-Imagem (1.1593311)Os pais de Davi Andrade do Amaral, que morreu com 1 ano de idade após queda de avião, vão receber R$ 150 mil de indenização. O acidente aconteceu no dia 11 de agosto de 2018 quando a aeronave em que estava a criança, o pai e o piloto, caiu sob uma casa no Setor Jardim Vista Bela, em Goiânia. A sentença foi dada pelo juiz Leonys Lopes Campos da Silva. O pai do bebê, Reginaldo Ernane do Amaral, que era mecânico aeronáutico na época e ficou ferido no acidente, também vai receber uma indenização de R$ 7,5 mil. Os valores de indenização serão pagos pelas herdeiras do piloto e dono do avião, Nehrú El-Aouar, que também sofreu ferimentos com a queda e morreu no hospital 18 dias depois do acidente. O juiz do caso considerou que houve falha no motor da aeronave e imperícia na direção, o que foi confirmado por relatórios e testemunhas. Provas Dentre os documentos apresentados ao magistrado, o relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos concluiu que a causa do acidente foi por “falha ou mau funcionamento do motor”. O avião era experimental, da marca Fox, Modelo V-6 e decolou do Aeródromo Brigadeiro Mário Eppinghaus. Poucos minutos no ar, ele acabou colidindo com duas casas. O motor do avião falhou por falta de lubrificação e superaquecimento. O juiz constatou através do relatório que a mistura de óleo/combustível utilizada para a lubrificação estava em desconformidade. Responsabilidade do comandante De acordo com o Código Brasileiro de Aeronáutica, no artigo 166, o comandante é o responsável pela operação e segurança da aeronave, bem como checar o abastecimento e fazer averiguação de refrigeração para evitar o superaquecimento do motor. Uma testemunha do caso, Wander Azevedo, proprietário de uma empresa de aviação, a qual também ajudou com o relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, afirmou que o piloto e proprietário do avião. Nehrú El-Aouar, “nunca fez nenhuma manutenção em sua empresa”. Outra testemunha, Geder Coimbra da Luz, que trabalhou com a empresa de Nehrú El-Aouar por 10 anos, atestou que nunca houve manutenção no avião. O homem disse ainda que, embora tenha feito alguns serviços na aeronave, jamais havia feito uma revisão completa, o que é exigido pelas normas de segurança. O porteiro do aeroclube, João Evangelista, também testemunha, disse que o abastecimento sempre foi feito pelo piloto com um combustível que ele mesmo levava – um galão de cerca de 50 litros – e que ele nuca viu Nehrú El-Aouar abastecer com o combustível da própria escola de aviação. Imperícia do piloto Diante da constatação de falha do motor, o relatório do Cetro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos atestou também que a imperícia do piloto contribuiu para a queda do avião. O documento afirma que depois da decolagem, quando a aeronave teve uma falha, o piloto iniciou uma curva e chocou-se contra uma casa. Ao analisar o GPS, foi constatado que o avião chegou a 44 metros de altura, sendo que o Manual de Operação, Montagem e Manutenção da Aeronave orienta que, ao se ter uma falha do motor após a decolagem, o piloto deve estabelecer um planeio e pousar em frente, sem efetuar curvas abaixo de 30 metros, exceto quando precisaria desviar de obstáculos.Além disso, o avião possuía Certificado de Autorização de Voo Experimental (CAVE) com validade vencida. A decisão ainda é passível de recurso.A reportagem não conseguiu localizar a defesa da família El-Aouar.Leia também:- Aeronave que caiu em Goiânia era da categoria experimental- Piloto de avião que caiu sobre casa em Goiânia morre 18 dias após acidente- Arma dentro da aeronave que caiu em Goiânia motivou envio de investigação para a PF- Criança morre e dois ficam feridos após queda de avião de pequeno porte em Goiânia-Imagem (1.1593389)