Atualizada às 13h46.Um dos pacientes com Covid-19 transferido de Manaus (AM) para o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG) não resistiu e morreu devido a complicações da doença. O óbito consta em boletim divulgado pela unidade de saúde na manhã desta quinta-feira (21).Em coletiva, o superintendente do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG), José Garcia Neto, afirmou que a unidade não estava esperando por pacientes tão graves. "São quatro (pacientes) em situação mais grave. Dois se agravaram logo após a chegada". De acordo com Garcia, o paciente que faleceu nesta quinta-feira é um homem de 54 anos que chegou à capital em situação grave e após seis horas evoluiu para o estado gravíssimo, com aproximadamente 90 % do pulmão comprometido. Durante esta madrugada, ele teve uma falência múltipla dos órgãos e foi a óbito após sofrer duas paradas cardíacas. A equipe tentou por uma hora, sem sucesso, reanimá-lo. De acordo com o superitendente, não há informações sobre comorbidades anteriores. "Nos falta maior conhecimento da história pregressa deste paciente. Aqui, no momento em que ele chegou, não tinhamos mais como nos comunicar, o que impossibilitou de fazer a anamnese para saber sobre os antecedentes patológicos", disse.SepultamentoEm relação ao sepultamento, José Garcia explicou que esse tramite de realocação e traslado do corpo foi definido pelo Ministério da Saúde junto com o Ministério da Educação (MEC) que isso seria feito pela Superintendência do MS nos Estados, neste caso o Estado de Goiás. O hospital já entrou em contato e a pasta está providenciando o contato das funerárias que possuem convênio para preparação e locomoção do corpo. Ainda conforme o superintendente, o traslado será feito em um avião de carreira, em um voo comercial. Na segunda-feira (18), a unidade recebeu 18 pacientes. No entanto, na manhã de terça-feira (19), a mulher de um dos transferidos chegou à unidade e contou que estava com sintomas da Covid-19. Ela foi encaminhada para o pronto socorro e depois internada. Material do vírus foi coletado da mulher e de todos os demais e enviado para o Laboratório de Saúde Publica Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen).Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) informou que quando as amostras coletadas atenderem aos critérios técnicos serão enviadas para o exame de sequenciamento, exigido para a detecção de uma nova cepa. Elas são encaminhadas ao Instituto Adolfo Lutz, laboratório de referência localizado em São Paulo.A pasta explica que para a realização deste teste é necessário o cumprimento de requisitos técnicos, dentre eles, que a amostra seja positiva (detectável) para o coronavírus e que apresente um gráfico de amplificação com cycle threshold - ciclo limite/ciclo limiar (CT) menor que 30, o que implica diretamente uma possível carga viral maior, viabilizando o sequenciamento.De acordo com o comunicado, as amostras dos pacientes de Manaus “têm apresentado resultado detectável (positivo), mas com CT bem acima de 30. Assim, essas primeiras amostras não serão enviadas para sequenciamento. Provavelmente, o CT está acima de 30 pelo fato de os pacientes terem apresentado os sintomas há alguns dias. Futuras amostras serão coletadas a critério da equipe médica.”AparecidaOs outros 14 pacientes, sendo oito homens e seis mulheres, foram transferidos para o Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (HMAP). A Secretaria Municipal de Saúde informou que até às 7h50, nove pacientes seguem em leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sendo três gravíssimos e intubados e seis graves em ventilação espontânea necessitando de altas frações de oxigênio e de ventilação mecânica não invasiva (VNI).Cinco pacientes estão na enfermaria, dois estáveis, mas três estão graves e há possiblidade de transferência para a UTI em breve. Do total, 13, de acordo com o HMAP, apresentam grande comprometimento pulmonar.Os pacientes estão isolados dos demais e recebendo atendimento de equipes exclusivas. Ainda de acordo com o HMAP, os internados estão se comunicando com seus familiares por meio de videochamadas. O hospital também disponibilizou um site, onde as famílias podem acompanhar os boletins.