Uma nuvem de poeira vinda do deserto do Saara pode chegar ao Brasil nos próximos dias. O fenômeno lembra o episódio que aconteceu em 2020 e ficou conhecido como “Godzilla”, por causa de sua grande proporção, atingindo a Costa Rica.Imagens de satélite do Copernicus (Programa de Observação da Terra da União Europeia) já capturaram que a nuvem atingiu Porto Rico e continua avançando em direção à América do Sul. As dimensões, no entanto, são menores que as de 2 anos atrás.“É bastante comum essa pluma ser transportada pelo Atlântico, mas chegar à América do Sul e ao Brasil é um pouco menos frequente”, afirma Marcia Yamasoe, chefe do Departamento de Ciências Atmosféricas do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP. ()

Nuvem do Saara pode atingir o Brasil

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Camadas de gelo com a presença de até 0,1% de partículas de poeira na superfície de Marte podem fornecer as condições favoráveis para a vida no planeta vermelho, segundo estudo publicado na última quinta (17) na revista Communications Earth &amp; Environment.

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De acordo com a pesquisa, os raios ultravioletas solares que chegam ao solo marciano são até 30% mais radioativos do que na Terra, devido à ausência de uma camada de ozônio, o que faria com que qualquer célula viva se degradasse. Mas parte desses raios pode ser absorvida por partículas maiores de gelo até 50 cm abaixo da superfície.

Nessas condições, a luz chamada de radiação fotossinteticamente ativa (PAR, na sigla em inglês) pode chegar e, assim, possibilitar atividade fotossintética, isto é, de microrganismos que transformam a luz solar em energia.

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É claro que ainda faltam dois elementos cruciais à vida: a presença de água líquida --no momento, só foram encontrados gelo, poeira e neve-- e nutrientes, como moléculas de carboidrato.

No entanto, segundo Aditya Khuller, pesquisador do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa (Agência Espacial Americana) e autor correspondente do estudo, os achados podem possibilitar novas pesquisas em busca de tais condições em solo marciano.

"Com base em nosso trabalho, acreditamos que as áreas com exposição de poeira nas latitudes médias representam os locais mais facilmente acessíveis para buscar vida marciana atualmente. Portanto, esperamos que nosso estudo possa nos ajudar, e a outros pesquisadores, a planejar e projetar estudos para examinar o solo de Marte com mais detalhes", disse, à Folha, por email.

Também colaboraram no estudo cientistas da Universidade do Arizona, do departamento de Ciências Atmosféricas da Universidade de Washington e do Instituto de Pesquisa Ártica e Alpina da Universidade de Boulder em Colorado (EUA).

O estudo, que não contou com amostras propriamente do solo marciano, fez simulações do espectro de PAR conforme a densidade do solo (até 700 cm, até 40 cm e até 6 cm) e espessura das partículas (neve fina, gelo e neve grossa) e da composição de poeira (0%, 0,01% e 0,1%). O comprimento ideal para a atividade fotossintética de luz foi estimado em 0,7 µm (micrômetros).

Segundo os modelos, quando havia uma concentração de 0,1% a 0,01% de poeira e gelo na camada de gelo ou neve fina, a chamada zona radioativamente habitável era consideravelmente maior do que quando não havia nenhuma partícula de poeira de gelo (0%).

Isso ocorre, de acordo com os autores, porque a poeira move essa zona para profundidades mais rasas, devido à maior presença de PAR (a radiação fotossinteticamente ativa). Já com uma concentração de 0,1% essa proporção aumentava em uma ordem de magnitude de até 25 vezes.

A situação é parecida com estruturas chamadas de "crioconitas" em superfícies congeladas no Alasca, onde existem uma série de bactérias --especialmente cianobactérias-- e outros microrganismos fotossintetizantes vivendo em pequenos poços --aonde chega a luz-- abaixo de uma tampa de gelo. Uma diferença, porém, é que esses locais possuem água em estado líquido, ainda não encontrada na camada de luz fotossinteticamente ativa em Marte.

Comparando os dois ambientes, os autores dizem acreditar que pequenas áreas de gelo com poeira abaixo de uma camada congelada são lugares ideais para buscar vida.

Khuller afirma que é difícil encontrar vida extraterrestre sem visitar esses locais na superfície, assim como também identificar sinais de vida que possam ser diferentes dos existentes na Terra.

"Tenho colaborado com uma equipe de cientistas para desenvolver simulações aprimoradas de se, onde e quando o gelo empoeirado em Marte pode derreter. Além disso, estamos recriando alguns desses cenários em um ambiente de laboratório para examiná-los com mais detalhes", diz o pesquisador.

A professora e chefe do laboratório de Radiações em Biologia do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Claudia Lage, comentou o estudo a pedido da reportagem. Segundo ela, a pesquisa apresenta um novo modelo de avaliação da vida em áreas de gelo no solo marciano.

"O modelo estruturado no artigo é bastante interessante no foco das regiões geladas do planeta, onde a água (sob a forma de neve ou gelo) possui uma efetiva capacidade de absorção da radiação ultravioleta de energia maior, ainda que permita que a luz fotossintetizante possa alcançar regiões logo abaixo da superfície onde poderia haver uma forma de vida", disse.

Questionada se mais buscas em regiões semelhantes podem ajudar a elucidar a possibilidade de vida extraterrestre, Lage considera que sim, são regiões de interesse, embora os raios ultravioleta em solos mais expostos no planeta tornem, por ora, a vida impraticável.

"O melhor análogo terrestre são as regiões geladas da Antártida, onde as camadas de gelo conseguem proteger esse microbioma fotossintetizante dos níveis elevados de radiação no verão daquela região", acrescenta a docente. "Quando se pensa em vida microbiana, todas as estratégias possíveis de sobrevivência são encontradas neste grupo capaz de habitar os mais impensáveis ambientes terrestres e, por que não, fora da Terra?"

Camada de gelo com poeira pode fornecer condições favoráveis para vida em Marte

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VIDA EM MARTE 

Nuvem de poeira encobriu cidade e assustou moradores de Santa Fé de Goiás

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Uma nuvem de poeira encobriu a cidade e assustou moradores de Santa Fé de Goiás, no Noroeste do Estado. Vídeo impressiona pelo contraste no céu. Gerente do Centro de Informação Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), André Amorim, explica que o fenômeno acontece devido a combinação de umidade e calor. As imagens impressionam e mostram um verdadeiro contraste no céu (vídeo acima).

De acordo com André Amorim, as tempestades de poeira acontecem quando há uma combinação de calor, umidade e pó solto.

<cite>Essa combinação de fatores favorece uma tempestade local, mas às vezes a chuva não vem de imediato. Quando isso acontece há uma movimentação dos ventos e essas rajadas de vento acabam levantando pó das plantações, que estão soltos na superfície. Se observar é uma terra vermelha, de cultivo, conclui André Amorim.</cite>

Apesar de não ser considerado anormal, o fenômeno assustou a população. Após o susto, moradores relataram que choveu na região por mais de 1 hora.

Nuvem de poeira: Moradores ficam assustados após cidade ficar encoberta em Goiás

Tempo

Chuva em Mineiros

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Com regiões que já estão com mais de 100 dias de estiagem e depois de uma nuvem gigante de poeira, finalmente, há previsão de chuva para Goiás neste domingo (20). E as primeiras imagens já foram registradas em Mineiros, no sudoeste do estado (veja acima).

Além das pancadas de chuvas isoladas, também há possibilidade de ventania. Isso, porque uma frente fria avança pelo sul do país e acaba refletindo no clima goiano. Porém, ainda não é de se comemorar muito, já que o volume deve ser baixo e passageiro, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Leia também

<ul>
	<li><a href="https://opopular.com.br/cidades/goiania-fica-encoberta-por-nuvem-de-poeira-veja-imagens-1.3058308" target="_blank">Goiânia fica encoberta por nuvem de poeira; veja imagens</a></li>
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</ul>

Mesmo sendo tímida, a chuva já ajuda a dar uma aliviada, já que os meses de agosto e setembro são característicos de muita seca no estado. É o que explica o gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), André Amorim.

“Lembrando que não resolve o problema da seca, mas podemos sim ter episódios de outras tempestades de poeira, porque o período seco continua. Apesar de uma chuvinha ou outra, voltamos para as altas temperaturas e umidade baixa”, explica.

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Imagem de satélite mostra nuvens se aproximando de Goiás (Reprodução/Inmet)

&nbsp;

<h2>Confira a previsão do tempo para Goiás neste domingo</h2>

<ul>
	<li>Goiânia – min. 16ºC &nbsp;máx. 33ºC - umidade entre 75% e 25%- possibilidade de chuva</li>
	<li>Anápolis– min. 16ºC &nbsp;máx. 33ºC - umidade entre 70% e 20%- possibilidade de chuva</li>
	<li>Rio Verde – min. 16ºC &nbsp;máx. 33ºC – umidade entre 75% e 20%- possibilidade de chuva</li>
	<li>Luziânia – min. 16ºC &nbsp;máx. 33ºC – umidade entre 75% e 20%- possibilidade de chuva</li>
	<li>Itumbiara- &nbsp;min. 17ºC &nbsp;máx. 34ºC – umidade entre 90% e 20%- possibilidade de chuva</li>
	<li>Porangatu – min. 22ºC &nbsp;máx. 39ºC – umidade entre 60% e 20% - menor possibilidade de chuva</li>
	<li>Jataí – min. 16ºC &nbsp;máx. 34ºC – umidade entre 80% e 20%- possibilidade de chuva</li>
	<li>Mineiros – min. 16ºC &nbsp;máx. 34ºC – umidade entre 90% e 20%- possibilidade de chuva</li>
</ul>

Goiás tem previsão de chuva e ventania para este domingo, diz Inmet

TÁ CHOVENDO AÍ?

Nuvem de poeira em Goiânia /Helder Barbosa/O Popular

Nuvem de poeira toma conta do céu de Itauçu - José Horácio

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Uma nuvem gigante de poeira encobriu várias cidades em Goiás na manhã deste sábado (19). O fenômeno é provocado por causa do longo período de estiagem no estado e com a aproximação de uma frente fria, como que explica o gerente do Centro de Informação Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), André Amorim.&nbsp;

Moradores de Anápolis, Itauçu, Nerópolis, Heitoraí e outras cidades relataram e fizeram imagens das cidades escuras de poeira (veja abaixo).

<h2>Como a 'nuvem de poeira' se forma?</h2>

Algumas regiões em Goiás estão sem chuva há mais de 100 dias, com isso, o solo começa a desagregar.&nbsp;

"Tem-se bastante material solto (poeira), que fica sobre a superfície. Com a aproximação da frente fria do sul do país, que trás ventania, o pó acaba subindo para a atmosfera", explica André.

<h2>Até quando deve durar?</h2>

A chefe do Instituto Nacional de Meteorologia do Brasil&nbsp; (Inmet) em Goiás, Elisabeth Alves Ferreira, explica que o ambiente deve ficar instável até a segunda-feira (21), e que a poeira vai se dissipando aos poucos.

<cite>Hoje (sábado) o dia deve ser mais poluído pela instabilidade do solo e os ventos devem continuar levantando (a poeira). Deve persistir até que a frente fria do sul do Brasil avance mais", explicou.</cite>

<h2>Cuidados</h2>

​Elisabeth ainda explicou que é possível que a frente fria traga chuva para algumas regiões do estado, mas são pancadas isoladas. Ela ainda orienta que as pessoas tomem cuidados como beber muita água,&nbsp;evitar exposição ao sol nas horasmais quentes do dia, beber bastante líquido e evitar desgaste físico nas horas mais secas.

André explica que as pessoas precisam se proteger e usar máscara, se necessário.

<cite>Quem tem problemas respiratórios tem de tomar cuidado porque pode se agravar mais, além de que vai trazer uma sujeira muito grande para a Grande Goiânia", finalizou o gerente do órgão.</cite>

&nbsp;

Veja imagens da nuvem de poeira em Goiás

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(Nuvem de poeira em Goiânia - Weimer Carvalho/O Popular)

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Goiânia fica encoberta por nuvem de poeira (Weimer Carvalho/O Popular)

<img attr-cid="policy:1.3058315" attr-version="policy:1.3058315:1692447905" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3058315/nuvem poeira 2.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Nuvem de poeira se aproximando de prédios em Goiânia (Paula Resende/G1 Goiás)

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