Atualizada às 12h03A Operação Cegueira Deliberada, deflagrada nesta quinta-feira, dia 7, pela Polícia Civil de Goiás para apurar desvios de recursos e esquemas de corrupção dentro do Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO), cumpre 62 mandados judiciais, sendo 7 de prisão temporária e o restante de busca e apreensão. Entre os pedidos de detenção autorizados pela Justiça, estariam, conforme O POPULAR apurou, os do donos da Sanperes – empresa responsável pela vistoria de veículos no Estado.PrisõesOs 62 mandados judiciais expedidos devem ser cumpridos em quatro unidades da federação;Em Goiás serão cumpridos 44 buscas, e 5 mandados de prisões;Em São Paulo (Capital e interior) serão cumpridos 9 buscas e 2 prisões;No Mato Grosso do Sul, será cumprido um mandado de busca;e no Distrito Federal, também um mandado de busca. A reportagem apurou ainda que um dos alvos da Operação Cegueira Deliberada, da Polícia Civil, é o procurador do Estado e ex-presidente do Detran João Furtado de Mendonça Neto. Os policiais levaram computadores, celulares e documentos.A assessoria do governo estadual frisa que a investigação se concentra sobre a gestão anterior do Detran-GO. Trabalho coordenado pela Polícia Civil envolve cerca de 200 policiais.Em nota, o Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) informa que apoia e vem colaborando com a Polícia Civil e Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO) na investigação que envolve a Operação Cegueira Deliberada, realizada na manhã desta quinta-feira (7). A ação, de acordo com o comunicado, investiga a gestão anterior do órgão. DefesaEm nota, a Sanperes Avaliação e Vistorias de Veículos, concessionária do serviço de vistorias veiculares no Estado de Goiás, esclareceu que foi surpreendida na manhã desta quinta-feira (7), com a abordagem de agentes da Polícia Civil de Goiás pela Operação Cegueira Deliberada. Ainda no comunicado, a empresa informou que ela e seus sócios não foram intimados para nenhum ato jurídico anterior.A Sanperes considerou os atosmo como "uma arbitrariedade" e que sempre atuou dentro da legalidade, prezando pela ética e honestidade em suas atividades. A Sanperes acrescentou no comunicado que o corpo jurídico da empresa irá tomar as providências cabíveis dentro da legalidade, buscando a apuração dos fatos e a efetivação da justiça, além de atuar no sentido de contribuir com o bom andamento do processo. A defesa do ex-presidente do Detran-GO, João Furtado se pronunciou por meio de nota em que afirma ver “com perplexidade o requerimento e a determinação de busca e apreensão” nos endereços dele. O texto diz que Furtado foi quem pediu a instauração do inquérito em 30 de junho de 2015, quando ele estava à frente da autarquia. Na nota, a defesa cita que o ex-presidente do Detran-GO prestou depoimento em 30 de outubro daquele ano, quando “respondeu todas as indagações que lhes foram feitas pela autoridade policial”. O comunicado acrescenta que todas as questões serão enfrentadas no âmbito judicial, onde será demonstrado que Furtado não possui “qualquer vinculação com atividade e ou fatos ilícitos, pelo contrário, por onde passou, sua conduta sempre foi pautada pela retidão”, encerra a nota assinada pelos advogados Luís Alexandre Rassi e Romero Ferraz Filho.