Atualizada às 20h.O Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) manteve, nesta segunda-feira (13), o impedimento do uso de documentos apreendidos durante a investigação da Operação Vendilhões com o processo que investiga atos de improbidade administrativa praticados por padre Robson de Oliveira, enquanto presidente da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe). A reportagem havia informado erradamente que a justiça havia permitido este compartilhamento.A decisão proferida na segunda-feira pelo Órgão Especial determina que o caso seja remetido à Câmara Criminal, mas que tanto a Polícia Civil, quanto o Ministério Público cumpram a decisão de trancamento. Pedro Paulo de Medeiros, um dos advogados do religioso, explica que, na segunda-feira, o Órgão Especial não julgou o mérito do pedido de providencias, chamado Reclamação, "mas apenas determinou sua remessão à 1ª Câmara Criminal, pois é de lá a ordem de trancamento da ação penal original. Devendo ser da Câmara Criminal a competência para mandar que o MP pare de utilizar as provas colhidas nas Vendilhões."O relator e desembargador Jairo Ferreira Júnior em seu voto declarou a “incompetência da corte deste tribunal para o processamento e julgamento da presente reclamação e por conseguinte determino a remessa dos autos para a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Goiás para que seja distribuída para o relator, de preferência para o relator do processos principal.”O voto do relator foi seguido por unanimidade pelos demais desembargadores que fazem parte do Órgão Especial do TJ-GO. É válido lembrar que o desembargador Jairo anteriormente tinha concedido liminar favorável ao religioso suspendendo o uso do material coletado pelo MP-GO na parte criminal para investigações na esfera cível.O advogado da defesa do Padre Robson, Cleber Lopes, informou que o "Tribunal apenas redistribuiu a reclamação, com isso a liminar perdeu a eficácia, mas a defesa já está empenhada em obter outra liminar, pois não houve modificação dos fundamentos."Procurado o Ministério Público de Goiás informou que não irá se manifestar sobre a decisão.Desvio de recursos na AfipeO padre Robson de Oliveira é investigado por suspeita de desviar recursos doados por fiéis para Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe). A operação Vendilhões que apura essas suspeitas foi deflagrada em agosto de 2020. Em seguida, o religioso foi afastado de suas funções e da presidência da Afipe. O religioso e mais cinco pessoas são alvos de um pedido de prisão solicitado pela Polícia Federal. (Luiz Phillipe Araújo e Márcio Leijoto).Pedido de prisão de Padre RobsonO processo judicial que teria tido uma decisão comprada pelo padre Robson de Oliveira Pereira, a principal razão do pedido de prisão feito pela Polícia Federal (PF) na semana passada, segue tramitando no Judiciário, em duas instâncias. O religioso é investigado por supostamente ter pago R$ 750 mil como propina para três magistrados do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) para que uma decisão proferida em novembro de 2019 fosse favorável à entidade presidida por ele na época, a Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe).Afipe busca recuperar a confiança dos fiéis enquanto mantém obra em Trindade“Nós sofremos. Sofremos por causa do nosso confrade e também por saber que a obra é maior do que todos nós, servidores da Igreja e da congregação.” É assim que se manifesta o padre João Paulo Santos de Souza, de 38 anos, que acaba de assumir a presidência da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe). A instituição está no centro de denúncias feitas pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) em agosto de 2020 quando foi desencadeada a Operação Vendilhões, que colocou como principal investigado o idealizador e então presidente da Afipe, padre Robson de Oliveira. Ele foi acusado de desviar recursos doados por fiéis.Há um ano e quatro meses há um esforço da Congregação Redentorista para mostrar que o trabalho dos missionários é maior do que as circunstâncias desse escândalo que envolve um de seus membros. Docente do Instituto De Filosofia e Teologia de Goiás (Ifiteg) e da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), padre João Paulo Santos estava em Roma fazendo pesquisas para o doutorado quando a Operação Vendilhões veio a público. De volta ao Brasil, foi designado por seus superiores para ocupar a reitoria do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade. A função era exercida por padre Robson de Oliveira, assim como a presidência da Afipe, que ele assumiu há pouco. (Malu Longo).OUÇA TAMBÉM:-Imagem (Image_1.1752227)