*Atualizada em 23/11 às 13h54Os pais de um jovem de 26 anos denunciam que ele foi morto, na noite desta terça-feira (22), após a família ter o carro atacado por policiais penais próximo ao Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. A suspeita é de que os agentes tenham confundido o veículo com o de criminosos que tentaram arremessar drogas para dentro do presídio. A Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) apura o caso.De acordo com o motorista Hermes José de Oliveira, pai de Hermes Júnior, ele, a esposa, o filho e um amigo haviam ido até uma empresa nas proximidades do Complexo Prisional guardar um caminhão e, na saída, foram abordados pelos policiais, que já teriam chegado atirando.“Abrimos o portão, entramos [no pátio da empresa], guardamos o caminhão, e a hora que a gente estava saindo, eu vi um farol. Ele gritou “Para senão eu atiro”, e já começou a atirar em nós. Acertou a cabeça do meu filho”, narrou o motorista, à TV Anhanguera.Os pais de Hermes Júnior, que também ficaram feridos, chegaram a levar o filho às pressas para o Cais Chácara do Governador, mas ele não resistiu aos ferimentos e morreu.O casal disse ter chamado a Polícia Militar, mas foi informado pela corporação que os tiros partiram de policiais penais. “Eu espero que eles paguem. Não vai trazer meu filho de volta, mas eu quero justiça”, cobrou o pai do jovem morto.Hermes Júnior deixa uma filha de 11 meses. O corpo será velado às 17h desta quarta-feira (23), em sua residência no setor Crimeia Oeste.O diz que a DgapA suspeita até o momento é que os policiais penais tenham confundido o carro de Hermes Júnior com o de criminosos. Os agentes se apresentaram espontaneamente à Polícia Civil e tiveram suas armas apreendidas.Em nota, a Dgap declarou que os policiais haviam interceptado “arremesso de ilícitos” por drone, e que três pessoas em um carro de cor escura dispararam contra os agentes, que revidaram.Os servidores fizeram um patrulhamento e encontraram um “veículo com as mesmas características”. “Neste momento foi realizada tentativa de abordagem em via nos fundos das Unidades prisionais, área de segurança e monitoramento da Polícia Penal, o motorista não atendeu a voz de parada e acelerou com o objetivo de evadir do local”, afirmou o órgão.Ainda segundo a Dgap, “por supostamente tratar de um veículo conduzido por indivíduos de alta periculosidade, armados e que teriam atirado contra guarnição de policiais penais, foram realizados disparos de arma de fogo pelos policiais na tentativa de interceptação do veículo em fuga, sendo que o mesmo evadiu do local, sem ser novamente visto pelos servidores.”“A Diretoria-Geral de Administração Penitenciária abriu procedimentos internos e os envolvidos no fato foram apresentados na Delegacia de Polícia Civil para prosseguimento dos procedimentos necessários”, finalizou.Leia também:PM teria atirado em homem em Goiânia após ser provocado: “Me mata”Pastor teria encomendado morte de homem assassinado a facadas em Goiânia, diz políciaProcedimento da PM-GO passa a prever filmar abordagens