no primeiro dia de funcionamento-Imagem (1.2530783)-Imagem (1.2530779)