Um motorista de aplicativo foi indiciado pela Polícia Civil do Estado de Goiás (PC-GO) por homicídio culposo (quando não há intenção em matar) pelo atropelamento de Ana Pereira, em Aparecida de Goiânia. O acidente aconteceu no dia 30 de outubro deste ano e Ana morreu no local sem receber nenhum socorro. Antes de ser morta, a mulher estava sendo agredida pelo então companheiro. O inquérito foi encerrado nesta quinta-feira (13), pela delegada Luiza Veneranda, da 1ª Delegacia Distrital de Polícia (DDP) de Aparecida de Goiânia. Ao POPULAR, a investigadora informou que o motorista do aplicativo não conhecia a mulher e nem o companheiro dela e que o caso foi uma fatalidade. Contudo, o homem possui agravantes no processo, pois além de estar no exercício da profissão (motorista de aplicativo), ele deixou de prestar socorro à vítima. Leia também:- Homem é morto durante briga por acidente de trânsito em Nerópolis, diz PM- Ônibus escolar capota e deixa 13 pessoas feridas na GO-164, em Quirinópolis- Polícia destrói balsas usadas em garimpo ilegal em rio de Goiás, e suspeitos fogem pela mata; vídeo“Por imprudência, ele acabou ocasionando o resultado (morte da vítima). Foi homicídio culposo por duas majorantes. A primeira, por ele não prestar socorro, visto que ele poderia ter parado na rua e não teria nenhum risco naquela situação, como ser atacado por populares, já que ao local estava vazio. E segundo, porque ele ocasionou o acidente no exercício de sua atividade profissional. E este não é um comportamento que você espera de alguém profissional”, explicou a delegada. Além disso, Veneranda pediu que o homem fosse proibido de dirigir, pois a PC-GO realizou um levantamento de multas recebidas por ele entre 2021 e 2022 e conseguiu encontrar seis infrações por excesso de velocidade. Violência doméstica Antes de ser atropelada, Ana Pereira estava sendo vítima de diversas violências. Ao ouvir 11 testemunhas, a delegada identificou que a mulher era vítima de agressões físicas, morais, psicológicas e financeiras. O ex-companheiro foi indiciado pelos crimes de lesão corporal no âmbito da violência doméstica, omissão de socorro, injúria e ameaça. Veneranda explica que a mulher não se alimentava direito porque o homem não deixava e que ela chegou a ter um corte químico (quando há uma agressão extrema aos fios do cabelo) de propósito. A mulher também era obrigada a entregar todo o seu salário para o ex-companheiro. “Ela chegou a pedir para que sua patroa não depositasse o dinheiro em conta bancária, mas que entregasse o salário em mãos”, dessa forma, sendo mais fácil esconder o que recebia. O inquérito foi encaminhado à Vara Criminal de Aparecida de Goiânia.