A maioria dos maiores municípios de Goiás está em cima do muro sobre a obrigatoriedade da adoção de um passaporte da vacina contra a Covid-19 em determinados locais, como eventos sociais, bares, restaurantes e boates. Na contramão, Caldas Novas acompanha cidades como São Paulo e Rio de Janeiro e já aderiu ao passaporte em eventos com bilheteria.A Prefeitura de Goiânia diz que estuda a proposta e a Secretaria Municipal de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sectec), desenvolve um certificado digital de comprovação da imunização. Entretanto, a discussão ainda ocorre na Câmara Municipal, com parlamentares contra e a favor da obrigatoriedade. De acordo com a Prefeitura, a administração pública tem acompanhando as discussões na Câmara antes de tomar uma decisão.Em Aparecida de Goiânia, o Comitê de Prevenção e Enfrentamento a Covid avalia há algumas semanas a adoção da exigência do cartão de vacinação contra a doença para acesso a alguns estabelecimentos, como bares, mas ainda não tem uma definição se vai adotar a medida.Já em Anápolis, a assessoria de imprensa da Prefeitura informou que o assunto não está em discussão. As cidades de Pirenópolis e Trindade afirmaram que a possibilidade ainda está em discussão.Em Águas Lindas de Goiás, na região do entorno do Distrito Federal, a Saúde municipal também estuda a possibilidade, mas o secretário de Comunicação da cidade, Alexandre Peixoto, informou que a região é de muita passagem, por isso é difícil adotar o passaporte na cidade.Tanto Formosa, também na região do entorno do Distrito Federal, quanto Rio Verde afirmaram que aguardam um posicionamento ou decreto do governo estadual sobre o assunto para tomar qualquer decisão.A prefeitura de Senador Canedo informou, por meio de nota, que até o momento não discute a implantação de passaporte sanitário no município. “O acompanhamento dos casos de Covid-19 é realizado diariamente e cerca de 80% da população adulta já tomou pelo menos uma dose da vacina, dispensando a necessidade da adoção de medidas mais restritivas do que as que já são adotadas no momento”, diz, em nota.Caldas NovasNa última segunda-feira(27), a prefeitura de Caldas Novas publicou um decreto que permite a retomada de eventos no município. Os eventos com bilheteria poderão ser realizados com a capacidade de público máxima a 75% do local, conforme certificação pelo Corpo de Bombeiros.Entretanto, será exigida, tanto do público quanto das pessoas envolvidas na organização dos eventos, a apresentação do comprovante de vacinação correspondente à segunda dose ou dose única contra a Covid-19, com o prazo antecedente de dez dias, ou do teste negativo para a doença. “É uma maneira que criamos de estimular que os mais jovens se vacinem”, diz Rodrigo Brum, secretário de Relações Governamentais de Caldas Novas.De acordo com ele, a decisão foi tomada pensando na retomada das atividades econômicas na cidade com segurança, especialmente e no final do ano. “No final de novembro e início de dezembro as pessoas com mais de 18 anos, que é a maioria do público dos eventos que acontecem durante a alta temporada, já terão condições de ter tomado a segunda dose da vacina”, afirma. Dose de reforço é ampliadaO Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira (28) a ampliação da aplicação de doses de reforço das vacinas contra Covid-19 para pessoas a partir dos 60 anos. Até então, ela estava sendo administrada apenas em idosos com mais de 70 anos e imunossuprimidos, que teve início no dia 15 de setembro. De acordo com o Ministério, assim como nos idosos com mais de 70 anos, a vacina deve ser aplicada nos adultos que tomaram a segunda dose há mais de seis meses. O público estimado é de 7 milhões de pessoas no Brasil. De acordo com o ministro interino, o secretário executivo Rodrigo Cruz, a distribuição dessas doses de reforço para os Estados deve começar ainda nesta semana.A superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), Flúvia Amorim, diz que a decisão dos municípios ampliarem ou não a faixa etária de aplicação da dose de reforço, ficará a cargo de cada um deles. “Cada cidade sabe da sua realidade”, diz.De acordo com ela, a recomendação da SES-GO é que a prioridade seja sempre dada para as pessoas mais velhas. “Eles são o grupo mais vulnerável e que também está perdendo a proteção. A aplicação do reforço é imprescindível para que consigamos ter menos idosos internados”, esclarece.Em Goiás, de acordo com o Painel da Covid-19, existem 491,4 mil pessoas com idade entre 60 e 69 que já tomaram as duas doses da vacina contra a Covid-19. Com mais de 70 anos, são 301,9 mil pessoas com as duas doses ou dose única já administradas. A superintendente conta que, até o momento, a aplicação do reforço tem ficado abaixo do esperado pela secretaria. “Pode ser que esteja acontecendo uma demora no registro, mas isso nos preocupa, pois ele (o reforço) é essencial no cenário epidemiológico que estamos”, revela. Flúvia destaca que o Estado tem enviado para os municípios todas as doses que chegam do Ministério da Saúde, mas que somente na última semana a SES-GO começou a receber as doses destinadas, de fato, para o reforço. “Existe um lapso temporal entre quando é feito o anúncio das autoridades e quando começamos a receber as doses.”Mesmo assim, a superintendente reforça que as doses têm sido enviadas levando em conta as segundas doses e aplicações únicas que foram feitas nos municípios e registradas no sistema do Ministério da Saúde. Mesmo com o envio proporcional, de acordo com Flúvia, é possível que municípios estejam em momentos vacinais diferentes. “Alguns podem ter um pequeno estoque guardado e mais recursos humanos para administração da vacina do que outros.”