Atualizada às 20h47A demanda por aulas presenciais nas escolas particulares de Goiânia tem aumentado, especialmente com o fim do ano se aproximando. Para atender à pressão dos pais, algumas unidades ampliaram salas ou turmas para conseguir receber mais estudantes nos espaços físicos. Presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino de Goiás (Sepe-GO), Flávio Roberto de Castro diz que os pedidos dos pais ocorrem em todas as unidades e que já encaminhou pedido para a Prefeitura da capital para que as unidades recebam mais alunos.O último decreto municipal define que, para o de ensino regular nas etapas infantil, fundamental, médio e superior, o limite segue de 50% da capacidade total da instituição, mas ressalta que outros protocolos também devem ser seguidos, como atender ao distanciamento de pelo menos um metro de raio entre os alunos e dois metros entre alunos e professores, assim como os demais funcionários que estiverem na escola. Com base nestas regras, o professor e diretor do Colégio Progressivo, Omar Passos de Carvalho, explica que foi feita a medição dos espaços e a organização das carteiras. “As nossas salas têm bom tamanho. Se temos 40 alunos matriculados em uma sala e nosso espaçamento permite 30 cadeiras afastadas de acordo com a regra, temos 30 alunos de maneira presencial. Isso permite que os alunos passem duas semanas em aula presencial e uma na aula on-line.”Ele ainda diz que a cobrança dos pais tem se acentuado desde o início do segundo semestre e não apenas dos estudantes que estão na 3ª série do ensino médio, prestes a fazerem o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “Claro que pais e alunos da 3ª série do ensino médio cobram mais pela proximidade do exame, mas os outros pais, até mesmo do ensino fundamental nos cobram esta ampliação de atendimento. A justificativa costuma ser o aproveitamento.”Presidente do Sepe, Flávio Castro diz que espera que, com a vacinação dos adolescentes, iniciada esta semana, as aulas possam ser retomadas com atendimento capacidade total ou perto disso. “Todos os segmentos já voltaram a funcionar (plenamente) e as escolas ainda não. Os pais querem que os filhos retornem 100% presencial.” Ele diz que o sindicato já solicitou o aumento da quantidade de alunos nas salas de aula. “Encaminhamos à Prefeitura de Goiânia um pedido de aumento dos alunos nas aulas presenciais. Precisamos nos adaptar à situação. Já se passou mais de um ano da pandemia e já sabemos como lidar (com o vírus)”, pontua. No primeiro semestre as escolas só podiam receber 30% dos alunos de maneira presencial e nota técnica emitida pelo Centro de Operações de Emergências (COE) em Saúde Pública de Goiás informou que a ampliação da capacidade de alunos no regime presencial poderia ocorrer de forma gradual, de acordo com as deliberações das instituições, desde que seguissem as regras. Mas a procura foi suficiente para o recomeço já com o limite dos 50% na primeira semana de aula. As instituições passaram o mês de férias se preparando para este atendimento. No colégio Agostiniano Nossa Senhora de Fátima, a coordenação informou que também há preferência dos pais pela modalidade presencial. Mesmo com os investimentos em equipamentos e tecnologia, a diretora pedagógica Adriana Ribeiro diz que praticamente todas as famílias preferiam que os estudantes estivessem estudando todos os dias na escola. “As famílias querem voltar 100% presencial. Estamos aguardando as orientações dos órgãos competentes”, afirma. Adaptação faz diferençaPara a aluna da 3ª série do ensino médio Karolinny Vieira de Sousa, de 17 anos, estudar na modalidade presencial pode fazer a diferença. Karolinny diz que tem se dividido na modalidade presencial e virtual, mas acredita que o rendimento e o aproveitamento em sala de aula sejam melhores. “Em casa eu acredito que tenho mais distrações. Pra mim, tomar banho, sair de casa e chegar à escola é um prelúdio necessário.” Ela pretende buscar uma vaga no curso de Odontologia. “Eu tenho me esforçado, mas penso que esta mudança imposta pela pandemia poderá me prejudicar.”José Cardeal, de 17 anos, também está na 3ª série do ensino médio. Com uma rotina intensa de estudos se preparando para o vestibular e Enem no sistema híbrido, Cardeal conta que consegue focar nos estudos nas duas modalidades. “O presencial é melhor por causa da energia, interação e inspiração nos amigos. Mas a alternância no ensino não me prejudicou, pois continuo tendo interação com o professor e tirando minhas dúvidas”, afirma. O estudante quer prestar vestibular para Cinema na USP, além de fazer o Enem. “Tenho sete aulas por dia das 7h05 às 13h35 alternando no presencial e on-line. Descanso das 13h35 às 15h. Inicio meus estudos com exercícios e leitura às 15h e vou até às 20h. Paro para jantar e correr. Se estiver faltando algo para estudar vou até às 23h e depois durmo”, conta.Outras escolas também se adaptaram para conseguir atender ao aumento da demanda presencial. No Colégio Expressivo, mais salas foram montadas para que mais alunos participem da modalidade presencial. Salas que estavam sendo utilizadas para outros fins, como depósito ou sala audiovisual, foram reformadas para atender aos estudantes diariamente. Diretora pedagógica e administrativa da Escola Imaculada, Renildes de Paiva Alves Barbosa explica que quase 90% dos alunos estão presenciais. “Nossas salas de aula são amplas e com o distanciamento de 1 metro exigido pelo decreto conseguimos organizar para que os alunos pudessem assistir às aulas de forma presencial”, afirma. A escola atende em torno de 400 alunos e tem poucas crianças na modalidade virtual. “Tem famílias que deixaram as crianças só no on-line por questões pessoais como estar com os avós ou por comorbidades”, pontua. (Joyce Vilela Merhi é estagiária do GJC em convênio com a PUC Goiás)