Após o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), ter publicado em suas redes sociais na segunda-feira (7) a programação de vacinação contra a Covid-19 em seu Estado, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), fez críticas à postura adotada.Caiado se reuniu com outros governadores e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, nesta terça-feira (8), e, segundo ele, a publicação causou perplexidade nos demais governadores. "São Paulo está convidando outros municípios a receberem a vacina. O que o Dória fez é um golpe, é uma irresponsabilidade", disse.Ele informou que o governador paulista não tem o direito de fazer um programa estadual, visto que a vacina deve ser aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). "É de propriedade da União, é do Ministério da Saúde. Daqui a pouco o Rio de Janeiro pega a Fiocruz e lança outra vacina, cada estado vai ter uma e começa a cadastrar municípios", afirmou Caiado. O governador de Goiás relatou que o prefeito de Curitiba, Rafael Greca (DEM), já teria acertado parceria com Dória para o recebimento de vacinas."Isso tudo causou um sentimento de reação dos governadores. Foi uma atitude demagógica e populista de um governador que não tem conhecimento de saúde. Ele não é dono da vacina, é de propriedade do Ministério da Saúde. Temos que deixar claro isso, que o jogo do governador de São Paulo é irresponsável, pois trata da vida de pessoas", afirmou Caiado. Ele reforçou ainda que, durante a reunião, Pazuello deixou claro que a Anvisa necessita de no mínimo 60 dias para validar a vacina que estiver apta e que a mais avançada até então, com liberação da agência norte-americana (FDA), é a fabricada pelo laboratório Pfeizer.Neste caso, diz Caiado, a Anvisa precisaria de 72 horas para liberar a aplicação da vacina de modo emergencial, ou seja, em apenas um grupo restrito da população, que seria os profissionais de saúde e as pessoas em grupos de risco. "Para o uso da população em geral vai pelo menos 60 dias. Não deve ocorrer antes do final de fevereiro. Anunciar para antes disso é irresponsabilidade, é demagogia, é golpe. Nos reunimos com o ministro e outros governadores para deixar isso claro", asseverou.