Até o fim de junho, as obras de fresagem e recapeamento do asfalto das vias centrais da Avenida Anhanguera devem ser iniciadas, sob a responsabilidade da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra). A primeira etapa do serviço se dará no trecho de cerca de 6 quilômetros (km) entre os terminais Praça da Bíblia e Praça A, localizados na região Central de Goiânia e, logo, a mais movimentada. Não há previsão de que o tráfego local seja impedido durante o trabalho. A intenção é que seja feita a revitalização de uma ou duas quadras por dia, que serão iniciadas e finalizadas neste mesmo período.O acordo entre a Seinfra e a Metrobus, empresa concessionária do Eixo Anhanguera, o Eixão, foi assinado na tarde desta segunda-feira (9) e põe fim a uma disputa judicial que decorre desde 2018. Até então, Paço Municipal e a concessionária disputavam na Justiça quem seria o responsável pela manutenção do asfalto da via e o Poder Judiciário determinou no ano passado que as obras deveriam ser feitas pela Prefeitura. Na época, a alegação da administração municipal era que a detentora da concessão, como usuária única da via, deveria arcar com a manutenção, o que foi contrário ao entendimento judicial.Leia tambémPrefeitura de Goiânia iniciará recapeamento da Avenida Anhanguera em junhoPrefeitura de Goiânia pede mais R$ 50 milhões para asfaltoO acordo atende as determinações judiciais, já que inicialmente a Seinfra tinha apresentado um cronograma de obras que começariam em dezembro deste ano, mas a juíza Patrícia Carrijo estabeleceu um prazo máximo de início em junho. O serviço, no entanto, vai ser descrito como intermediário. “Não podemos chamar de um paliativo, mas também não é a solução definitiva”, esclarece o secretário da Seinfra, Everton Schmaltz. No caso, será feita a fresagem da pista para retirar as irregularidades do pavimento e depois será implantada uma capa de no mínimo 5 centímetros de Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CDUQ).A Metrobus, em nota, informa que a proposta da Seinfra para as intervenções de recuperação da Avenida Anhanguera vão ao encontro do que está na decisão judicial. Segundo Schmaltz, a decisão de começar pela região Central é justamente porque ela é a mais complicada, tanto em problemas na capa asfáltica quanto em relação ao trânsito. Os testes realizados junto a Metrobus fez com que fosse possível pensar em uma metodologia de fazer uma mão de cada vez, em que o ônibus andaria no sentido contrário durante a execução do serviço quadra a quadra. “Não queremos atrapalhar o tráfego e conversamos com a Metrobus e achamos que assim vai dar certo”, diz. Após finalizar essa etapa, que ainda não tem um prazo estimado, o serviço vai ser feito entre os terminais Praça da Bíblia e Novo Mundo, que possui cerca de 4 km.A última etapa, que deve ser finalizada em meados de dezembro, vai ocorrer no trecho de cerca de 5 km entre os terminais Praça A e Padre Pelágio, que é considerada a mais simples a ser realizada. O secretário conta também que esta escolha se dá em razão do período chuvoso, pois a região Central seria feita ainda durante a seca. Ele afirma que ainda nesta semana vai definir, junto à Procuradoria Geral do Município (PGM) se poderá ser feita uma contratação emergencial de uma empresa específica para o serviço, fora dos trâmites normais de uma licitação, visto que a intenção é atender a determinação judicial, ou se a obra será feita com equipe própria da Seinfra.ContrataçãoPara Schmaltz, o ideal é a contratação, pois haveria um problema em utilizar a mão de obra e o equipamento municipal. Isso porque o trabalho começaria com apenas uma equipe, o que poderia prejudicar a realização do cronograma. Não haveria problema quanto à compra de material, já que a Seinfra possui uma usina de CBUQ e contrato de aquisição do material em vigor. Ao todo, a estimativa é que o serviço custe cerca de R$ 10 milhões para o recapeamento de toda a linha do Eixo Anhanguera no município. Válido lembrar que a reforma não abrange os trechos das extensões da linha para Senador Canedo, Trindade e Goianira.O valor é cerca de 5% do estimado pelo próprio Paço Municipal para a revitalização total da Avenida Anhanguera, que deve custar R$ 200 milhões. No caso do recapeamento, o serviço deve ser feito com recursos do Tesouro Municipal. Já a obra considerada definitiva, que está programada para ser iniciada no segundo semestre de 2023, deverá ter verba federal, em negociação encaminhada com o Ministério de Desenvolvimento Regional (MDR). O projeto visa a modificar toda a configuração da Anhanguera e, no caso das vias usadas pelos ônibus, a intenção é que seja colocado pavimento de concreto, tal qual está sendo feito no BRT Norte-Sul, entre os terminais Isidória e Recanto do Bosque. “A Anhanguera é o primeiro BRT da América Latina, dos anos 1970, e merece uma pista digna de BRT”, diz Schmaltz.Bilhete Único chega a 18%O uso do serviço de integração Bilhete Único, lançado no dia 2 abril, fechou o mês, com um total de 1.575.422 viagens de passageiros que fizeram integração, o que corresponde a 18,8% do total de utilizações do sistema entre os dias 2 e 30. O volume é acima do esperado para o período, já que o sistema de transporte coletivo metropolitano tinha a expectativa de atingir a marca após seis meses de inauguração do serviço.Com o Bilhete Único, dentro de um período de 2h30 a partir da primeira validação com o custo de uma tarifa (R$ 4,30), o passageiro pode realizar até quatro outras integrações em quaisquer pontos da região metropolitana de Goiânia. Para se ter uma ideia, neste primeiro mês, os usuários do serviço tiveram um índice médio de viagens entre segunda e sexta-feira de 2,94. Ou seja, além do primeiro uso, quase duas outras viagens foram feitas em média.Aos sábados, este índice caiu para 2,63 e aos domingos atingiu 2,54. A linha em que os passageiros mais fizeram a integração, em valores brutos, foi no Eixo Anhanguera, com 149.048 viagens, o que corresponde a pouco mais de um terço do total de usos da principal linha do sistema metropolitano. Em seguida temos a linha 003 (Terminal Maranata/Rodoviária/EixoT-7), com 28.733 utilizações, e a 013 (Recanto do Bosque/Rodoviária/Centro), com 23.535.No entanto, em números relativos com relação à demanda total, a maior parte das integrações se deram na linha 268 (PC Câmpus / Criméia Leste / Centro), em que 56,8% dos passageiros foram transportados sem arcar com nova tarifa. Neste quesito, a segunda colocação é da linha 013, com 41,15%. -Imagem (1.2453292)