A Prefeitura de Goiânia anunciou que sete bens públicos terão a manutenção e conservação assumidos por empresas ou pessoas físicas, por meio do programa Adote uma Praça, oficialmente apresentado pelo prefeito Iris Rezende (MDB) nesta terça-feira (20). Entre os pontos inseridos na iniciativa estão dois importantes exemplares do conjunto arquitetônico histórico em art déco da capital: o relógio da Avenida Goiás e o coreto da Praça Cívica, ambos no Centro. A Caixa de Assistência dos Advogados de Goiás (Casag) ficará responsável pela manutenção e conservação dos dois bens públicos nos próximos três anos. Os dois equipamentos serão revitalizados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e depois ficarão sob os cuidados da Casag, cuja sede é vizinha a ambos.Alguns logradouros públicos já foram assumidos pela iniciativa privada. Na edição desta terça-feira, reportagem do POPULAR mostrou que uma área pública na confluência da Rua C-248 com a Avenida C-233, no Setor Nova Suíça, foi fechada pela empresa de engenharia responsável pela construção de um condomínio residencial. O espaço será transformado em uma praça dentro do programa Adote uma Praça, criado pela lei municipal nº 10.346/2019. A lei prevê a celebração de parcerias com a iniciativa privada, com pessoas físicas ou jurídicas, e com instituições organizadas da sociedade civil para a melhoria das condições de uso dos espaços públicos.“O bem continua público e aberto à toda a população. Vamos fiscalizar e, se isso não ocorrer, a Prefeitura volta a assumir o espaço”, assegura o titular da Secretaria de Planejamento Urbano e Habitação (Seplanh), Henrique Alves. A expectativa do secretário é que novos interessados busquem a Prefeitura de Goiânia com o objetivo de adotar outros logradouros. “O programa gera economia para o Município. Assim, a Prefeitura pode se dedicar e investir mais em áreas distantes da região central.”Na mesma solenidade foi anunciado que outros cinco espaços públicos passam a ser mantidos por empresas ou pessoas físicas, como é o caso da Praça da Feira, no Parque Amazônia. Renato de Faria, morador e líder comunitário da região, e também servidor da Seplanh, assina o termo de cooperação com o poder público para, durante três anos, organizar o comércio hoje existente no local e realizar projetos culturais e esportivos na área. “Estamos gerando cerca de cem empregos por dia e vamos levar mais projetos para promover a interação comunitária”, diz Faria.FlexívelOs termos de cooperação previstos no programa Adote uma Praça não possuem um padrão, nem de serviços, nem de prazos. Na esquina das Ruas 146 e 145, no Setor Marista, numa área de 155,43 metros quadrados (m²), onde existe hoje um ponto de ônibus e uma árvore, a Somos Desenvolvimento Imobiliário e a GPL Incorporadora farão uma intervenção plantando um maior número de espécies e instalando equipamentos urbanos criando um novo espaço público de convivência. A exemplo da Rua C-248, no Setor Nova Suíça, a área é aberta hoje ao tráfego e está em frente a um novo empreendimento imobiliário.Ainda no Parque Amazônia, a Praça da Família, entre as Ruas Baquité, Beijuaçu e Cametá, foi adotada também pela SIM Engenharia que, pelo termo de cooperação irá fornecer todo o material necessário para a reforma do logradouro.O programa de Goiânia buscou inspiração em experiências bem sucedidas em outras localidades do País. Grandes cidades como Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (RJ), Campinas (SP), Florianópolis (SC) e Curitiba (PR) e até mesmo Anápolis, em Goiás, já implementaram iniciativas similares. Revitalizações começam em 10 diasSuperintendente do Iphan em Goiás, Salma Saddi informou que a licitação para a restauração do coreto e do relógio foi concluída. A ordem de serviço foi assinada na última sexta-feira (16). Foram liberados R$ 400 mil para as obras, mas serão utilizados pouco mais de R$ 358 mil, valor definido no processo licitatório. A empresa vencedora, Marsou Engenharia, terá dez dias para instalar os tapumes e iniciar os trabalhos. Por se tratar de bens tombados, a arquiteta Dafne Marques, do Iphan, vai acompanhar as obras. Quando os trabalhos de restauração estiverem concluídos, o Iplan vai entregar à Casag um caderno com explicações detalhadas sobre a forma de fazer a manutenção. “Estamos felizes em contribuir com a preservação da nossa história”, afirma o presidente da Casag, Rodolfo Otávio. Ele acredita que a proximidade da sede da Casag com os bens públicos vai ajudar na manutenção. “Nosso prédio está em frente, vamos cuidar não apenas das paredes e do campo visual, mas do próprio relógio que precisa funcionar permanentemente, e esta é a parte mais difícil.”A partir de outubro o próprio Iphan será vizinho do coreto e do relógio. Desde 2015 o prédio que abrigou Procuradoria da Fazenda Federal, entre as Avenidas Goiás e Araguaia, está sendo restaurado e requalificado para receber a superintendência do órgão em Goiás. O edifício também integra o conjunto arquitetônico art déco tombado da capital. Para praças, é permitida por lei a instalação de uma placa indicativa com o nome do adotante com dimensões máximas de 1,50 m de altura por 0,50 m de largura, a cada 1.500 m². Locais já adotadosCoreto (Praça Cívica) e Relógio (Avenida Goiás) - Centro - Casag Praça São Tomaz - Setor Serrinha - Vega ConstrutoraPraça da Família - Parque Amazônia - Residencial Imaginne (SIM Engenharia)Praça da Rua C- 248 - Setor Nova Suíça - SIM EngenhariaPraça da Feira - Parque Amazônia - Renato FariaÁrea Pública na esquina das Ruas 146 e 145 - Setor Marista - Somos Empreendimentos Imobiliários e GPL Engenharia