O novo titular da Secretaria Municipal de Finanças (Sefin) de Goiânia, Vinícius Henrique Pires Alves, de 35 anos, é dono da JBV Assessoria e Contabilidade Pública Governamental, que chegou a assinar um contrato sem licitação com a Companhia Municipal de Urbanização de Goiânia (Comurg) no valor de R$ 720 mil em agosto do ano passado. A companhia encerrou o contrato após pedido do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), uma vez que os serviços que seriam prestados eram os que a própria estatal deveria estar apta a fazer no seu cotidiano.A coluna Giro anunciou com exclusividade a substituição de Geraldo Lourenço por Vinícius, que seria uma indicação do Conselho Regional de Contabilidade de Goiás (CRC-GO). Em nota, a Prefeitura destaca o lado acadêmico dele, sem citar o escritório, no qual ele atua desde 2010. A JBV tem experiência em assessoria contábil para dezenas de prefeituras do interior de Goiás e pelo menos uma do Mato Grosso.Na Comurg, o objetivo seria fazer uma auditoria para identificar o volume real de receitas e despesas e corrigir as falhas no sistema de contabilidade da companhia. O então presidente da Comurg, Alex Gama, que anunciou a saída do cargo na semana passada, defendia a contratação do serviço por falta de estrutura pessoal e tecnológica.Leia também - Geraldo Lourenço deixa Secretaria Municipal de Finanças de Goiânia- MP arquiva processo contra Prefeitura de Goiânia pela destruição de helipontoO contrato sem licitação foi justificado pela Comurg e por Vinícius pelo fato de a JBC ter experiência na área exigida pela companhia e pela legislação permitir este tipo de acordo sem concorrência em casos de assessoria contábil ou jurídica, desde que o valor praticado seja o de mercado.Nesta terça-feira (22), Vinícius afirmou ao POPULAR que foi o próprio escritório que pediu a rescisão da ordem de serviço na época para aguardar um posicionamento do Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM-GO) e que depois o órgão se mostrou contra a inexigibilidade de licitação, mas concordou com a contratação de um escritório para o serviço proposto. Porém, com a saída de Gama da companhia os estudos para viabilizar um processo licitatório foram interrompidos.Ação em FormosaEm outubro, a JBV foi alvo de mandados de busca e apreensão durante uma operação do MP-GO que apura o desvio de R$ 3,5 milhões da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Formosa. Um ex-titular da pasta e o dono de uma distribuidora de medicamentos foram presos na ocasião. O MP-GO chegou a dizer ao deflagrar a operação que o escritório ajudava na ocultação das ilegalidades por meio de manobras contábeis.Vinícius disse que foi pego de surpresa porque o escritório não teria nenhum envolvimento com os investigados e apenas prestava assessoria contábil para a Prefeitura. Ainda segundo ele, contabilidade pública é uma área complexa, o MP-GO precisou antecipar a operação após um vazamento de informações, agindo precipitadamente contra o escritório e atualmente a JBV colabora com o MP-GO nas apurações que seguem em andamento.-Imagem (Image_1.2393839)