O sargento de Polícia Militar Lucimar Correia da Silva foi condenado, nesta quarta-feira (27), pela morte de Wallacy Maciel de Farias, de 24 anos. A sentença de sete anos em regime semi-aberto e a perda da farda foi definida por quatro dos sete jurados.Wallacy foi morto durante uma abordagem policial em 2017, no Residencial Canadá, em Goiânia. Para Adriana Teodoro de Farias, mãe do jovem, a sentença foi um alívio.“Fiquei aliviada, mas achei que [a punição] foi pouca. Se fosse meu filho que o tivesse matado, teria pego pena máxima”, afirma. “Mas, em resumo, estou feliz com o resultado. A justiça foi feita.”De acordo com Ricardo Naves, advogado de Lucimar, a defesa irá entrar com recurso nesta quinta-feira (28) para tentar reverter a decisão.“Penso que foi uma decisão mais voltada para o aspecto emocional da família que uma convicção técnica. Não há nada que justifique essa decisão. Vamos tentar reverter no tribunal”, informa.Ele ainda disse que também irá rever a decisão sobre a perda de farda do sargento.Leia também:- Caso Wallacy: Júri é adiado após mudança de promotor- Mãe relata ansiedade para júri de PM acusado de matar jovem em abordagem: ‘Fé na Justiça’- Júri de sargento por morte de marceneiro depende de recurso no STF- Só uma em 200 mortes por intervenção policial em Goiás vira processo na JustiçaCasoWallacy rondava de carro a casa da namorada, no dia 9 de julho de 2017, quando foi abordado por militares em uma rua próxima a terrenos baldios. Ele foi morto com dois tiros a alguns metros da própria residência.O jovem, que já havia passado pelo local algumas vezes, foi considerado suspeito por vizinhos. Ele chegou a ser abordado horas mais cedo por outra viatura. Como não estava armado, foi liberado.Na segunda abordagem, Wallacy teria saído do veículo "de maneira desafiadora", segundo a defesa do militar.De acordo com as investigações, câmeras de seguranças mostraram os policiais manuseando o corpo do jovem e o interior do carro com luvas brancas, antes da chegada da perícia.