Atualizada às 13h11.A morte do jornalista e escritor Washington Novaes aos 86 anos está comovendo autoridades, colegas de profissão, políticos e instituições. Novaes estava internado desde quinta-feira (20) na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Encore, em Aparecida de Goiânia. Ele morreu na madrugada desta terça-feira (25).Novaes foi diagnosticado com um tumor no intestino há alguns meses e vinha se tratando, mas por decisão médica foi submetido a uma intervenção cirúrgica, mas teve complicações pós-operatória. Um dos filhos do jornalista, Pedro Novaes, explicou que está esperando os irmãos, que moram no Rio de Janeiro, chegarem para definirem sobre o velório e sepultamento do pai.O jornalista deixa a mulher Virgínia e os filhos Pedro, João, Marcelo e Guilherme.Veja algumas manifestações:Perdemos uma referência no jornalismo ambiental. Depois de muito lutar contra um câncer no intestino, Washington Novaes nos deixou aos 86 anos. Meus sentimentos a toda família e aos amigos. O jornalista André Trigueiro disse nas redes sociais que o Brasil perdeu um gigante do jornalismo, o mais importante pioneiro do jornalismo ambiental do país. Para o jornalista da TV Globo, especializado na área ambiental, Washington Novaes foi um mestre, além de amigo. “Tudo o que sou nesta profissão, na área ambiental, devo ao exemplo, à contundência e à coragem do mestre Washington Novaes.”Para André Trigueiro, a trajetória de Washington Novaes abriu caminho para várias gerações de jornalistas “que entenderam ser possível sem prejuízo da isenção e da imparcialidade, denunciar o que não pode ser objeto de qualquer dúvida: a defesa da vida, do meio ambiente e dos direitos das comunidades indígenas.”O Observatório do Clima também lamentou a partida de Washington Novaes. “Perdemos nosso amigo e inspirador Washington Novaes, um gigante do jornalismo e um defensor consistente e brilhante da causa ambiental e indígena. Lamentamos profundamente sua morte e transmitimos nossos sentimentos à família.”O historiador Nasr Fayad Chaul, que contou com o apoio de Washigton Novaes em várias edições do Festival Internacional do Cinema Ambiental (Fica), quando conduzia a então Agência Goiana de Cultura Pedro Ludovico Teixeira (Agepel), disse que todos nós perdemos: “o jornalismo, a Amazônia, o Cerrado e os índios”.Em nota, o Governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM) afirmou que ele e sua esposa, Gracinha Caiado, receberam “com imenso pesar a notícia do falecimento do jornalista, ambientalista e escritor Washington Novaes. Profissional reconhecido pela relevante dedicação e luta pelo meio ambiente, paulista, morava em Goiânia há quase quatro décadas. Atuou como jornalista e colunista nas principais publicações brasileiras e também deixou sua contribuição em emissoras e redes de TV. Conquistou diversos prêmios nacionais e internacionais, e teve grande parte dos seus trabalhos voltada para temas pelos quais era um apaixonado defensor, como a Amazônia. Sua luta também foi marcada pela defesa do Cerrado e dos povos indígenas brasileiros.”Ainda de acordo com a nota, “trata-se de uma grande perda para o jornalismo, meio ambiente, cultura, e toda sociedade. Que suas obras e incalculáveis contribuições deixadas sigam a alcançar cada vez mais pessoas e a transformar realidades. Aos familiares e amigos, deixamos nossas condolências, solidariedade e orações. Que Deus possa a todos confortar nesse momento de imensa dor e tristeza”, finaliza Caiado.Repórter da TV Globo, Marcelo Canellas disse que o Cerrado, a Amazônia e sobretudo os povos indígenas do Brasil perderam um de seus maiores defensores. “Tive a honra de conhecê-lo e discutir ideias com ele. Era a nossa grande referência em jornalismo ambiental. A floresta está em luto.”“Toda reverência a Washington Novaes e ao incansável serviço que ele prestou ao Brasil”, comentou a também jornalista Mônica Waldvogel.Presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), o deputado Lissauer Vieira disse que o jornalista e escritor foi uma referência do jornalismo ambiental e figura respeitada pelos principais veículos de comunicação do País. “Seu legado permanecerá!”O deputado federal Daniel Vilela (MDB) lembrou que Washington Novaes foi secretário de Meio Ambiente no Distrito Federal “e se notabilizou, a vida toda, como uma mente visionária, sempre inquieta em busca de mais conhecimento sobre o tema que lhe despertava tanta paixão”.Líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede Sustentabilidade) disse que recebeu com tristeza a notícia da “partida do inspirador Washington Novaes”. Para o senador do Amapá, “além de ser um grande jornalista, Novaes era um defensor dedicado da causa ambiental e indígena”.Em seu perfil no Instagram, o vice-governador de Goiás, Lincoln Tejota (Cidadania) também lamentou a morte do jornalista. “Goiás perdeu um dos nomes mais importantes da sua história cultural e ambiental. Morreu ontem o jornalista Washington Novaes, conhecido internacionalmente pela defesa da Amazônia, do Cerrado e dos povos indígenas. Trabalhou nos principais jornais e TVs do Brasil e deixa um legado enorme para a área cultural do nosso país. À família de Washington, meus pêsames. Que Deus conforte o coração de vocês. E agradecemos imensamente pelo trabalho que Washington deixou para Goiás e para todos os brasileiros.”Sociólogo e professor do Programa de Ciência Ambiental da Universidade de São Paulo (USP), Ricardo Abramovay lembrou que “para Washington Novaes não fazia sentido um Ministério do Meio Ambiente, porque meio ambiente não é uma parte, um setor, um aspecto e sim a maneira como nos relacionamos com a natureza e entre nós. É o cerne da política econômica”. Abramovay é autor do livro Amazônia: Por uma Economia do Conhecimento da Natureza.Carlos Minc, deputado estadual do Rio de Janeiro pelo PSB, que também é geógrafo e ambientalista e ocupou a cadeira de secretário do Meio Ambiente do Rio de Janeiro e de ministro do Meio ambiente, afirmou que conheceu bem Washington Novaes. “Investigativo, incisivo, apaixonado pela Ecologia e por gente. Quanta tristeza! Fará companhia a Betinho, Chico Mendes e Alfredo Sirkis nos protegendo nestes tempos predatórios de queimadas, desmatamento e negacionismo climático!.”O artista plástico Siron Franco foi uma pessoa sempre muito próxima de Washington Novaes desde a sua chegada a Goiás no início dos anos 80. Ele foi responsável pela produção de arte de todos os documentários assinados pelo jornalista. “A morte dele deixa um vazio imenso, mas também um legado fantástico para o país que está à disposição de todos, é só usar. O que ele fez tem de estar nas escolas, precisa ser apresentado para crianças e adolescentes. Só vamos mudar o planeta investindo na educação. Tenho muita gratidão. Ele me proporcionou participar dessa jornada tão importante para o meio ambiente do país, disse Siron Franco ao POPULAR.