A Polícia Técnico-Científica realizou, na manhã deste domingo (21), uma perícia no local em que Leidiane Teixeira, de 28 anos, caiu de um ônibus do Eixo Anhanguera, no Jardim Novo Mundo, em Goiânia. O acidente aconteceu na última quarta-feira (17) e a vítima, que era estudante de enfermagem, morreu no dia seguinte depois de ficar internada no Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo).A perícia foi acompanhada pela Delegacia Especializada em Investigação de Crimes de Trânsito de Goiânia (Dict), que abriu inquérito para apurar o acidente. Na segunda-feira (22), o ônibus será periciado e, ao longo da próxima semana, testemunhas devem ser ouvidas para que seja determinada a responsabilidade pelo acidente. Leidiane Teixeira caiu da porta do meio do veículo, próximo ao acesso dos cadeirantes. A conduta do motorista do ônibus também está sendo investigada.Entre os objetivos da perícia, está esclarecer se havia alguma falha mecânica na porta que se abriu. Perita criminal, Letícia Prado explicou que algumas medidas da via foram materializadas, como a inclinação da pista e o raio de curvatura, a fim de entender a velocidade limite da via naquele ponto.“A mancha de sangue ainda está no local e agora vamos calcular a velocidade que a curva consegue suportar levando em consideração o veículo e os passageiros. Depois da inspeção veicular será emitido um laudo pericial”, completa. A perícia no veículo, prevista para esta segunda (22), vai realizar testes na parte mecânica, acionamento da porta e manutenção.VelocidadePróximo ao local onde aconteceu o acidente há uma placa indicando a velocidade máxima de 30 km/h. A Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM) afirmou que a placa não é oficial e que a velocidade atual da via é 60 km/h. Ainda não é possível, entretanto, afirmar a velocidade em que o ônibus transitava no momento do acidente. O resultado só será divulgado após conclusão da perícia.Imagens foram divulgadasNa última sexta-feira (19), a Polícia Civil divulgou um vídeo do acidente com imagens da câmera de segurança do próprio veículo. No vídeo é possível ver que a porta do lado esquerdo, que fica no fundo do ônibus, se abriu às 13h37. Foi aí que a passageira se passageira se desequilibrou e caiu para fora do veículo.Responsável pelas investigações, a delegada Maira Barcelos disse, nesta sexta-feira (19) que o motorista não abriu a porta e trafegava a 50 quilômetros por hora (Km/h) no momento em que a passageira caiu para fora do ônibus. As suspeitas eram de que a passageira, que estava com uma marmita nas mãos e com uma mochila nas costas, se desequilibrou e caiu sobre a porta.“Logo que nós tomamos conhecimento da morte da vítima, entramos em contato com a Metrobus e solicitamos que o veículo parasse para que fossem feitas as vistorias necessárias para esclarecer o acidente. Se durante as investigações ficar comprovada alguma falha na porta e que a Metrobus e a pessoa responsável tinham conhecimento e permitiu que o ônibus trafegasse sem reparar, ele será responsabilizado”, destacou a delegada. Nota da MetrobusPor meio de nota, a Metrobus afirmou que lamenta a morte da passageira, e que está prestando assistência à família. Além disso, disse que abriu um procedimento interno para apurar as causas do acidente.Vítima tinha dois filhosLeidiane Teixeira, de 28 anos, foi sepultada na noite da última quinta-feira (18) após uma cerimônia que contou com os dois filhos, de 8 e 11 anos, o marido, parentes e amigos. De acordo com o marido, Odair José, de 48 anos, a estudante de enfermagem sonhava em se formar e construir uma casa para a família.MP pediu suspensão de veículosO Ministério Público de Goiás (MPGO) expediu, ainda na sexta-feira (19), uma recomendação ao Governo de Goiás e à Metrobus para que suspendessem o uso dos ônibus do Eixo Anhanguera com mais de cinco anos de operação. De acordo com o MP, esse período de uso é o considerado seguro para circulação de veículos de transporte público.O MP também fez uma recomendação à Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), pedindo a fiscalização da idade média dos ônibus em operação e a elaboração de um relatório de fiscalização. O Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores no Transporte Coletivo Urbano de Goiânia e Região Metropolitana (Sindcoletivo) já havia feito denúncias que apontam possível sucateamento de toda a frota utilizada no Eixo.Leia também: MPGO pede suspensão dos ônibus do Eixo Anhanguera com mais de 5 anos de operaçãoEstudante morre após cair de ônibus do Eixo Anhanguera, em GoiâniaDict investiga se falha mecânica contribuiu na morte de estudante que caiu do Eixo AnhangueraEstudante morre após cair de ônibus do Eixo Anhanguera, em Goiânia-Imagem (1.2514025)-Imagem (1.2514036)-Imagem (1.2514027)-Imagem (1.2514032)