-Imagem (1.2446362)A Polícia Civil de Goiás (PC-GO) deflagrou na manhã desta quinta-feira (28) a Operação Verat, que investiga uma suposta quadrilha formada, a princípio, por dez pessoas e oito empresas que fraudavam licitações em mais de 40 municípios do Estado.As investigações começaram em 2019 e identificaram mais de 2,5 mil procedimentos fraudados, com prejuízo avaliado em mais de R$ 15 milhões aos cofres públicos. A operação cumpriu 18 mandados de busca e apreensão e de quebras de sigilos fiscais e bancários em Goiânia e Aparecida de Goiânia.Ao POPULAR, o delegado Caio Menezes, titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública (Dercap), explicou que a maioria dos envolvidos tem vínculo familiar entre si. “As pessoas físicas eram pai, marido, filha, cunhado e uma ex-empregada da empresa”, disse.Parte dos envolvidos são empresários com alto poder aquisitivo e outra parte são pessoas suspeitas de atuarem como laranjas no esquema, segundo a investigação. A polícia apreendeu diversos computadores e documentos nas casas dos suspeitos.Novas empresas que participavam do esquema foram descobertas e o número de pessoas e municípios envolvidos também deve aumentar, segundo o delegado. Além do crime de fraude a licitação, a polícia identificou suspeita de lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, falsidade ideológica, organização criminosa e corrupção ativa.Empresas de fachadaDe acordo com a investigação, de todas as empresas identificadas, apenas uma tem atuação regular e outra, esporádica. As demais pessoas jurídicas investigadas são, na verdade, empresas de fachada, com endereços inexistentes. O grupo participava de processos de licitação nos municípios para simular uma competição entre empresas supostamente diferentes.A maioria dos processos fraudados, segundo Caio Menezes, é referente a serviços de peças e manutenção veicular na frota das prefeituras. No entanto, existem quase 70 serviços cadastrados na razão social dessas empresas. Os municípios não possuem características em comum. “Tem município grande, pequeno, tanto longe da capital, quanto próximo”, explicou Menezes.A investigação vai apurar se havia conhecimento da administração pública a respeito das fraudes e apurar possível crime de corrupção. Até o momento, não foi encontrado nenhuma relação entre o grupo investigado e as prefeituras que tiveram os processos fraudados. Uma das pessoas investigadas é proprietário de uma das empresas alvo desde 2011 e responde a um processo por fraude a licitação.Na operação, ainda foram apreendidas drogas e registrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por porte de drogas para consumo, além de R$ 14,8 mil em espécie. A investigação teve início após o compartilhamento de informações entre órgãos da Segurança Pública e o Ministério Público.Leia também:- 12 são indiciados por suspeita de fraudes milionárias em licitações da Secretaria de Segurança- Vereador de Fazenda Nova afirma ter vendido empresa que venceu licitação-Imagem (1.2446340)-Imagem (1.2446349)