Os policiais militares Wilson Luiz Pereira de Brito Júnior e Bruno Rafael da Silva, ambos de 30 anos, foram denunciados pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) pelo homicídio de Chris Wallace da Silva, de 24. O rapaz fazia tratamento contra câncer nos ossos havia cerca de 10 anos e teria sido espancado pelos dois militares por volta das 19h10 de 10 de novembro deste ano, em uma rua do Residencial Fidélis, em Goiânia.De acordo com a denúncia, foram usados cassetetes nas agressões, que atingiram corpo e cabeça da vítima, ocasionando a morte por traumatismo cranioencefálico grave. O MP-GO manifestou-se favoravelmente à decretação da prisão preventiva dos dois policiais militares.O POPULAR pediu posicionamento à assessoria de imprensa da Polícia Militar e aguarda resposta. Abordagem e agressãoSegundo os promotores de justiça que assinam a denúncia, Geibson Rezende, Sebastião Marcos Martins, Felipe Oltramari, Luís Antônio Ribeiro Júnior e Sávio Fraga e Greco, a vítima caminhava na rua com um amigo, quando foram abordados pelos dois PMs, que pediram a documentação pessoal deles. Conforme a denúncia, após repreendê-los por estarem na rua àquela hora da noite, passaram a agredir Chris Wallace da Silva com chutes, tapas e inúmeros golpes de cassetete. Além disso, o empurraram contra um muro de concreto chapiscado com pedra.O rapaz, durante o espancamento, ainda teria informado aos policiais que era portador de leucemia e pediu para que as agressões fossem interrompidas, mas não foi atendido, conforme a denúncia. Os ataques só pararam quando Chris Wallace da Silva conseguiu se desvencilhar e sair correndo.Morte por traumatismo cranioencefálicoAo chegar à casa em que mora, o rapaz começou a ter crise convulsiva e a vomitar sangue, sendo levado de ambulância para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), onde permaneceu inconsciente até o dia 16 de novembro, quando faleceu. Laudo de exame cadavérico feito pelo Instituto Médico Legal (IML) aponta que Chris morreu por causa de um traumatismo cranioencefálico causado por ação contundente, o que condiz com o relato de testemunhas que viram o jovem ter a cabeça prensada com força em um muro pelos policiais. A vítima também apresentava ferimentos pelo corpo, principalmente na mão, no quadril e no peito. Motivo torpeOs policiais foram denunciados por homicídio qualificado por motivo torpe, emprego de meio cruel e utilização de recurso que dificultou a defesa da vítima em delito cometido em concurso de pessoas do Código Penal.Os promotores de justiça, ao se manifestarem favoravelmente à decretação da prisão preventiva, argumentaram que a medida era necessária para a garantia da ordem pública e conveniência da instrução criminal, já que se trata de delito hediondo, cometido com crueldade e de forma fria e violenta. Também ressaltaram que há uma testemunha ocular que reconheceu os denunciados como autores das agressões.