A Delegacia de Crimes de Trânsito (Dict) investiga a causa da colisão entre dois veículos que culminou na morte do jovem Bruno Marques, de 18 anos, nesta terça-feira (8). Ele estava na portaria do prédio em que morava, no Setor Bela Vista em Goiânia. A polícia fará a análise dos laudos para que seja instaurado o inquérito policial para apurar as circunstâncias do acidente.Delegada responsável pelo caso, Maíra Lídia Barcelo aponta que, por ora, não é possível determinar uma possível variante da condução como causa do acidente. Ela afirma que ambas as condutoras foram submetidas ao teste de bafômetro e o resultado foi negativo.A investigação vai verificar, entre outros pontos, se algum dos carros estava em alta velocidade, se houve desatenção das motoristas e se a sinalização das avenidas foi seguida conforme a lei de trânsito. “Só assim poderemos dizer se alguma delas ou as duas deram causa, de alguma forma, para o acidente, e caso seja positivo, elas podem responder por homicídio culposo”, informa a delegada.Maira ressalta que somente após o andamento do inquérito será esclarecido se a morte do jovem foi causada diretamente pelo impacto da batida. “Não conseguimos dizer se foi por causa do impacto com o automóvel ou se foi algum pedaço de ferro, algum escombro que caiu sobre ele e o levou a óbito” relata.Assistente de limpeza do prédio onde Bruno foi atingido, Nilvania Pereira aguardava o jovem sair da portaria para que pudesse passar e viu toda a cena. Ela acredita que uma barra de ferro da portaria teria atingido a cabeça do rapaz. O objeto teria se soltado com o impacto da batida do veículo.O acidenteBruno foi atingido por um veículo na portaria do prédio onde residia. Antes de romper o muro de vidro do residencial, o automóvel se chocou com outro carro no cruzamento das avenidas S-5 e T-13.Nas imagens das câmeras de segurança do edifício onde o jovem morava com a família, é possível observar que o automóvel que descia a Avenida S-5, onde há uma sinalização de parada obrigatória, bateu na lateral do veículo que transitava pela avenida T-13, de mão única.Bruno foi atingido por um dos carros quando se preparava para passear com a cachorrinha. Os vidros da portaria quebraram com o impacto e uma barra de ferro se desprendeu.Nilvania conta que o jovem saia para passear com a cachorra todos os dias pela manhã, e que deixava para colocar a coleira na clausura da portaria, local entre o saguão de entrada e o portão de saída do prédio.HorárioNas câmeras de segurança do edifício é possível ver que o rapaz entrou na clausura às 9h01 e foi atingido às 9h03.“Ele abaixou para pegar a cachorrinha e na hora que fez o primeiro barulho, ele levantou e olhou para mim, depois ele olhou para o rumo de onde vinha o carro e abaixou, acho que a intuição dele era proteger o cachorro. A hora que ele abaixou, o carro veio, foi questão de segundos.” afirma. O jovem estava sem vida quando o socorro chegou.A assistente de limpeza relata ainda que logo chamou socorro e comunicou o zelador do edifício, Claudino Rodrigues da Silva do ocorrido.Segundo o zelador, os bombeiros levaram 10 minutos para chegar ao local e Bruno estava sozinho em casa no momento do acidente. O irmão mais novo tinha ido para a escola e os pais estavam trabalhando.A mãe de Bruno chegou cerca de 30 minutos depois que foi comunicada por telefone pelo zelador. Ainda segundo ele, os dois veículos envolvidos na colisão no cruzamento eram conduzidos por mulheres. Ambas e algumas testemunhas foram atendidas pelos bombeiros. Nenhuma delas se feriu.Bruno será velado nesta quarta-feira (9), às 8h no Cemitério Vale do Cerrado, no Conjunto Vera Cruz em Goiânia. O sepultamento será realizado no mesmo local e está previsto para às 9h. (Manoella Bittencourt é estagiária do GJC em convênio com a PUC Goiás) Bruno ia começar faculdade de DireitoBruno Marques, de 18 anos, estava a poucos dias de começar o curso de Direito. Não há informações de qual seria a instituição de ensino. O rapaz participava do grupo de jovens da Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia (PIPG), onde tocava bateria nas apresentações. Em postagem no Instagram, o grupo lamentou a morte do adolescente. “Estimado e amado irmão Bruno, até breve! Logo estaremos em sua companhia, desfrutando de forma plena da presença do nosso Redentor, diante de quem você já desfruta do descanso das dores dessa existência caída! Assim sendo, aqui nos despedimos, momentaneamente de você, para em breve revê-lo na eternidade.” publicou o grupo da igreja.O colégio IPÊ Presbiteriano onde Bruno estudou e o irmão mais novo frequenta, também divulgou uma nota de pesar. “Manifestamos nossa solidariedade a todos os familiares. Nesse momento de luto, oramos para que toda a família receba o consolo do Espírito Santo de Deus.” escreveu o colégio nas redes sociais. O pai de Bruno, Sérgio Marques Mesquita, é chefe do Núcleo de Gestão Administrativa e Contratações Públicas da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Goiás. Conhecido por sua educação com os funcionários do edifício em que vivia, Bruno é bem lembrado por eles. “Pensa em um menino educado, não deixava de desejar um bom trabalho para gente todos os dias, um menino muito bom.” lembra o zelador, Claudino Rodrigues da Silva. “Com nós aqui, ele sempre conversava, vinha e desejava bom dia, bom trabalho. Era muito educado, perguntava como a gente estava e contava da vida dele. Me contou que passou no vestibular.” lembra a testemunha do acidente, Nilvania Pereira.-Imagem (Image_1.2399854)