A Polícia Civil de Goiás e a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Semad) deflagraram, na última semana, uma operação para investigar um engenheiro e servidor municipal de 32 anos suspeito de falsificar ao menos 6 licenças, por meio de sua empresa, que possibilitaram o desmatamento em áreas de preservação e reservas legais em várias propriedades de Orizona, no Sul do estado.Ao POPULAR, o delegado Bruno Barros, que conduz a operação Falsa Simetria, contou que o investigado atua na Superintendência do Meio Ambiente de Morrinhos. Paralelamente a isso, o homem abriu uma empresa voltada para o intermédio junto a órgãos competentes para a emissão de licenças ambientais.No entanto, segundo o delegado, em vez de cumprir os requisitos necessários, o engenheiro teria falsificado as liberações para os produtores rurais por meio de sua empresa.“Verificamos que as licenças eram idênticas às originais, mas não constavam no sistema. Identificamos também um ponto em comum, que todas essas licenças eram emitidas pelo mesmo engenheiro”, pontuou Barros, se referindo ao investigado.Investigações prosseguemO delegado informou que, das quatro propriedades rurais vistoriadas em Orizona, ao menos três praticaram desmatamento em áreas de preservação permanente (APP) e áreas de reserva legal (RL) “amparadas” pelas falsas licenças.No entanto, segundo Barros, não há indícios de que os produtores rurais sabiam do caráter irregular dos documentos.Até agora, seis licenças falsas foram verificadas, mas conforme o delegado, podem haver outras para propriedades de outros municípios. As investigações prosseguem.A reportagem do POPULAR entrou em contato com a Prefeitura de Morrinhos, uma vez que o engenheiro faz parte de seu quadro de servidores, e aguarda retorno.A reportagem também tenta localizar a defesa do investigado. Ele pode responder pelos crimes de falsificação de documentos públicos e participação em crimes ambientais.Leia também:<a href="https://opopular.com.br/noticias/cidades/mpf-apura-supostas-irregularidades-contra-on%C3%A7as-em-instituto-em-goi%C3%A1s-1.2514902" target="_blank">MPF apura supostas irregularidades contra onças em instituto, em Goiás</a><a href="https://opopular.com.br/noticias/cidades/pesquisadores-e-pecuaristas-se-unem-para-proteger-a-raposa-do-campo-em-goi%C3%A1s-1.2505664" target="_blank">Pesquisadores e pecuaristas se unem para proteger a raposa-do-campo, em Goiás</a>

Polícia investiga engenheiro que teria falsificado licenças para desmatamento, em Orizona

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Matéria - Cidades

Fé, devoção e gratidão ao Divino Pai Eterno é o que move o grupo de 30 romeiros que partiu na manhã desta quarta-feira (18) de Orizona, no Sul de Goiás, rumo a Trindade. Ao todo, serão 15 dias de percurso com quase 200 quilômetros (km). A chegada está prevista para 2 de julho, um dia antes do tradicional desfile de carro de bois, cavaleiros e muladeiros. Enquanto isso, outras comitivas finalizam preparativos para a saída na próxima semana em direção à maior festa religiosa do Centro-Oeste.

Mantendo tradição de família, o carreiro Emídio Lopes, de 89 anos, é o mais antigo da turma. O trajeto feito há mais de duas décadas com o grupo já era percorrido por ele desde os 3 anos, em viagens junto aos pais. Agora, segue caminho com o filho de 58 anos. “Sofri um acidente vascular cerebral (AVC) há uns três anos e falei que, se o Divino Pai Eterno ajudasse, eu voltava a ir. E agora tem três (anos) que estou andando até Trindade”, relata. E mesmo o percurso longe e cansativo não é capaz de parar o devoto. “(A romaria) é meio por promessa, mas também porque gosto de ir a pé”, brinca.

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Morador da Fazenda Baru, ele estima que percorre 220 km de lá ao ponto de concentração, na zona urbana de Orizona, e até a chegada em Trindade. Para dar conta do trajeto longo, tem de preparar tudo com antecedência, como o carro e os oito bois que o carregam, além da alimentação, que consiste na maior parte em carnes de lata e biscoitos. “A gente começa cedo e vai arrumando. Tem de ajeitar os bois, arrumar o carro.” Para ele, a rotina nos dois primeiros dias é cansativa, mas logo acaba. “A hora que a gente chega lá é bom demais, mas o caminho é divertido também”, completa.

Organizador da comitiva de Orizona, Wilton Vieira, de 54 anos, participa há 24 da <a href="https://opopular.com.br/cidades/confira-fotos-do-desfile-dos-carros-de-boi-na-romaria-do-divino-pai-eterno-1.3151712" target="_self">romaria de carros de boi.</a> Ele conta que os avós iam para Trindade desse jeito por ser o único meio de transporte da família. Já a história dele na estrada começou com uma promessa de ir à festa como carreiro. “Fui e fiz uma amizade tão grande, um amor tão grande com o povo, que foi passando, que falei ‘ah, tenho de vir mais um ano’. E, com essa brincadeira, já se passaram duas décadas.”

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/confira-fotos-do-desfile-dos-carros-de-boi-na-romaria-do-divino-pai-eterno-1.3151712" target="_self">Confira fotos do desfile dos carros de boi na Romaria do Divino Pai Eterno</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/padre-marco-aurelio-e-o-novo-reitor-do-santuario-basilica-de-trindade-e-presidente-da-afipe-1.2604068" target="_self">Padre Marco Aurélio é o novo reitor do Santuário Basílica de Trindade e presidente da Afipe</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/em-tres-dias-de-romaria-cerca-de-500-mil-fieis-passaram-por-trindade-1.2480427" target="_self">Em três dias de Romaria, cerca de 500 mil fiéis passaram por Trindade</a></div>

Para ele, além da devoção ao Divino Pai Eterno, tem o apreço da população. “O que eu mais gosto é justamente o carinho do povo. Você passa em uma cidade, ali tem criança de colo rindo, batendo palma, tem senhor de 100 anos chorando na beira da pista, agradecendo e dando parabéns. Então, a emoção é muito grande. Isso aí amarra, prende.” Contudo, há dificuldades. “Os políticos podiam ajudar mais, porque é uma tradição e não tem ajuda. Não é viagem que fica barata. É frio, é poeira, é muito cansativa. Tem de ter fé de verdade, porque senão não vai.”

Neste ano, a comitiva conta com 30 romeiros distribuídos em 12 carros de boi. A romaria foi iniciada ainda nesta terça-feira (17), das fazendas para a cidade. A partir das 9 horas eles começaram a caminhada, depois de abençoados durante a missa na Igreja Matriz de Orizona. Conforme Vieira, a estimativa é de que sejam percorridos de 15 a 20 km por dia. Neste primeiro dia, 20 km foram concluídos, com pouso no antigo distrito de Ubatão, ainda no município. Eles passam por outros cinco – São Miguel do Passa Quatro, Bela Vista de Goiás, Hidrolândia, Aragoiânia e Abadia de Goiás.&nbsp;Todo o trajeto está sendo acompanhado e documentado pela Skambau Produções.

<h2>Mais comitivas</h2>

Na próxima semana, carreiros de Hidrolândia e Cromínia também saem em <a href="https://opopular.com.br/cidades/em-tres-dias-de-romaria-cerca-de-500-mil-fieis-passaram-por-trindade-1.2480427" target="_self">romaria a Trindade</a>. Integrante da comitiva de Cromínia, no Sul do Estado, Marcelo Pires, de 55 anos, conta que o grupo deve partir na manhã da quarta-feira (25), com chegada para o dia 1º. Nos seis dias de viagem, serão percorridos 90 km com oito carros de boi com 70 pessoas. Junto com os pais, a noiva e a sobrinha, além de outros familiares, ele conta que deve ir a cavalo, já que um problema no joelho o impede de seguir a pé.

A trajetória na romaria começou em 2001, mas à época, e por quatro anos, ele seguiu a cavalo para a festa. A partir de 2005, desenvolveu interesse de ir de carro de boi, mesmo já tendo vivido a experiência quando pequeno, com os avós. “Comprei um carro e uns bois e desde 2006 vou para Trindade. Agora vai fazer 17 anos, se Deus quiser, porque tiveram dois anos da pandemia que não fomos”, cita. Para ele, a devoção é que o faz continuar na jornada. “É um sentimento de gratidão por estar conseguindo ir. Tenho problemas sérios no joelho, tenho até de colocar prótese, mas Deus é tão bom que era para ter colocado nesta semana, mas ele quis esperar que eu fosse na festa primeiro”, reflete.

O carreiro Alberto José Pires, de 59, deve partir com família e amigos de Hidrolândia, na segunda-feira (23). Em cinco dias, chegam a Trindade para participar de toda a festa — que se inicia naquele dia e vai até 6 de julho. Conforme ele, são 72 km de jornada passando por Aragoiânia e Abadia de Goiás, em percurso sob o sentimento de gratidão. “Eu não tenho promessa. Tenho, no meu coração, aquela vontade de ir todo ano e só agradecer. Porque nesta vida nossa, quando a gente acorda, que abre o olho, já tem de agradecer.”

<h3>Festa</h3>

A estimativa da Prefeitura de Trindade é de que 4 milhões de fiéis passem pelo município nos dez dias da Romaria do Divino Pai Eterno. Em 3 de julho, ocorre a famosa Romaria dos Carros de Boi, Cavaleiros e Muladeiros. No ano passado, 415 carros de bois se apresentaram no Carreiródromo Ada Cyra, que contou com mais de 10 mil participantes. Ao todo, durante a romaria, mais de 1,2 mil carros de boi passaram pela cidade. Diante da relevância e representatividade da romaria de carros de boi, o evento foi reconhecido como patrimônio cultural brasileiro pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artística Nacional (Iphan) em 2016. O percurso feito com o veículo remete à ancestralidade, quando as famílias das zonas rurais o tinham como única forma de transporte.

Carros de bois começam a deixar suas cidades rumo à festa do Divino Pai Eterno

Romaria do Divino Pai Eterno

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino determinou nesta segunda-feira (28) à União desapropriar terras atingidas por incêndios dolosos ou desmatamento ilegal. A medida deverá ser tomada quando a responsabilidade do proprietário for comprovada. “Não é razoável que, ano após ano, bilhões de reais de dinheiro público sejam gastos combatendo incêndios dolosos e desmatamentos claramente ilegais. Com este ciclo perpétuo, pune-se duplamente a sociedade”, afirmou o relator.

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A ordem foi dada no âmbito de processo que discute as ações do Executivo contra as queimadas no Pantanal e na Amazônia. Assim, de acordo com ele, é razoável aplicar medidas administrativas para induzir ao cumprimento das decisões do STF no caso.

De acordo com o ministro, a Constituição determina à União promover a desapropriação do imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, com vistas à implementação da reforma agrária. “A preservação ambiental revela-se componente indispensável à regular fruição do direito de propriedade, cuja validade constitucional está condicionada ao cumprimento de sua função social”, disse Dino.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/gilmar-nega-que-caso-collor-seja-precedente-para-bolsonaro-no-stf-1.3257549" target="_blank">Gilmar nega que caso Collor seja precedente para Bolsonaro no STF</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/politica/pris-o-de-collor-e-tratada-por-ministros-do-stf-como-precedente-para-caso-bolsonaro-1.3257054" target="_blank">Prisão de Collor é tratada por ministros do STF como precedente para caso Bolsonaro</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/economia/suspens-o-pelo-stf-de-ac-es-sobre-pejotizac-o-pode-favorecer-fraudes-1.3255235" target="_blank">Suspensão pelo STF de ações sobre pejotização pode favorecer fraudes</a></div>

O ministro acrescentou trechos da legislação segundo a qual se considera preservação do meio ambiente a manutenção das características próprias da região e da qualidade dos recursos ambientais para a manutenção do equilíbrio ecológico da propriedade e da saúde e qualidade de vida das comunidades vizinhas. “Ademais, no âmbito da regularização fundiária, o ordenamento jurídico vigente estabelece vedação expressa à sua efetivação em áreas onde se verifique a ocorrência de dano ambiental”, afirmou o ministro.

Segundo a decisão, a União e os Estados que integram a Amazônia Legal e o Pantanal terão de adotar medidas para impedir a regularização fundiária de áreas com a prática de ilícitos ambientais identificadas, além de promover ações de indenização contra proprietários de terras responsáveis por incêndios dolosos e desmatamento ilegal.

No processo, o ministro já fez audiências de conciliação, pediu informações, determinou que o governo federal e os 10 Estados das regiões da Amazônia e do Pantanal apresentassem planos emergenciais de conscientização e manejo integrado do fogo, convocasse mais bombeiros para o combate a queimadas, dentre outras medidas.

Em outro ponto da decisão desta segunda, o ministro trata da adoção do Sistema Nacional de Controle da Emissão de Produtos Florestais (Sinaflor) como única forma de emitir a autorização para supressão de vegetação nativa (ASV).

O Sinaflor é um sistema do governo federal que controla a origem de produtos florestais, como madeira e carvão. Ele é gerido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente dos Recursos Naturais (Ibama). O órgão é responsável pelo licenciamento ambiental de obras e empreendimentos de interesse social ou de utilidade pública que precisam desmatar áreas de vegetação nativa e relatou ao STF que, como nem todos os Estados e municípios usam o Sinaflor, é comum que fiscais encontrem autorizações emitidas em desacordo com a legislação vigente.

Após o STF determinar que os Estados passem a usar o Sinaflor, Pará e Mato Grosso pediram a reconsideração. Os Estados argumentaram que dispõem de sistemas próprios que conversam com o sistema nacional. Já a União afirmou que ainda há deficiências. Dino afirmou, na decisão, que os Estados têm duas alternativas para cumprir a obrigação legal: adotar o Sinaflor ou manter os sistemas próprios, desde que devidamente integrados ao sistema nacional.

“O que se revela juridicamente inadmissível, por afronta manifesta ao ordenamento jurídico, é a emissão de autorizações de supressão de vegetação ou de exploração florestal fora do ambiente integrado previsto pelo sistema nacional”, disse o ministro.

STF manda desapropriar terras onde houve incêndio criminoso ou desmatamento ilegal

Justiça

Um produtor rural de 58 anos morreu após tomar um choque ao encostar em uma cerca em Orizona, no sudeste goiano, segundo a Polícia Militar (PM). De acordo com a corporação, a morte do homem foi constatada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ainda no local.&nbsp;

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O incidente aconteceu no domingo (2). À PM, a esposa do homem relatou que ele teria ido passar alguns animais de um local para outro e que ela notou certa demora dele em retornar.&nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/homem-morre-apos-levar-choque-ao-fazer-manutenc-o-em-rancho-em-catal-o-1.3224286" target="_blank">Homem morre após levar choque ao fazer manutenção em rancho, em Catalão</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/homem-morre-apos-levar-choque-e-cair-de-altura-de-tres-metros-enquanto-trabalhava-em-construc-o-de-escola-1.3223474" target="_blank">Homem morre após levar choque e cair de altura de três metros enquanto trabalhava em construção de escola</a></div>

A mulher disse que, na sequência, notou seu marido caído no chão agarrado na cerca de choque, momento em que o socorro foi acionado. De acordo com a PM, um eletricista esteve no local e informou ter notado a falta do neutro no transformador - ponto de equilíbrio de tensão de cada fase do equipamento, o que pode ocasionar um retorno no mesmo, situação que poderia ser a causa do acidente.&nbsp;

A Polícia Militar informou que o Instituto Médico Legal esteve no local. A Polícia Civil vai investigar o caso.&nbsp;

&nbsp;

Produtor rural morre após tomar choque ao encostar em cerca enquanto conduzia animais

Orizona

Zona rural de Orizona (GO).

A mãe de Dayara Talissa Fernandes da Cruz, que foi <a href="https://opopular.com.br/cidades/empresario-e-preso-suspeito-pela-morte-de-mulher-que-desapareceu-apos-ser-deixada-em-rodoviaria-1.3151171" target="_blank">encontrada mort</a>a após ser dada como desaparecida, disse que o empresário Paulo Antônio Herberto Bianchini, <a href="http://opopular.com.br/cidades/empresario-matou-mulher-durante-briga-enterrou-corpo-em-cova-e-fingiu-desaparecimento-conclui-policia-1.3159752" target="_blank">indiciado pelo crime</a>, havia prometido cuida da filha dela: “Quando ele buscou ela aqui [em Mato Grosso] e trouxe para Goiás, falava que iria cuidar muito bem dela. Prometeu que iria dar o estudo para ela, que ela iria fazer faculdade e que eles pretendiam ter filhos”.&nbsp;

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O empresário está preso desde o dia 1º de julho, indiciado por matar a jovem, ocultar o cadáver e se passar por ela em mensagens para a família. A <a href="http://opopular.com.br/cidades/policiais-usam-retroescavadeira-para-encontrar-ossada-de-mulher-dada-por-desaparecida-pelo-marido-video-1.3152577" target="_blank">ossada de Dayara foi encontrada</a>, em uma fazenda em Orizona, na região sul de Goiás. De acordo com a PC, Dayara foi morta no dia 10 de março deste ano.&nbsp;

A defesa de Paulo Bianchini afirmou que ele é réu primário, com bons antecedentes, residência fixa e que colaborou voluntariamente com as investigações. Disse também que os depoimentos indicam uma fatalidade, sem provas conclusivas de dolo.&nbsp;

Segundo Benedita Fernandes da Silva, Dayara morava com uma irmã, em Sorriso, no Mato Grosso, quando foi convidada por Paulo a morar com ele na fazenda, em janeiro deste ano. Na época, a mãe disse que chegou a se hospedar por 20 dias em um apartamento do empresário, em Goiânia, onde estava a filha. A vontade dela era conhecer também a fazenda onde a Dayara iria morar.&nbsp;

<cite>Eu falei para ele que queria conhecer a fazenda também, mas ele falou que lá não teria estabilidade para ficar, que não tinha jeito. Então ele esperou eu ir embora para o Mato Grosso para pegar e levar ela para fazenda”, relatou.&nbsp;</cite>

A mãe ainda contou à reportagem que o empresário passou a agir estranho nesses dias em que ela ficou no apartamento, a ponto dela passar dias sem ver ele, pois ele só chegava para dormir. Benedita disse que passou a ter um mal pressentimento em relação a Paulo e chegou a alertar a filha, pedindo que fosse embora com ela.&nbsp;

O último encontro de Benedita com a filha foi registrado quando ainda estavam no apartamento (veja abaixo).&nbsp;

<img attr-cid="policy:1.3160962" attr-version="policy:1.3160962:1722714874" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3160962/Proporção para foto do site - 2024-08-03T165429.153.png?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Dayara Talissa Fernandes da Cruz e a mãe, Benedita Fernandes da Silva (Arquivo pessoal/Daniela da Cruz (irmã da vítima) e Benedita Fernandes)

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/empresario-matou-mulher-durante-briga-enterrou-corpo-em-cova-e-fingiu-desaparecimento-conclui-policia-1.3159752" target="_blank">Empresário matou mulher durante briga, enterrou corpo em cova e fingiu desaparecimento, conclui polícia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/briga-por-dinheiro-relacionamento-extraconjugal-e-ajuda-de-funcionario-entenda-como-empresario-matou-companheira-1.3160086" target="_blank">Briga por dinheiro, relacionamento extraconjugal e ajuda de funcionário: entenda como empresário matou companheira</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/empresario-que-matou-mulher-e-fingiu-que-ela-tinha-sumido-mandou-mensagem-para-familia-se-passando-por-ela-diz-policia-1.3160155" target="_blank">Empresário que matou mulher e fingiu que ela tinha sumido mandou mensagem para família se passando por ela, diz polícia</a></div>

<h2>Entenda o caso</h2>

As investigações apontaram que o empresário <a href="https://opopular.com.br/cidades/corpo-de-jovem-morta-por-empresario-que-registrou-falso-sumico-foi-enterrado-com-escavadeira-diz-policia-1.3160473" target="_blank">contou com a ajuda de um funcionário</a> de 19 anos, que foi indiciado por ocultação de cadáver e fraude processual (Veja abaixo as fotos do momento em que a ossada é encontrada na fazenda abaixo). Além disso, uma mulher, de 40 anos, também foi indiciada por fraude processual. Como os nomes deles não foram divulgados, o&nbsp;POPULAR&nbsp;não conseguiu localizar a defesa dos suspeitos.

<div attr-cid="policy:1.3152584" attr-version="policy:1.3152584:1720434779" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3152584" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3152584', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3152584">Zona rural de Orizona (GO). (1.3152584)</a></div>

De acordo com o delegado Kennet Carvalho, responsável pelo caso,&nbsp;Paulo Bianchini&nbsp;mantinha um casamento sem que Dayara soubesse. O suspeito e a vítima tiveram um relacionamento de aproximadamente um ano e meio.&nbsp;"Ela acreditava que era a esposa. Ela foi enganada", afirmou o investigador.

Ao&nbsp;POPULAR,&nbsp;o delegado afirmou ainda que o crime foi motivado por violência de gênero e ocorreu após uma briga relacionada a R$ 86 mil. Segundo as informações, o suspeito alegou ter transferido esse valor para a conta de Dayara, que o utilizou para fins pessoais.&nbsp;Esse gasto teria levado ao término do relacionamento em outubro de 2023.

Apesar da separação, a vítima e o suspeito reataram em janeiro de 2024. O delegado explicou que, em conversa com outra pessoa, o&nbsp;suspeito teria falado da separação e afirmado que mandou matar a jovem por causa do dinheiro. No entanto, à polícia, ele não confirmou essa versão.

Após o crime,&nbsp;o suspeito teria cometido fraude processual ao enviar mensagens pelo celular da vítima, se passando por ela.&nbsp;"A vítima faleceu no dia 10 de março. No dia 11 de março, pela manhã, supostamente Dayara enviou mensagens para a irmã dizendo que tinha terminado com o investigado e que estava em Itumbiara", afirmou o delegado.

O delegado responsável pelo caso afirmou que a polícia analisou as mensagens que eram escritas por Dayara e pelo investigado.

<cite>A vítima sempre escrevia a palavra "não" de forma correta. Nós fizemos uma análise de aproximadamente 10 dias, ela escreveu a palavra "não" da forma correta por cerca de 50 vezes. Na manhã do dia 11, ela não escreveu a palavra não da forma correta. As mensagens foram encaminhadas com somente um "N", referindo-se a não. E aí a análise que nós fizemos da conversa do investigado, ele sempre escrevia também um "N" e não escrevia "não"", afirmou Kennet Carvalho.</cite>

Segundo o delegado Kennet Carvalho, no dia da morte de Dayara Talissa, o empresário saiu de carro com um funcionário. Durante o trajeto, ele alterou a rota e pediu ao funcionário que olhasse para a carroceria do veículo, onde estava o corpo. Em seguida, Paulo&nbsp;Bianchini&nbsp;disse para o funcionário&nbsp;<a href="https://opopular.com.br/cidades/ossada-de-mulher-que-desapareceu-apos-ser-levada-pelo-marido-para-rodoviaria-e-encontrada-diz-policia-1.3152421" target="_blank">ajudá-lo na ocultação do cadáver e a encobrir o crime</a>.

Segundo o delegado, o funcionário tirou fotos no rio de Itumbiara e as postou no status da vítima para criar uma falsa localização. A outra suspeita envolvida ficou com o telefone da vítima por cerca de 10 dias e, posteriormente, descartou-o no córrego.

A Polícia Civil informou que outros funcionários da fazenda foram induzidos a mentir por&nbsp;Paulo Bianchini, mas foram inocentados e solicitou-se o arquivamento do caso em relação a eles.

<h2>Linha do tempo do caso</h2>

<ul>
	<li>Fim de fevereiro a 10 de março:&nbsp;Investigações indicaram que Dayara esteve com o companheiro na fazenda durante este período.</li>
	<li>10 de março:&nbsp;Dia estimado pela Polícia Civil como o desaparecimento de Dayara da Cruz.</li>
	<li>25 de março:&nbsp;Paulo Antônio registrou o desaparecimento de Dayara.</li>
	<li>24 de junho:&nbsp;A Polícia Civil tentou cumprir mandados de busca e apreensão, além do mandado de prisão do suspeito. As operações ocorreram sem sucesso em quatro cidades do interior de Goiás.</li>
	<li>1º de julho:&nbsp;Paulo Antônio se entregou e foi preso.</li>
	<li>6 de julho:&nbsp;A Polícia Civil encontrou uma ossada humana em uma fazenda, em Orizona.</li>
	<li>16 de julho:&nbsp;Laudo da perícia confirmou que a ossada encontrada enterrada na fazenda é de Dayara.</li>
</ul>

Nota da defesa de Paulo Antônio Eruelinton&nbsp;Bianchini

"Em atenção à imprensa, em virtude de notícias veiculadas sobre o indiciamento do Sr. Paulo Antônio Eruelinton Bianchini em razão da morte da Sra. Dayara Talisssa Fernandes da Cruz, a defesa vem esclarecer que:

O Sr. Paulo Antônio é réu primário, tem bons antecedentes, residência fixa, não possuindo em seu passado nenhuma conduta que o desabone. Ademais, não se ocultou às medidas de investigação penal, pois compareceu espontaneamente perante a autoridade policial quando da decretação de sua prisão temporária e colaborou com as investigações, estando à disposição do Poder Judiciário para julgamento.

Por fim, os fatos que circunstanciam a morte da Sra. Dayara Talisssa ainda não foram esclarecidos por completo. Os depoimentos prestados até o momento demonstram uma fatalidade e não são conclusivos para comprovar um possível dolo do indiciado. Não existem imagens que mostrem o momento da morte, e qualquer especulação que transforme o acusado em condenado são levianas e passíveis de responsabilidade cível e criminal.

Confiantes no julgamento do Poder Judiciário, estes são os esclarecimentos que entendemos suficientes para o momento."