A Polícia Civil (PCGO) apreendeu, nesta sexta-feira (25), os grilhões que um médico da cidade de Goiás usou em um de seus funcionários para gravar um vídeo de suposta apologia à escravidão. O funcionário, que é negro, aparece nas imagens preso com as correntes nos pulsos, pés e pescoço, enquanto o médico diz que ele ficaria em sua “senzala”.A PCGO começou a investigar o caso no dia 16 de fevereiro, e já ouviu tanto o médico, identificado como Márcio Antônio Souza Júnior, quanto o funcionário.As imagens que viralizaram provocaram indignação. Nelas, o funcionário aparece acorrentado enquanto o médico diz “falei para estudar, mas ele não quer. Então vai ficar na minha senzala”. Em outro trecho, Márcio provoca, em tom de brincadeira: “tenta fugir, pode ir embora”.Após a forte repercussão negativa, o médico publicou outro vídeo ao lado do funcionário, dessa vez sem correntes. Nele, Márcio diz que tudo não passou de uma brincadeira. Já o funcionário afirma que o médico era como “um pai” para ele.Na ocasião, a Secretaria das Mulheres, Juventude, Igualdade Racial e Direitos Humanos da Cidade de Goiás divulgou uma nota repúdio sobre o que classificou como "lamentável episódio em que uma Pessoa Negra, um Ser Humano é exposto acorrentado pelas pernas e com grilhões nos braços e no pescoço". A nota cita o artigo 3º da Constituição Federal, que estabelece os direitos fundamentais do cidadão.A PCGO segue investigando o caso.