A causa da morte da estudante de Arquitetura Susy Nogueira Cavalcante, de 21 anos, que foi vítima de estupro em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Goiânia Leste, no Setor Leste Universitário, na capital, será algo de investigação da Polícia Civil.Novo inquérito foi aberto ontem pelo delegado Washington da Conceição, titular do 9º Distrito Policial (9º DP), desta vez, para apurar o motivo da morte da estudante e também se houve alguma negligência por parte da unidade de saúde onde a estudante ficou internada de 16 a 26 de maio, quando veio a óbito. A abertura desse novo inquérito atende requerimento do advogado da família de Susy. O primeiro procedimento, concluído pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) na sexta-feira ( 31), teve como foco o crime de estupro de vulnerável. Nele o técnico em enfermagem Ildson Custodio Bastos, de 41 anos, foi indiciado. Ele está preso preventivamente desde o dia 29 e nega o crime.Segundo o delegado, agora será investigada a causa da morte da estudante e se houve negligência e/ou omissão da unidade de saúde no cuidado da vítima. Entre as questões que buscam respostas estão a do por que ela foi entubada e por que foi levada para UTI. Ao delegado foi informado que Susy já vinha sofrendo crises de convulsões há muito tempo e, apesar disso, nunca tinha passado pelos mesmos procedimentos. Susy foi internada no dia 16 de maio após uma crise de convulsão que teria ocorrido durante uma aula. O abuso sexual contra ela aconteceu na madrugada do dia 17, na UTI do hospital, e foi registrado por câmeras de segurança. A causa da morte ainda depende de exames complementares para ser esclarecida, conforme consta na certidão de óbito de Susy.procedimentoApós instaurar o inquérito, o delegado informou que o próximo passo será começar a intimar e ouvir pessoas. Ele calcula, inicialmente, que cerca de 15 pessoas, entre elas, profissionais ligados a unidade de saúde, possam ser chamadas. Washington também informou que há a possibilidade de ouvirem os profissionais que atuaram na ambulância que fez o primeiro atendimento de socorro à Susy.Com ele já está o inquérito concluído pela Deam e cópia do laudo médico da paciente repassado pela unidade de saúde. “Agora vamos pedir o original”. O teor do documento não foi divulgado para não atrapalhar a investigação. O laudo cadavérico, que já havia sido solicitado pela Deam, é aguardado. Além disso, o delegado informou que será analisado se serão necessários mais exames nas vísceras da estudante.O advogado da família de Susy, Darlan Alves Ferreira, informou que irá acompanhar o andamento do inquérito. “A família espera que se saiba os reais motivos da morte dela.”Carlos Marcio Rissi Macedo, advogado da empresa responsável pela UTI no Hospital Goiânia Leste, a Organização Goiana de Terapia Intensiva (OGTI), disse, em nota, que a empresa não foi informada oficialmente do novo inquérito, “mas prestará todos os esclarecimentos à Polícia Civil quando for solicitado”. “Respeitamos a decisão da família e aguardamos com tranquilidade os desdobramentos.”