Um servente de pedreiro, de 31 anos, foi ouvido pela Polícia Civil nesta segunda-feira (28) suspeito de ter abordado Luana Marcelo Alves, estudante de 12 anos, que está desaparecida desde 9h34 de domingo (27). Ela voltava para casa após comprar salgados em um mercado próximo. O homem foi levado para a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Goiânia porque o carro dele foi visto pelas câmeras de segurança da região indo na direção da menina, tanto no momento em que ela ia ao mercado como no retorno para casa.O Jornal Anhanguera 2ª Edição informou, no começo da noite desta segunda-feira, que a Polícia Civil divulgou que além deste suspeito há outros que devem ser ouvidos. As buscas pela estudante envolvem equipes das Polícias Civil, Militar e Técnico-Científica, além de bombeiros e guardas civis. Moradores da região e familiares de Luana também ajudam nas rondas pela vizinhança.Luana saiu de casa por volta das 9 horas de domingo para comprar salgados em um mercado que fica a 330 metros da residência, no Setor Madre Germana II, em Goiânia. Imagens de câmeras de segurança da região mostram ela passando em direção ao estabelecimento às 9h29 e voltando pelo mesmo local às 9h34 já com um pacote nas mãos. Depois não foi mais vista.“Ela sempre chega no horário certo, nunca atrasa”, diz o comerciante Robson Marcelo de Santos, de 33 anos, pai de Luana. O caminho até o mercado é conhecido pela estudante, acostumada a andar por ali todos os dias, no quarteirão acima da casa da família. A menina saiu com dez reais para a compra e não portava documentos nem celular por conta do pequeno trecho que seria percorrido. Além disso, Luana estava com o cabelo de mechas vermelhas preso e usava uma blusa estampada com a logo do aplicativo TikTok e uma bermuda.Leia também:- Menina desaparece ao sair para ir à padaria, no Setor Madre Germana, em Goiânia- Número de clubes de tiro cresce seis vezes em Goiás- Acidente entre carro e caminhão mata mulher, em TrindadeA mãe da estudante, a auxiliar de limpeza Jheiny Hellen Costa Alves, de 31 anos, diz que só quer a filha perto dela novamente. Em vídeos e fotos compartilhados pela família, a menina se mostra sempre sorridente, divertida, educada e calma. A família afirma que ela nunca teve problemas na escola ou brigas com alguém.Prisão anteriorO suspeito que prestou depoimento já cumpriu pena por roubo e receptação e, segundo afirmou em depoimento, chegou a ficar dois meses detido por causa de uma acusação de estupro, mas teria sido absolvido. Ele nega que tenha visto Luana na manhã de domingo, diz que a viu apenas uma vez na distribuidora de bebidas pertencente ao pai dela e afirma que passou a noite sem dormir, tendo feito uso de bebida alcoólica e cocaína.Pai de um menino de 7 anos que vive com a avó paterna e morador do mesmo bairro da família da estudante, o servente contou que por volta do horário em que a menina desapareceu esteve na casa de um amigo atrás dele, mas não o encontrou e que a esposa deste informou que ele estaria em outro lugar. Ele também contou que só ficou sabendo da situação de Luana ao visitar a mãe dele e o filho, já na noite de domingo.Antes de ir para a DPCA, o suspeito foi abordado por volta de meia-noite de domingo por policiais militares na casa da mãe dele e negou que tivesse visto Luana naquele dia. Depois, saiu para o trabalho às 7h30 de segunda, e uma hora e meia depois a PM esteve no seu local de trabalho para pegar o carro para perícia. Segundo o JA 2ª edição, os peritos usariam luminol no veículo para buscar vestígios de sangue no veículo.Buscas não paramO pai da estudante afirma que ao procurar a delegacia foi informado que seria necessário esperar 24 horas, mas que ao ouvir o relato, a Polícia Civil acabou permitindo o registro da queixa e imediatamente as equipes começaram as buscas. “A vizinhança toda se movimentou”, afirma Robson.Com os olhos marejados, o comerciante lembra que a menina é quem manda na casa, já que os pais passam o dia todo trabalhando. “Ela é tranquila, comportada, com muitos sonhos e um amor de pessoa, ela é tudo para gente, está sendo muito difícil”, conta.A rua onde fica a casa de Luana atrai familiares, amigos e vizinhos para prestarem solidariedade e ajudar na procura. “Ninguém aqui ia querer o nosso mal, nós não temos problema com ninguém, temos uma pequena distribuidora que reúne só amigos, não tem como alguém aqui querer fazer mal pra minha filha e família”, afirma Robson.O pai de Luana explica que estranhou a demora da filha na manhã do domingo e, por volta de 10h, começou a ligar para os colegas e familiares. “Fomos de porta em porta das pessoas perguntando também de quem a gente não tinha número.”O POPULAR acompanhou parte das buscas nesta segunda-feira (28). Moradores e parentes realizaram orações enquanto ajudavam nas rondas, entre lágrimas e compartilhando o sentimento de esperança.Líder comunitário e amigo da família, Miguel Veloso explica que os moradores vasculharam diversos lotes vazios, matagais e córregos. “Mais de 300 pessoas saíram com lanterna, câmera, tudo, entrando lote por lote”, comentou.Paralelamente às buscas, as equipes policiais identificam e verificam a situação de cada veículo que aparece nas imagens de câmeras de segurança no intervalo de tempo em que Luana foi vista.Os semblantes de preocupação dos moradores do bairro refletem o bom relacionamento que a família possui com todos ao redor. “É muito comum elas se juntarem, todas (as crianças da rua) e irem até o mercado comprar alguma coisa, nunca teve perigo e é um caminho muito curto”, diz Francisco Justino Neto, de 62 anos.-Imagem (1.2570054)