A Polícia Civil investiga o caso de uma mulher que jogou soda no rosto de um homem em Aparecida de Goiânia no último sábado (4), no Jardim Buriti Sereno. Rafael Rosa de Oliveira, de 22 anos, afirma que a mulher, Mailza Lopes Coelho, de 35 anos, não teria aceitado o fim do relacionamento. A suspeita, por sua vez, alega que está gravida do ex e que sofria violência física e psicológica.As duas versões serão investigadas pela Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam) de Aparecida e Mailza conseguiu uma medida protetiva para que Rafael não se aproxime dela.Para a polícia, Rafael disse que, no sábado (4), ele teria saído de casa logo após terminarem o relacionamento e foi pra casa de um amigo. No mesmo dia, por volta de meia-noite diz que a ex chegou à casa e o chamou para conversar. O lote tem várias residências e Mailza entrou quando um dos vizinhos abriu o portão.Para a Polícia Civil, Rafael disse que os dois foram para o lado de fora do imóvel conversar e que ela queria reatar a relação. A ex carregava a soda na bolsa e saiu do local logo depois de jogar no rosto dele.O jovem foi socorrido pelo amigo e encaminhado ao Hospital de Queimaduras, em Goiânia. Na noite de domingo, após deixar a unidade de saúde, acionou a Polícia Militar para que fosse até à casa em que os dois moravam retirar seus pertences. Acompanhado dos PMs e da mãe, pegou as próprias coisas da casa e foi orientado a procurar uma delegacia e registrar o que tinha acontecido.Rafael foi ao 4º DP, que é o distrito da região. Quando chegou lá, entretanto, descobriu que Mailza havia registrado um boletim dizendo que sofria violência física e psicológica. O caso então passaria a ser investigado pela Delegacia da Mulher.Mulher diz que era vítima de violênciaTitular da Deam de Aparecida, Cybelle Tristão explica que a versão da mulher é diferente. Em depoimento, Mailza diz que vivia uma união estável com Rafael há um ano e que desde que engravidou, há três meses, o relacionamento não estava bem.Em depoimento, ela disse que era ofendida com palavras e que o então companheiro a chamava de feia, dizia que ela estava feia grávida e que já teria sido agredida, ficando, inclusive, com hematomas nos braços. Também afirmou ter sido ameaçada de morte, mas que na tentativa de salvar o relacionamento, nunca procurou a polícia. Costureira em uma loja de colchões, alegou que Rafael tinha muito ciúme do ambiente de trabalho dela por conta da quantidade de funcionários homens.Versão de homem é oposta“A versão dele é completamente diferente. Ele diz que a mulher era extremamente ciumenta e que tentou romper várias vezes, mas que ela não aceitava. Diz que a relação entre eles estava praticamente acabada, que dormiam em quartos separados e que tinha decidido permanecer na mesma residência para ajudar com os cuidados do bebê. Contou que por vezes tentou fazer as malas, mas que ela não aceitava o fim. Conta que chegou a ser agredido com um capacete”, afirma a delegada.Cybelle diz que entre os episódios relatados pelo homem, um envolve a academia que ambos frequentavam. Com o início da gravidez ela tinha decidido não malhar mais, mas não queria que Rafael continuasse a ir, por ciúmes. “O que chama atenção é que ela só registrou ocorrência contra ele depois de jogar o ácido no rosto de Rafael. Temos várias testemunhas do dia do fato e também vamos ouvir outras pessoas para entender como era a relação do casal e analisar os dois lados da história.”A explicação para a soda na bolsaMailza disse à polícia que fazia, em casa sabão caseiro e que por sair de casa muito cedo, por volta de 4 horas da manhã, mantinha um frasco em sua bolsa para usar em legítima defesa no caso de tentativas de assalto ou estupro. Rafael alega que a história do sabão caseiro não existe e que ela nem sabe o processo de produção. Diz, entretanto, que já tinha visto o frasco em casa e que perguntou para ela pra que seria. Na ocasião, ela teria dito que seria para fabricar sabão.Durante depoimento, a mulher falou que na sexta-feira (3), estaria fazendo um sabão caseiro e para isso dissolveu soda antes da preparação. Ela contou aos policiais que Rafael teria começado a lhe ofender dizendo que ela estaria traindo ele e insinuando que tinha relações sexuais com colegas de trabalho.Além disso, ela diz que foi xingada de puta, prostituta e vagabunda e em seguida ele teria apertado o pescoço dela com força, mas sem deixar marcas. Ao sair para a casa de um amigo, o homem teria deixado um bilhete em cima da cama dizendo para ela ‘não deixar a raiva destruir o relacionamento do casal e que se realmente gostava dele, fosse lá atrás dele’. O bilhete não foi, até o momento, apresentado para a polícia porque a mulher não foi intimada a depor novamente.A briga tem duas versõesNa porta da casa do amigo, Mailza disse que foi novamente xingada de doida, desgraçada e outras palavras ofensivas. Ela alega que Rafael tentou enforca-la e que neste momento pegou a soda na bolsa e jogou no rosto dele. Diz, entretanto, que não tinha consciência da gravidade dos ferimentos.Rafael, por sua vez, disse que não deixou nenhum bilhete. Ele conta que no dia do crime disse para ela que não queria conversar e que ela entrou no lote do amigo por causa de um vizinho que abriu o portão. Lá dentro Mailza teria ameaçado um escândalo e ele então pediu que ambos fossem conversar do lado de fora. Na briga, diz que foi atingido.Ambos foram procurados por telefone mas não atenderam as ligações até o fechamento desta matéria. Leia também: Policial Penal é presa suspeita de atirar na cabeça do marido em Goiânia