O novo Plano Diretor de Goiânia vai permitir a permanência do Parque Agropecuário de Goiânia no Setor Nova Vila e do Zoológico de Goiânia (ZooGyn) no Setor Oeste, ambos localizados na região Central da capital. A lei, sancionada pelo prefeito Rogério Cruz (Republicanos) na sexta-feira (4), atualiza a legislação que estava em vigor desde 2007 e que previa a mudança das sedes dos dois equipamentos urbanos. O primeiro deveria ser deslocado para a periferia da cidade e para o segundo era previsto um consórcio com outro município da região metropolitana para onde iria o zoológico.A retirada dos dispositivos e a garantia de permanência em sua sede foi motivo de comemoração para a diretoria da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA). O presidente Eurico Velasco de Azevedo Neto afirma que a principal mudança é o reconhecimento da importância do Parque Agropecuário para a cidade. Ele lembra que a determinação do Plano Diretor de 2007 gerava vários entraves para a entidade. "Era desagradável e um demérito para uma entidade de 80 anos. Era muito ruim ter essa pressão do Plano Diretor, nos gerava problemas com alvarás de funcionamento, por exemplo."Velasco relata que a entidade sofria contestações e embargos com relação ao uso do solo da área, mesmo com o documento emitido. "Só poderíamos ter duas ou três feiras por ano ali, tinha uma quantidade específica. Mas a nossa sede é uma propriedade particular do associado da SGPA, não é nossa intenção sair dali e as feiras geravam serviços para toda aquela região. São positivas", diz. A intenção do Plano de 2007 para a retirada da sede da SGPA da Nova Vila era acabar com os transtornos gerados com os eventos no local, tanto em relação ao trânsito quanto ao barulho.Para o presidente da entidade, a saída da SGPA do local não resolveria os transtornos. "Nós que chegamos ali primeiro e a cidade cresceu em volta. Se sairmos dali seriam construídos vários prédios naquela área e teria problemas de trânsito do mesmo jeito, mas ao invés de alguns dias seria o ano inteiro." Velasco ressalta que é importante para o setor agropecuário a manutenção do espaço por ser central em Goiânia e poder facilitar a logística para as feiras. "É bem localizado, no centro da cidade. Outras cidades, como Uberaba, tem seus parques na região central e isso é valorizado. Só aqui que tinha essa desvalorização."Segundo o artigo 213 do Plano de 2017, "o município deverá providenciar, pelos meios jurídicos e legais disponíveis, no prazo máximo de 3 anos, a retirada do empreendimento denominado Parque Agropecuário da SGPA de sua atual localização". Na época, foram feitas diversas tratativas, incluindo até o governo estadual, para permuta de áreas que resultariam na saída do Parque Agropecuário, mas a determinação nunca foi cumprida. Na legislação sancionada na sexta-feira (4), que resultou na Lei Complementar 349/2022, a sede da SGPA só é citada enquanto equipamento urbano privado que serve de referência ao modelo espacial da cidade.Já em relação ao ZooGyn, a lei de 2007 em seu artigo 215 autorizava o poder executivo a "firmar consórcios intermunicipais, a fim de transferir o Jardim Zoológico para áreas pertencentes a outros municípios da região metropolitana de Goiânia". Já o novo Plano Diretor, além de colocar o local como uma das Áreas de Programas Especiais de Interesse Ambiental, determina a readequação do Parque Zoológico "objetivando a conservação da biodiversidade, a promoção de estudos e pesquisas científicas, visitação e educação ambiental do público em geral".