O contrato para as obras de expansão da Avenida Leste-Oeste, no trecho entre a Rua 74, no Centro de Goiânia, até a GO-403, na saída para Senador Canedo, teve um novo acréscimo nos custos, desta vez de R$ 473,2 mil. O motivo deste reajuste, o terceiro desde o início das obras, não foi explicado pela Prefeitura. No documento disponível no site da administração municipal é dito só que se trata de “serviços acrescidos”.A Sobrado Construção assumiu o serviço em junho de 2019 ao vencer uma concorrência pública por R$ 33,7 milhões e, agora, passados 3 anos, o valor total a ser pago já está em R$ 38,1 milhões.A obra em si, que usa como referência o antigo leito da ferrovia Brasil-Central implantado nos anos 1950 e envolve o chamado tramo leste da avenida, segue arrastada e com pontos cujos problemas ainda não têm solução, como a que envolve a desapropriação/desocupação de 126 imóveis em uma área que atravessa 1,5 quilômetro da expansão da Avenida Leste-Oeste, entre os setores Nova Vila e Negrão de Lima.É o oitavo termo aditivo assinado entre a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) e a Sobrado. Além destes, houve mais dois relativos a reajustes no valor da obra, o maior deles foi assinado em 11 de novembro de 2020, ainda na gestão do prefeito Iris Rezende (MDB). Na ocasião, o contrato passou por uma “reprogramação orçamentária”, retirando alguns itens e acrescentando outros nos compromissos a serem assumidos pela empresa. E assim, o custo saltou para R$ 37,6 milhões.Leia também:- Prefeitura de Goiânia é condenada a pagar indenização por atraso na obra do Cais Guanabara- Trecho da Avenida 84 é interditado para obras do BRT em Goiânia- Seinfra prevê entrega de obras só no fim de agostoHouve também mais dois ativos prorrogando o prazo inicial de 17 meses para a conclusão da expansão da via. O último adiamento se deu em 13 de maio deste ano, dando mais 17 meses para a Sobrado concluir os serviços. Entretanto, não há uma previsão para resolver o impasse com as famílias que vivem nas ocupações citadas.Além disso, o trecho da Avenida Manchester, no Jardim Novo Mundo, até a GO-403 ainda está na fase de terraplanagem e não foi apresentada uma solução técnica para o cruzamento da via com a 5ª Avenida, por onde passa uma tubulação da Saneago.A expansão da Leste-Oeste, que até então só existia na trama oeste – da Esplanada dos Anicuns até a Câmara Municipal, no Centro -, é considerada de extrema importância para a malha viária da região metropolitana de Goiânia, principalmente por atravessar a capital, entre Trindade e Senador Canedo.Ao todo foram firmados três contratos pela Prefeitura em 2019: o da expansão da avenida em mais 8,1 km (vencido pela Sobrado), o da revitalização da Praça do Trabalhador e o da construção dos viadutos na Marginal Botafogo e da BR-153.Todas as obras tiveram problemas. Além dos enfrentados pela Sobrado, o serviço na Praça acabou sendo assumido pela Companhia Municipal de Urbanização de Goiânia (Comurg) e a estrutura sobre a rodovia não tem previsão de sair do papel.Em janeiro, a Controladoria Geral da União (CGU) apresentou um relatório sobre o andamento da obra criticando o fato de a Prefeitura ter começado as obras sem resolver primeiro as desapropriações e aspectos técnicos envolvendo o cruzamento com a 5ª Avenida e o viaduto da BR-153.Em nota, a Prefeitura destaca apenas que os reajustes aplicados estão dentro da margem permitida de 25% e são complementos previstos nos contratos, garantidos por lei. O aditivo assinado em julho prevê um reajuste de 1,26% ao total do contrato e, até agora, o reajuste em três anos chegou a 13,2% ao todo.Além disso, despejos e desocupações estão suspensos no País inteiro, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em razão da pandemia da Covid-19.O Executivo também afirma que técnicos da Seinfra ainda estudam uma melhor solução para o cruzamento com a 5ª Avenida e que atualmente a Sobrado executa obras de calçadas, meio-fio e reparos diversos.