A Operação Tolueno, deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (15), apura irregularidades na compra de máscaras e álcool pelo Instituto Brasileiro de Gestão Hospitalar (IBGH), na gestão do Hospital Estadual Ernestina Lopes Jaime (HEELJ), em Pirenópolis, cerca de 130 km de Goiânia. As irregularidades teriam resultado em um prejuízo de cerca de R$ 2 milhões. O IBGH é uma organização social contratada pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO). Além da baixa qualidade dos materiais adquiridos, comprovada por exames periciais, haveria indícios de direcionamento na escolha do fornecedor e superfaturamento, segundo análise da Controladoria-Geral da União (CGU), que participou da operação. Notas fiscais emitidas pelas empresas que vendem álcool em gel e máscaras demonstraram, segundo a PF, que os valores dos produtos variam muito, dependendo do comprador. O início das investigações ocorreu após denúncias que chegaram ao Ministério Público em Pirenópolis (GO), de que o álcool em gel e máscaras cirúrgicas da cidade seriam de péssima qualidade. Os itens não atendiam especificações técnicas, segundo análise da OS, colocando pacientes e profissionais de saúde em risco. Na operação desta terça, foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão e 8 prisões temporárias em Goiânia, Pirenópolis, Aparecida de Goiânia, Brasília (DF) e Macapá (AP). Também foram cumpridas medidas de sequestro de valores, indisponibilidade de bens dos investigados e afastamento preventivo de servidores públicos. De acordo com a PF, os crimes investigados são falsificação de produto destinado a fins medicinais, fraude à licitação, e organização criminosa. As penas podem chegar a 30 anos de prisão. A reportagem entrou em contato com as assessorias da SES-GO e do IBGH, mas não obteve resposta até às 9h39 desta terça.