Se há boa intenção, não é assim que a hashtag #meaculpa (mea-culpa) está sendo vista, principalmente, por mulheres nas redes sociais. O assunto foi mostrado em reportagem do jornal O Globo, neste domingo (8), quando homens, encabeçados por artistas, psicólogos e intelectuais, decidiram se posicionar em relação ao movimento feminista.Em solidariedade às mulheres, que inundaram a internet com relatos de assédio e abuso sexual seguidos da hashtag #primeiroassedio, na última semana, reconhecendo os erros que cometeram no passado ou denunciando o machismo do cotidiano, eles procuram se posicionar sobre a questão fazendo um mea-culpa.A iniciativa do #meaculpa teria como norte potencializar a reflexão em relação aos direitos das mulheres e a liberdade do corpo feminino, bem como de coibir o comportamento machista e seus reflexos na sociedade.Contudo, os pedidos de desculpas causaram indignação a algumas internautas já que, em alguns casos, os homens admitiram o comportamento abusivo.Brasil é o quinto do mundo no número de assassinato de mulheres. Mas bora jogar confete em moço que falar que foi abusador. #meaculpa— Elza (@senhoritaelza) November 9, 2015 “Honestamente, me recuso a falar sobre feministos (homens feministas), um dos piores tipos de macho que existe, até porque achei que a gente já tivesse superado essa fase. Então, serei breve: assédio sexual não é caso de arrependimento e choro do culpado, é caso de polícia. A culpa é sua, brother. Tá arrependido vai na delegacia e se entrega ”, desabafou Queila Psappho, em legenda de foto em seu Facebook, em que empunha as hashtags #meaculpa e #vaipradelegacia.Relato detalhado de abuso não é solidariedade, é enaltecimento #MeaCulpa— mari messias (@marimessias) November 9, 2015A discussão em torno do direito da mulher acabou ganhando mais força por causa de episódios recentes. A redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) teve como tema a violência contra a mulher. A mobilização cresceu com a repercussão de tuítes com conteúdo pedófilo a respeito de uma participante de 12 anos do programa “MasterChef Júnior”, da Band. Foi o caso da garota que inspirou a criação da hashtag #primeiroassedio.