Morreu neste sábado (19), em Goiânia, Maria Geralda de Almeida, aos 74 anos, docente aposentada do Instituto de Estudos Socioambientais (Iesa) da Universidade Federal de Goiás (UFG), onde ingressou em 1999 e continuava como pesquisadora e professora voluntária. Com esclerose múltipla, ela tornou pública sua convivência com a doença. Internada recentemente para tratar uma infecção, ela não resistiu ao agravamento da doença.Maria Geralda de Almeida, que chegou a presidir a Associação dos Portadores de Doenças Neurológicas do HC/UFG, contou ao jornal da instituição que percebeu os primeiros sintomas da esclerose múltipla, tremores no maxilar, quando ministrava aulas. “Sempre me lembro que eu é quem tenho esclerose múltipla, não é ela que me tem. Então, quem a gerencia e a enfrenta sou eu, e faço tudo para que ela não passe a dominar a minha vida. É uma negociação permanente para ter qualidade de vida”, afirmou na ocasião.Com pós-doc em Geografia Humana, Maria Geralda foi presidente da Associação Nacional de Pós graduação e Pesquisa em Geografia (ANPEGE) de 2009 a 2011. Nos últimos anos era professora colaboradora da Universidade Federal de Sergipe e integrante do Programa de Docência Voluntária da UFG, onde era pesquisadora do Laboratório Estudos e Pesquisas das Dinâmicas Territoriais (Laboter) e junto ao CNPq, com o Grupo de Pesquisa em Geografia Cultural: territórios e identidade. Em nota, a UFG lamentou a morte de Maria Geralda de Almeida, ressaltando sua dedicação e estudos exaustivos das tradições dos povos do Cerrado. Caio Sena, orientando dela, escreveu em suas redes sociais: “Muito do que sou, na Geografia e na vida, foi inspirado em você. Obrigado por me ensinar a ver além. Obrigado por aceitar orientar sonhos que muitos não topariam.” Caio disse ao POPULAR que Maria Geralda foi uma das grandes pesquisadoras da UFG e do Brasil na área da Geografia, tendo trabalhado durante anos com comunidades tradicionais e sensíveis. “Uma mulher bem a frente do seu tempo!”, comentou.O velório de Maria Geralda ocorre neste domingo (20), no Complexo Vale do Cerrado, até às 18 horas. Seu corpo será cremado e as cinzas encaminhadas para Montes Claros (MG), sua terra natal.